CEO da Azul diz não fazer sentido que Brasil ‘tenha o combustível mais caro do mundo’

O CEO da Azul Linhas Aéreas, Jhon Rodgerson, afirmou nesta sexta-feira (11), que não faz sentido o fato do Brasil ter o “combustível mais caro do mundo”. A declaração ocorreu durante o evento de anúncio de três novos voos partindo de Salvador para Lençóis, Barreiras e Guanambi, cidades do interior da Bahia. O evento, realizado no Aeroporto Luís Eduardo Magalhães, na capital baiana, também marcou a apresentação de um Airbus 320 que homenageia o Estado.

“O setor tem três problemas. O nosso combustível neste país é mais caro do mundo, a judicialização é a mais alta do mundo e falta de acesso a crédito. Então, o que o governo federal fez agora, nós temos uma novo lei do FNAC que vai dar acesso a crédito para botar mais voos no ar. Como que você tem tarifas menores e tendo mais voos no ar? Então, se eu posso botar mais voos, comprar mais aeronaves, a tarifa naturalmente vai cair. Nós temos tido uma queda de 20% no preço do combustível nos últimos três meses. Isso é uma outra coisa que o governo federal tem ajudado”, destacou.

Na avaliação do gestor, esses fatores afetam o “povo brasileiro” e através da resolução destas questões, será possível trazer mais “oferta” e mais aeronaves. “Isso que nós estamos trabalhando com o ministro Rui Costa, com Celso Sabino, nós estamos trabalhando com o ministro Silvio Costa Filho para trazer mais aeronaves no ar. Isso é como a gente combate a tarifa alta. O Brasil é como eu falei, o preço de combustível é o mais caro do mundo aqui, mas o governo federal está ciente, eu falei com o presidente Lula a respeito disso e isso tem que ser interessado. Quanto mais empregos que nós podemos gerar se nós tivermos mais turistas?”, enfatizou.

CEO diz ser necessário convidar brasileiros para conhecer o Brasil

Na ocasião, ao ser perguntado sobre a tentativa de atrair mais voos internacionais para o Estado, Jhon enfatizou ser necessário convidar os próprios brasileiros a conhecer o país. De acordo com ele, a maior parte dos passageiros que têm como destino a Bahia são os paulistanos, mineiros e gaúchos.

“A Azul tem uma empresa de viagens, chama-se Azul Viagens, onde as pessoas compram um pacote e um dos maiores lugares do Brasil que a gente vende é a Bahia. Então, nós temos muito orgulho disso. Mas sabe uma coisa que eu acho? Nós temos que convidar o Brasil a conhecer mais o Brasil. Eu fico muito chateado que tem brasileiros que conhecem Nova York, conhecem Paris, conhecem a Europa, mas não conhecem as praias do Nordeste, que não conhecem a Amazônia, Então, o Brasil tem tanta coisa bacana. Eu acho que nós temos que incentivar o próprio brasileiro a conhecer as belezas do Brasil e depois convidar outras pessoas de outros países a vir para o Brasil”, ressaltou.

Conforme o gestor, o foco da empresa neste momento está em fortalecer o hobby dentro do país. “O que eu quero fazer primeiro é fortalecer nosso hobby aqui, eu quero ser o maior deste aeroporto e com isso, com o tempo, com mais conectividade, os voos indo bem, depois a gente pensa nisso [voos internacionais], mas nós temos que focar primeiro em ter os brasileiros vindo para cá”, observou.

Ao falar sobre a chegada dos novos voos no Estado, o CEO da Azul foi questionado sobre quais são os critérios da empresa para mantê-los em circulação e não existir o cancelamento posterior. Segundo ele, é necessário que haja boa divulgação e boa saída das passagens.

“Nós temos que divulgar, porque nós estamos aqui com tanta imprensa, para gritar para todo mundo que tem voo. E se você quer continuar tendo voo e crescer com estes voos, as pessoas têm que comprar. Nós não somos uma caridade, nós temos que ganhar dinheiro, temos que pagar as contas, uma empresa é um negócio muito complicado, dolarizado, tem combustível, tem sindicato, tem muitos custos, então um apoiando o outro, todo mundo falando bem, ajuda a fortalecer esses voos. E se esses voos são lotados, os voos vão continuar e vão crescer”, afirmou.

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