Governo orienta brasileiros a saírem da Síria; entenda o conflito

O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) orientou, neste sábado (6), que os brasileiros na Síria deixem o país, em razão da escalada de hostilidades na região. A nota do governo brasileiro, divulgada antes da tomada do poder pelos rebeldes sírios, expressou preocupação com a intensificação do conflito.

O comunicado também reafirmou o apoio do Brasil aos esforços para uma solução política e negociada do conflito, respeitando a soberania e a integridade territorial da Síria. Segundo o Itamaraty, até o momento não há registros de brasileiros entre as vítimas das hostilidades, e a Embaixada em Damasco segue monitorando a situação dos cidadãos brasileiros no país.

Na quinta-feira (5), o Itamaraty já havia divulgado uma série de orientações para os brasileiros na Síria, incluindo:

• Caso não esteja na Síria, evitar viajar ao país;
• Nacionais residentes ou de passagem na Síria devem se ausentar do país por meios próprios, até que a situação se normalize;
• Aos que decidirem permanecer, recomenda-se seguir as orientações de segurança das autoridades locais e evitar áreas de risco reconhecido;
• Não participar de aglomerações e protestos;
• Verificar a validade do passaporte e dos familiares, com pelo menos seis meses de validade;
• Certificar-se de que possui documentos de nacionalidade brasileira, como certidão de nascimento ou carteira de identidade brasileira ou síria;
• Evitar repassar informações não verificadas e compartilhar notícias desatualizadas, preferindo fontes confiáveis.

O governo brasileiro afirma, em nota, que continua atento à situação e disponibiliza apoio por meio da Embaixada em Damasco.

Guerra da Síria

Forças rebeldes sírias entraram na capital, Damasco, em meio a rumores de que o presidente Bashar al-Assad fugiu do país após 13 anos de guerra civil. A Rússia confirmou a saída de Assad, enquanto o primeiro-ministro Mohammed al-Jalali declarou estar pronto para apoiar a continuidade da governança.

A ofensiva ocorreu apenas 12 dias após o grupo militante Hayat Tahrir al-Sham (HTS) e facções aliadas lançarem uma grande ofensiva no noroeste da Síria, capturando a cidade de Aleppo e seguindo em direção ao sul até a capital, enquanto o exército sírio enfrentava um colapso.

A guerra civil síria começou em 2011 como uma revolta pacífica e pró-democracia contra o governo de Assad, mas rapidamente se transformou em um conflito em grande escala, devastando o país. Mais de 500 mil pessoas morreram, e cerca de 12 milhões foram forçadas a deixar suas casas, com cinco milhões buscando refúgio no exterior.

A guerra parecia ter chegado ao fim com a vitória de Assad, que, com o apoio de potências como Rússia e Irã, recuperou a maior parte do território sírio.