Após denúncias de assédio, governo Lula convoca Silvio Almeida e admite ‘gravidade’; ministro nega acusações
Em vídeo e nota oficial, ele afirma que acusações são falsas, sem provas e está sendo vítima de perseguição
O governo do presidente Lula divulgou, na noite desta quinta-feira (5), uma nota oficial informando que o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi convocado a dar explicações sobre denúncias de assédio. Ainda no comunicado da Secretaria de Comunicação da Presidência da República admite que o “Governo Federal reconhece a gravidade das denúncias” e afirma que o “caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”.
A nota, no entanto, não menciona a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. De acordo com o site Metrópoles, ela também estaria entre as vítimas de assédio e já havia se queixado para outras pessoas do governo. Conforme Estadão/Broadcast, integrantes da equipe do presidente Lula foram, inclusive, informados da acusação da ministra há cerca de 3 meses. Apesar da denúncia ter chegado ao Palácio do Planalto, não foi levada adiante pela ministra que preferiu não formalizar para não prejudicar o governo.
“O ministro Silvio Almeida foi chamado esta noite a prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias, por conta das denúncias publicadas pela imprensa contra ele. O próprio ministro Silvio informou que irá encaminhar ofício à CGU [Controladoria Geral da União], ao Ministério da Justiça e à Procuradoria Geral da República para que investiguem o caso. A Comissão de Ética da Presidência da República decidiu abrir de ofício um procedimento de apuração”, diz trecho da nota da Secom.
Em vídeo divulgado em sua conta oficial no Instagram e em nota publicada no site do Ministério dos Direitos Humanos, Silvio Almeida afirma que as denúncias de assédio são falsas, sem provas e está sendo vítima de perseguição. O ministro disse ainda que acusações fazem parte de uma “campanha” para afetar sua imagem enquanto “homem negro em posição de destaque no poder público”.
“Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país. Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro”, declarou o ministro.
Almeida ressaltou ainda que pedirá investigações à CGU, ao Ministério da Justiça e à PGR e “toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados, e não apenas baseados em mentiras, sem provas”, afirma o texto”. Segundo o ministro, “quaisquer distorções da realidade serão descobertas e receberão a devida responsabilização”.
“As falsas acusações, conforme definido no artigo 339 do Código Penal, configuram denunciação caluniosa. Tais difamações não encontrarão par com a realidade. De acordo com movimentos recentes, fica evidente que há uma campanha para afetar a minha imagem enquanto homem negro em posição de destaque no Poder Público, mas estas não terão sucesso. Isso comprova o caráter baixo e vil de setores sociais comprometidos com o atraso, a mentira e a tentativa de silenciar a voz do povo brasileiro, independentemente de visões partidárias. Mais uma vez, há um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existências, imputando a mim condutas que eles praticam. Com isso, perde o Brasil, perde a pauta de direitos humanos, perde a igualdade racial e perde o povo brasileiro”, completou.
ONG Me Too Brasil
A ONG Me Too Brasil também divulgou, nesta quinta-feira, uma nota informando que recebeu denúncias de assédio contra o ministro de Direitos Humanos. No entanto, a organização não apresentou provas e nem deu detalhes sobre as acusações contra Silvio Almeida.
Janja
Em meio a denúncias de assédio contra Silvio Almeida, a primeira-dama Rosângela da Silva publicou, na madrugada desta sexta-feira (6), nos stories de sua conta oficial no Instagram, uma foto com Anielle Franco. Nela, Janja aparece beijando a testa da ministra da Igualdade Racial, mas sem legenda.
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