Lula responde à queda na aprovação: ‘o povo não me compara com Bolsonaro’
Bahia registra, pela primeira vez, maior desaprovação do governo do presidente petista

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (27), que os eleitores não o comparam ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas ao seu próprio governo anterior, encerrado em 2010. A declaração foi dada em meio ao desgaste de sua popularidade, evidenciado por recentes pesquisas de opinião.
“Eu acho que nós temos que ter clareza de que uma pesquisa, quando está boa ou quando está ruim, serve de análise para saber se você muda ou não de comportamento. Eu acho que o povo brasileiro tem o direito de cobrar de um presidente da República como a torcida cobra de um jogador. Vira e mexe você vê a torcida vaiar o melhor jogador em campo, porque ele não está fazendo, não está correndo”, disse o presidente em entrevista à TV Record.
O petista reforçou que a comparação dos eleitores se dá com seu próprio desempenho em 2010, quando o Brasil apresentava índices econômicos mais favoráveis.
“Eu sei que eu tenho compromisso com o povo brasileiro, eu prometi durante a campanha. O povo brasileiro não me compara com o Bolsonaro, porque o Bolsonaro foi muito ruim, mas muito ruim. Eu quero que você viaje o Brasil para você saber se encontra uma obra dele. O povo me compara comigo mesmo. O povo me compara com o Lula de 2010. Quando eu deixei a economia, ela estava crescendo 7,5%”, destacou.
Pesquisa aponta alta rejeição ao governo Lula
Uma pesquisa realizada pela Quaest, divulgada na última quarta-feira (26), revelou que a rejeição ao governo Lula ultrapassa 50% em oito estados brasileiros. Entre eles, a Bahia se destaca por registrar, pela primeira vez, uma desaprovação maior do que a aprovação da gestão petista. O levantamento, contratado pela Genial Investimentos, aponta um cenário desafiador para o terceiro mandato do presidente.
No Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, a desaprovação supera 60%, refletindo um descontentamento significativo em estados de grande importância eleitoral. Em Pernambuco, outro reduto onde Lula obteve expressiva votação em 2022, a rejeição também superou a aprovação, registrando um aumento de 15 pontos percentuais em relação ao levantamento anterior.
Desaprovação histórica na Bahia
Na Bahia, estado governado pelo PT há 18 anos, a desaprovação do governo Lula atingiu 51%, um aumento de 18 pontos percentuais. Por outro lado, a aprovação caiu para 47%, uma queda de 19 pontos. A pesquisa, que ouviu cerca de 1.200 pessoas no estado, tem margem de erro de três pontos percentuais.
As principais críticas dos baianos ao governo federal envolvem questões econômicas. Apenas 16% dos entrevistados afirmaram perceber uma melhora na economia, enquanto 50% avaliaram que houve piora. Além disso, 95% dos entrevistados apontaram o aumento significativo no preço dos alimentos como um fator preocupante.
Outros temas destacados incluem segurança pública (44%), saúde (26%) e educação (10%). A pesquisa foi realizada entre os dias 19 e 23 de fevereiro e ouviu um total de 6.630 pessoas em oito estados brasileiros.
Queda na aprovação em outros estados
Pernambuco também apresentou números desfavoráveis para Lula. O índice de desaprovação alcançou 50%, enquanto a aprovação ficou em 49%. Esse cenário representa uma queda expressiva em relação a dezembro de 2024, quando a aprovação era de 66%.
No Rio de Janeiro, a rejeição ao governo Lula atingiu 64%, enquanto a aprovação ficou em 35%. Em São Paulo, a desaprovação saltou de 55% em dezembro para 69% no levantamento atual. Já em Minas Gerais, a desaprovação cresceu 16 pontos, chegando a 63%.
Os estados do sul do Brasil também demonstram insatisfação crescente com o governo. No Paraná, a rejeição ao presidente alcançou 68%, enquanto no Rio Grande do Sul o índice ficou em 66%. Goiás lidera o ranking de desaprovação, com 70% de insatisfação com a gestão petista.
Promessas não cumpridas e frustração popular
De acordo com o diretor da Quaest, Felipe Nunes, a insatisfação crescente está diretamente ligada às promessas de campanha não cumpridas pelo presidente Lula. “Primeiro, Lula não consegue cumprir suas promessas. Esse percentual sempre foi alto, mas chegou ao seu maior patamar em janeiro de 2025: 65%. Ou seja, mais do que gerar esperança, o atual governo produz frustração na população”, analisou.
Apesar do cenário adverso apontado pelas pesquisas, aliados do governo minimizam os resultados. “A oposição usa dessas estratégias para tentar minar o governo. Mas eu continuo acreditando que o povo baiano sabe quem trabalha por ele, e Lula já demonstrou isso ao longo de sua trajetória. Aqui na Bahia, seguimos firmes com nossos projetos e ações, independentemente do que dizem as pesquisas”, declarou um membro do governo baiano.
Enquanto Lula enfrenta uma crescente desaprovação em estados estratégicos, a comparação com seu próprio legado em 2010 parece continuar sendo um parâmetro de avaliação para muitos eleitores. A expectativa agora se volta para os próximos movimentos do governo em resposta ao descontentamento expresso nas pesquisas mais recentes.
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