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Senadora Soraya Tronicke critica encenação de aborto no Senado e desafia atriz a fazer outra

Após polêmica performance, presidente do Senado proíbe eventos semelhantes e Câmara adia votação de projeto

Na última terça-feira (18), a senadora Soraya Tronicke (Podemos) fez duras críticas à apresentação feita por Nyedja Gennari, que fez uma encenação de um feto sendo abortado, no Senado Federal. Tronicke ainda desafiou a atriz a encenar o momento em que a filha de um parlamentar se torna vítima de estupro.  

“Eu queria até o telefone e o contato daquela senhora que esteve aqui ontem, encenando aquilo que nós vimos. Sabe por quê? Porque eu quero ver ela encenando a filha, a neta, a mãe, a avó, a esposa de um parlamentar sendo estuprada. Eu quero que ela faça a encenação do estupro agora. Por que não?”, afirmou a senadora.

A encenação aconteceu como forma de apoio ao PL que tramita na Câmara de Deputados, que iguala o aborto após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio.

No início da sessão no Senado promovida por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na manhã da segunda-feira, (17), Gennari fez uma atuação simulando uma assistolia fetal, procedimento utilizados por médicos para interromper a gravidez. A performance da atriz repercutiu negativamente nas redes sociais. 

Após a sessão, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) avisou que não vai mais tolerar o uso do plenário da Casa para esse tipo de coisa. O presidente da Casa também deixou claro que não gostou de o debate ter ignorado especialistas contrários ao projeto.

Segundo Pacheco, futuros eventos devem levar em conta todas as correntes de pensamento, além de critérios técnicos, científicos, a própria legislação vigente e, sobretudo, as mulheres senadoras. 

Após repercussão negativa, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), anunciou o adiamento da votação do PL e a formação de uma “comissão representativa” para debater o projeto. O deputado não especificou como o grupo será formado e informou que o seu funcionamento será decidido em agosto. 

“O colégio de líderes deliberou debater esse tema de maneira ampla no segundo semestre, com a formação de uma comissão representativa”, declarou Lira. “Todas as forças políticas, sociais, participarão desse debate, sem pressa e sem qualquer tipo de açodamento”, acrescentou. 

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Marcelo Camargo/Agência Brasil