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Falta coragem dos políticos para mudar a realidade do Centro Histórico de Salvador, diz presidente da Ache

Turistas romenos foram feridos durante assalto no Pelourinho, no sábado (22)

O Centro Histórico de Salvador tem estado nas pautas dos noticiários locais nos últimos dias não por conta do turismo ou de atividades culturais, mas devido à violência que paira pelo local, tendo como o mais recente caso os dois turistas romenos que foram agredidos após reagirem a um assalto no último sábado (2). Na avaliação do presidente da Associação do Centro Histórico Empreendedor (Ache), José Iglesias Garcia, falta coragem dos políticos para mudar a realidade do Centro Histórico de Salvador.

“Temos um problema grave e falta coragem para tratar e mudar essa realidade. A segurança precisa ser tratada de forma diferenciada, assim como o mercado informal, que coleciona avaliações bizarras nas redes sociais e ninguém faz nada. Eu bato nesta tecla o tempo todo. Eu falo o tempo todo que os problemas precisam ser tratados, mas ninguém reage, não vejo a prefeitura reagir”, lamentou durante entrevista ao jornal Nova Manhã Salvador, da rádio Nova Brasil FM, com o editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, nesta terça-feira (25).

Segundo Iglesias, o problema do Centro Histórico não é de agora, mas de anos e está para além de se colocar mais policiamento no local, uma vez que a região já conta com a atuação da Polícia Militar, Civil e Guarda Civil Municipal. O que falta (e que faltou para os governantes que passaram) é que os atuais gestores do município, do Estado e Federal atuem em conjunto para combater o problema que é entendido como falha social também.

“Nossos governantes precisam estar mais atentos para entender que o Centro Histórico é o principal atrativo da cidade e que a atividade, o turismo, é a principal atividade econômica, é o maior gerador de emprego e renda da cidade. Então, se não houver esse entendimento, tanto da parte do governo da Bahia, quanto da prefeitura, vai ficar muito difícil que a gente possa avançar porque os problemas são repetitivos e precisam ser trabalhados. Eles se agravam quando são negligenciados e é isso que os órgãos precisam entender”, pontuou o presidente do Ache.

“A prefeitura, o governo da Bahia e o governo federal precisam deixar as diferenças políticas de lado e trabalhar para a população. Havendo essa união e cada qual trabalhar na sua competência”, completou o empresário.

“Eu vi um vídeo sobre o menor relatando que tinha devolvido o celular do turista, um iPhone 13 de última geração. Fui à Deltur e tomei informação, mas me informaram que era mentira, que não tinha sido devolvido. Liguei para o comandante do 18º Batalhão e perguntei se tinha como fazer algo, mas ele me respondeu que não tinha porque o menor já tinha sido liberado por não ter um flagrante. Mesmo com o vídeo e tudo ele foi liberado. Aquilo foi como se tivesse cravado um punhal no meu coração”, externou a revolta.

Num ponto de quase um desabafo, Iglesias comentou que recebeu um vídeo onde o menor envolvido no assalto aos romenos sendo ‘punido’ pelo chamado ‘tribunal do crime’. “Ele estava sendo castigado pelos traficantes locais, recebendo ‘bolos’ com um pedaço de madeira. Às vezes, chega ser até uma atrocidade falar isso, mas tem vezes que é mais negócio buscar um traficante para resolver os problemas do que um órgão público. O traficante diz assim: ‘Oh, aqui você não rouba’ e pode ter certeza que ele não vai roubar. Então, infelizmente, na nossa sociedade, o traficante tem mais poder do que a própria polícia”, disse o empresário referindo-se ao trabalho de enxugar gelo praticado pela polícia, uma vez que o criminoso é preso, mas acaba posto em liberdade pela Justiça.

Assista a entrevista:

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