Sidônio Palmeira assume Secom, critica Meta e defende reforço na comunicação do governo

O publicitário baiano Sidônio Palmeira tomou posse, na manhã desta terça-feira (14), como novo ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do terceiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A cerimônia, realizada no Palácio do Planalto, formalizou a transição com o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que ocupava o cargo há 2 anos.

Em seu discurso, Sidônio destacou os avanços obtidos pelo governo Lula nos últimos 2 anos, mas ressaltou que esses resultados não estão sendo amplamente percebidos pela população. “O nosso país voltou a ser respeitado pelo mundo, mas esse trabalho não está sendo visto por parte da população. A informação dos serviços não chega na ponta, a população não consegue ver o governo em suas virtudes”, afirmou.

Críticas à Meta

Sidônio também criticou a recente decisão da Meta, dona do Facebook e Instagram, de encerrar parcerias com agências de checagem de fatos, uma medida que, segundo ele, compromete os direitos fundamentais e a soberania nacional.

“Defendemos a liberdade de expressão, mas lamentamos que o extremismo esteja distorcendo esse conceito para viabilizar a liberdade de manipulação. A mentira nos ambientes digitais cria uma cortina de fumaça, manipula pessoas inocentes e ameaça a humanidade, aprofundando o negacionismo, a xenofobia e as violências raciais e de gênero,” destacou o novo ministro.

Desafios na Secom

Sidônio foi escolhido para comandar a Secom com a missão de fortalecer a comunicação do governo e combater a desinformação nas redes sociais. A popularidade do presidente Lula (PT), atualmente em torno de um terço do eleitorado, está aquém dos resultados econômicos e sociais alcançados pelo governo, como a alta do Produto Interno Bruto (PIB) e a queda no desemprego.

Entre os desafios, Sidônio busca desmentir boatos que circulam nas redes sociais, como os relacionados à suposta taxação de movimentações financeiras via Pix. A medida, segundo esclareceu a Secom, não implica em novos impostos, mas alerta para a necessidade de regularidade na declaração de rendimentos.

Mudanças estratégicas

Com carta branca para influenciar em outros ministérios, Sidônio já iniciou uma reestruturação na equipe. Uma das mudanças foi a substituição do secretário de imprensa do presidente Lula, José Chrispiniano, por Laércio Portela, que era secretário de Comunicação Institucional.

Chrispiniano, considerado um dos homens de confiança de Lula, assessorou o presidente durante momentos críticos, como a Operação Lava Jato e a prisão em Curitiba. Sua saída simboliza a intenção de reformular a comunicação governamental para torná-la mais eficaz na disseminação dos feitos do governo.

Presença de lideranças na posse

A posse de Sidônio contou com a presença de 24 dos 37 ministros do governo, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o governador Jerônimo Rodrigues (PT-BA), a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o líder do Governo no Senado, ex-governador Jaques Wagner (PT-BA). A presença massiva das lideranças foi interpretada como um sinal de prestígio ao novo ministro.

Além de Jerônimo, também estiveram presentes outros dois baianos: o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e a deputada federal Lídice da Mata, presidente do PSB-BA.

Rosto publicitário para Comunicação

Responsável pela campanha de Lula em 2022, Sidônio Palmeira nunca se afastou completamente do governo. Além de colaborar com ministros como Fernando Haddad (Fazenda) em anúncios e pronunciamentos, Sidônio assume a Secom com a expectativa de imprimir um viés mais publicitário à comunicação, melhorando a percepção pública da gestão federal. Na Bahia, ele é responsável pelas últimas campanhas vitoriosas ao Governo do Estado.

A gestão de Sidônio representa uma tentativa de conectar os resultados concretos do governo às demandas da população, consolidando a narrativa de que o terceiro mandato de Lula é o mais eficiente e transformador de sua trajetória política. No entanto, já há críticas de sua escolha em detrimento de um jornalista para o cargo.