Desta sexta-feira (15) até domingo (17), Salvador sedia o 49° Campeonato Brasileiro de Futebol de Mesa, no Fiesta Bahia Hotel. A competição reúne 272 representantes de dezenas de estados, e o evento promete ser um dos maiores da modalidade no Brasil. Os competidores estão divididos entre as categorias master, sênior, adulto e júnior.

A Confederação Brasileira de Futebol de Mesa (CBFM) e a Federação Baiana de Futebol de Mesa (FBFM) organizaram o campeonato nacional, destinado aos àqueles que jogam na ‘regra de um toque’.

A Bahia tem grande tradição no futebol de mesa. O presidente da Federação Baiana, Eugênio Dantas, explicou algumas curiosidades: “Temos a categoria ‘um toque liso’ e ‘cavado’. A diferença é que o botão ‘cavado’ (usado no Sul do Brasil) tem uma abertura por baixo, que possui um vácuo que faz o botão não deslizar muito, o que não temos na categoria de ‘um toque’, onde o controle é preciso. Há também as categorias ‘dois e três toques’, utilizadas mais no Sudeste”, disse o presidente.

Eugênio Dantas também ressaltou que há um cadastro nacional em que cada atleta realiza um tipo de inscrição para uma categoria específica. Ele falou, ainda, sobre a evolução da modalidade, conhecida durante muito tempo como ‘futebol de botão’.

“Já é federado e regularizado como esporte. Saiu das garagens e ganhou espaço. […] Temos dificuldade de trazer jovens para o futebol de mesa. O jovem é atraído por jogos eletrônicos, mas quem começa cedo, por ser atraído pelo pai ou avó, gosta, e vê as semelhanças com o futebol de campo”, afirma.

Futebol de mesa foi criado por brasileiro

Em 1930, o pintor e ator brasileiro Geraldo Cardoso Décourt criou o jogo e seu guia de regras, como um simulado de futebol, praticado com botões apropriados, que representam os jogadores e são movidos com o auxílio de uma palheta.

No início, ele utilizava botões de camisa ou paletó e chamava o jogo de ‘celotex’, que era o nome do material usado para a confecção das mesas. Logo, os botões de madeira foram substituídos por vidros de relógios de pulso usados e depois pelos artefatos de plástico ou acrílico industrializados, com adesivos colados ao centro, contendo os escudos ou até o rosto dos jogadores dos times.

Em 1988, o Conselho Nacional de Desportos reconheceu o futebol de mesa como modalidade esportiva praticada no Brasil, sendo uma vertente dos esportes de salão, no qual se incluem o xadrez e o bilhar, por exemplo.

É a Confederação Brasileira de Futebol de Mesa que regula e orienta a prática do esporte no país. Um dos principais objetivos da entidade é fazer com que o esporte seja conhecido pelos leigos como futebol de mesa, e não como ‘jogo de botão’, pois essa associação faz com que a modalidade esteja ligada à prática de um jogo infantil, o que dificulta seu reconhecimento público como esporte e, consequentemente, seu desenvolvimento.

Em 2001, o 14 de fevereiro – aniversário de Geraldo Décourt – foi instituído como o Dia do Botonista. Outros países que já praticam a modalidade são Argentina, Uruguai, Chile, Espanha, Romênia, Hungria, República Tcheca, Eslováquia, Polônia, Sérvia, Croácia, Suiça, Russia, Ucrânia e Japão.