Eslane sofre racismo no Rio Vermelho e Kleber se solidariza com adversária: ‘lutar contra racismo é um desafio contínuo’

A candidata a prefeita de Salvador, Eslane Paixão (UP), foi vítima de racismo, na noite desta última sexta-feira (14), no bairro do Rio Vermelho. Em vídeo publicado na sua conta oficial do Instagram, a militante conta que estava fazendo panfletagem nas ruas e quando entrou em um restaurante de luxo um homem branco cuspiu em sua mão sem qualquer motivo.

“Um homem que se fez de apoiador da nossa campanha se aproximou e cuspiu em mim, cuspiu nos materiais da Unidade Popular. Esse homem branco que estava num restaurante mentiu que estava apoiando a nossa campanha, se aproveitou desse momento para cuspir em mim. Isso mostra o absurdo que é a gente ainda sofrer racismo nos dias de hoje, nós mulheres negras trabalhadoras. Eu que estou enquanto candidata à prefeitura dessa cidade de Salvador, que é a cidade mais negra fora da África, passei por essa situação, mas eu quero dizer que isso não vai nos calar, não vai parar nossa campanha”, lamentou Eslane que é a única mulher que disputa a Prefeitura de Salvador.

Kleber se solidariza

O professor Kleber Rosa (PSOL), divulgou uma nota, na tarde deste sábado (14), em solidariedade à adversária. Os dois disputam o comando do Palácio Thomé de Souza, ao lado do atual prefeito Bruno Reis (União Brasil), do vice-governador Geraldo Jr (MDB), do professor estadual Giovani Damico (PCB) e do pesquisador Victor Marinho (PSTU) – Silvano Alves (PCO) teve a sua candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral, mas aguarda recurso.

Kleber salientou que o racismo é um problema estrutural da sociedade brasileira que atinge, principalmente, as mulheres negras. “Não admitimos e nunca vamos admitir que práticas racistas continuem a ocorrer. Quero manifestar minha total solidariedade e apoio à companheira Eslane que, infelizmente, foi mais uma vítima do racismo. Além do racismo, o caso reflete, também, as consequências de uma sociedade que foi construída a partir da ideologia patriarcal. Lutar contra o racismo é um desafio contínuo. Por isso, é essencial falar sobre esses casos para conscientizar e promover mudanças. A igualdade de tratamento deve ser uma realidade para todos, e, para isso, é preciso que continuemos a denunciar e a combater o racismo em todas as suas formas”, pontuou o psolista.

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