Bolsonaro, Braga Netto e mais 35 são indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe
Investigação revelou que os suspeitos se organizaram em grupos com tarefas específicas
A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quinta-feira (21) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o general Braga Netto (PL) e outros 35 indivíduos sob suspeita de envolvimento em crimes como abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa. O relatório da investigação foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que agora decidirá os próximos passos.
Este é o primeiro indiciamento de um presidente eleito no período democrático por envolvimento em ações contra a democracia. A investigação revelou que os suspeitos se organizaram em grupos com tarefas específicas.
Os indiciados estavam envolvidos em diferentes núcleos, incluindo desinformação, ataques ao sistema eleitoral, e incitação aos militares para um golpe de Estado. Além disso, havia núcleos operacionais para apoiar ações golpistas e para cumprir medidas coercitivas. A PF identificou ainda um núcleo de inteligência paralela que operava com o objetivo de desestabilizar o governo.
A lista de indiciados inclui figuras de alto escalão, como Bolsonaro, Braga Netto, e nomes como o general Augusto Heleno, o empresário Valdemar Costa Neto, e militares ligados à administração anterior. A investigação apontou ainda que auxiliares de Bolsonaro ajudaram a disseminar ataques às urnas e à legitimidade do processo eleitoral.
O próximo passo envolve o STF encaminhar o relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR), que analisará as provas coletadas e decidirá se irá apresentar denúncia formal contra os envolvidos. A expectativa é que o procurador-geral, Paulo Gonet, só apresente a denúncia no ano que vem, dado o volume e a complexidade das informações reunidas.
A investigação contou com um conjunto robusto de provas, incluindo mensagens de celular, vídeos, gravações, e depoimentos de colaboradores, como a delação premiada de Mauro Cid. Um dos principais documentos encontrados foi uma minuta de decreto golpista que previa a imposição de “Estado de sítio” no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Além disso, a PF recuperou diálogos que indicam a tentativa de Bolsonaro e seus aliados de garantir apoio militar para a execução de um golpe. Relatos de comandantes das Forças Armadas confirmaram que Bolsonaro havia apresentado a minuta do golpe, mas a adesão de alguns militares foi limitada. O então comandante da Marinha, Almir Garnier, afirmou que apoiaria a iniciativa, mas se manteve em silêncio quando convocado a depor.
A investigação também revelou uma tentativa de assassinato contra líderes políticos como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Planos detalhados para o ataque foram encontrados no HD do general Mario Fernandes, um dos presos pela PF.
De acordo com os documentos encontrados, o plano de assassinato traçava cenários de reação popular e listava armamentos a serem utilizados, com o objetivo de matar os políticos e ministros. O envolvimento de militares e de outros aliados próximos de Bolsonaro foi central para a execução da trama golpista.
A PF identificou também que os ataques às urnas, que foram veiculados de maneira massiva, faziam parte da estratégia de desestabilização do processo eleitoral. A coordenação de ações para questionar a legitimidade das eleições e incitar o golpe de Estado foi uma peça chave da conspiração.
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