Salvador pode ganhar primeiro teatro municipal

A capital baiana está prestes a dar um passo significativo em sua trajetória cultural. Em entrevista ao Portal M!, o presidente da Fundação Gregório de Matos (FGM), Fernando Guerreiro, anunciou, na manhã desta terça-feira (10), a possibilidade de construção do primeiro teatro municipal da cidade. A proposta, que ainda está em fase de estudo e planejamento, promete preencher uma lacuna histórica e impulsionar ainda mais o cenário artístico local.

Apesar de sua rica herança cultural e artística, Salvador é uma das poucas capitais brasileiras que ainda não conta com um teatro municipal próprio. O anúncio foi feito, na manhã desta terça-feira (10), durante um evento no Espaço Cultural da Barroquinha, onde foi lançado um pacote de ações voltadas à valorização das artes cênicas para 2025 na capital baiana.

“Quem sabe vem aí um teatro municipal, isso é um pleito meu de muito tempo com o prefeito [Bruno Reis], vamos ver se a gente consegue avançar com isso aí. Espaço tem, mas aí é juntar, fazer uma parceria com a iniciativa privada”, explicou Guerreiro, que também é diretor teatral, ao Portal M!. 

Demanda histórica e fortalecimento do teatro baiano

Fernando Guerreiro destacou a longa demanda do setor teatral baiano, reconhecido por sua força e criatividade. “A gente tem uma demanda enorme, de muito tempo, do teatro baiano, que é muito forte e criativo. Sente-se a necessidade de dar um apoio específico para esses artistas”, afirmou o presidente da FGM.

Descentralização e ocupação de espaços culturais

Durante o evento, Guerreiro também defendeu a descentralização das atividades culturais e o uso de estruturas já existentes na cidade. Ele mencionou os teatros instalados nos centros culturais Boca de Braza nos bairros de Cajazeiras, Valéria e Coutos, que já contam com programações constantes, mas muitas vezes são pouco reconhecidos.

“Hoje temos três teatros nos Bocas de Braza que são praticamente invisibilizados. Temos um teatro em Cajazeiras que é um sucesso, com programação constante e lotada, além de espaços em Valéria e Coutos. São três teatros à disposição da comunidade”, pontuou ao Portal M!.

Guerreiro também sugeriu parcerias com escolas particulares que possuem teatros fechados devido aos custos operacionais. “Precisamos batalhar para que esses espaços abram e recebam programação”, destacou.

Novas parcerias e ações culturais

A Prefeitura de Salvador também anunciou uma parceria com a Fundação Nacional de Artes (Funarte) para o projeto Curto Circuito, que levará apresentações artísticas aos espaços da FGM. Além disso, foram ressaltados avanços nas políticas culturais locais, como a execução das leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo, além do programa Viva Cultura, que apoia projetos culturais na cidade.

“Estamos finalizando o ano muito bem, numa época em que normalmente só se fala de Natal. A gente tem que falar de cultura também”, concluiu Guerreiro ao Portal M!.

Expectativas para o futuro das artes cênicas

O possível novo teatro municipal reacende as expectativas da classe artística em Salvador, que há anos busca mais espaços e políticas públicas para fortalecer as artes cênicas. Com iniciativas de descentralização e novas parcerias, a cidade se prepara para ampliar sua oferta cultural, beneficiando artistas e comunidades locais.