Turismo estrangeiro no Brasil bate recorde de gastos em 2024

O turismo estrangeiro no Brasil registrou um marco histórico em 2024. Segundo dados divulgados, nesta última sexta-feira (24), pelo Banco Central (BC), os turistas internacionais gastaram US$ 7,341 bilhões no país, o maior valor desde 2009. Esse montante supera inclusive os números de 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil, quando os gastos totalizaram US$ 6,914 bilhões.

O aumento reflete tanto a retomada das viagens internacionais no cenário pós-pandemia quanto a desvalorização do real, que tornou o Brasil um destino mais atrativo para estrangeiros. Em comparação a 2023, os gastos subiram 6,28%, já que naquele ano os turistas desembolsaram US$ 6,907 bilhões.

Outro indicador de destaque foi o número de visitantes internacionais, que cresceu 12,6% em 2024, alcançando um total de 6,65 milhões de turistas, segundo informações do Ministério do Turismo. Apenas em dezembro, o Brasil recebeu 690.236 estrangeiros, representando um aumento de 11,1% em relação ao mesmo período de 2023.

A relevância do setor de turismo para a economia brasileira é evidenciada pela comparação com as exportações de outros produtos. Os gastos de turistas estrangeiros em 2024 superaram as receitas obtidas com as exportações de algodão (US$ 5,154 bilhões), aeronaves (US$ 4,4 bilhões) e minérios de cobre (US$ 4,16 bilhões).

Geração de empregos

Segundo o ministro do Turismo, Celso Sabino, o crescimento no número de visitantes internacionais e nos gastos por eles realizados contribui diretamente para a geração de empregos e o fortalecimento da economia local. “A chegada de visitantes estrangeiros ao Brasil não apenas movimenta nossa economia, mas também reafirma a força e a beleza do nosso país como um destino desejado no cenário global. Esses recursos são um reflexo do potencial do turismo em gerar empregos, fortalecer comunidades e promover desenvolvimento”, afirmou o ministro em nota.

O resultado coloca o Brasil mais próximo das metas do Plano Nacional de Turismo, que prevê atingir até o final de 2027 a marca de 8,1 milhões de turistas estrangeiros e US$ 8,1 bilhões em receitas anuais.

Para fomentar ainda mais a atratividade do país como destino turístico, o governo aposta em medidas como o programa Tax Free, instituído pela reforma tributária sancionada em 16 de janeiro. Por meio desse sistema, turistas estrangeiros poderão solicitar o reembolso de impostos pagos sobre produtos adquiridos no Brasil e embarcados em sua bagagem.

Celso Sabino acredita que o Tax Free será um diferencial competitivo para o turismo brasileiro. “Oferecer no Brasil o programa Tax Free para visitantes internacionais significa fortalecer a competitividade dos nossos destinos. Isso representa mais receitas entrando em nossa economia, ampliando a geração de renda e emprego”, afirmou.

Desempenho regional e perfil dos visitantes estrangeiros

Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul lideraram o ranking de destinos que mais receberam turistas estrangeiros em 2024. São Paulo foi o estado com o maior número de visitantes, recebendo 2.207.015 turistas internacionais, seguido pelo Rio de Janeiro, com 1.513.235.

O perfil dos visitantes também foi destaque: os argentinos foram os que mais visitaram o Brasil, totalizando 1.953.548 turistas. Em seguida, vieram os visitantes dos Estados Unidos (696.512), do Chile (651.776) e dos países vizinhos Paraguai e Uruguai, que juntos somaram 833.412 turistas.

O mês de dezembro de 2024 foi particularmente positivo, com os gastos de turistas estrangeiros atingindo US$ 721 milhões, uma alta de 16% em relação ao mesmo mês de 2023, quando o valor foi de US$ 622 milhões. Esse foi o terceiro melhor desempenho para o mês na série histórica iniciada em 1995.

Com a recuperação expressiva do turismo e a implementação de iniciativas como o Tax Free, o Brasil consolida sua posição como um dos destinos mais procurados no cenário global. A combinação de atrativos naturais, culturais e econômicos reforça o potencial do país para continuar a crescer nesse setor estratégico, impulsionando o desenvolvimento em várias regiões e beneficiando diversas comunidades locais.