População ocupada do Brasil cresce 4,2% em 2023, diz IBGE

Em comparação a 2019, quando o contingente era de 92,8 milhões, houve inclusão de 6,4 milhões de indivíduos

Por Estadão Conteúdo e Redação
19/04/2024 às 11h15
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Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

A população ocupada no Brasil cresceu 4,2% entre 2022 e 2023, passando de 95,2 milhões para 99,2 milhões de pessoas. O valor é o maior da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em comparação a 2019, quando a população ocupada era de 92,8 milhões, houve um aumento de 6,4 milhões de indivíduos. Os dados foram divulgados pelo IBGE na manhã desta sexta-feira (19).

Em 2023, a massa mensal de rendimento somou R$ 295,6 bilhões, o maior valor da série histórica da Pnad Contínua. Comparado ao ano anterior, houve aumento de 11,7%.

População com renda

No Brasil, mais de 140 milhões de pessoas tinham algum tipo de renda em 2023, fatia que representa 64,9% da população. Entre 2022 e 2023, todas as cinco regiões apresentaram aumento no percentual de pessoas que recebem rendimento.

A Pnad mapeia os rendimentos provenientes do trabalho e de outras fontes, como aposentadoria, aluguel, pensão e programas sociais de transferência de renda. São também consideradas fontes de renda a rentabilidade de aplicações financeiras, as bolsas de estudos, os direitos autorais e a exploração de patentes.

Desigualdade no mercado de trabalho sobe 

A desigualdade no Brasil subiu em 2023 puxada pelo aumento da renda de trabalhadores com nível superior, constatou a nad Contínua 2023. O rendimento dos 10% mais ricos saltou 10,4%, enquanto a fatia dos 10% com menor rendimento na população teve avanço de 1,8% frente ao ano anterior.

"Em 2023, o décimo da população ocupada com melhores rendimentos teve maior expansão em relação à média, enquanto o décimo da população com menores rendimentos teve o menor crescimento em relação a 2022. Mesmo assim o Gini, continua abaixo do período pré-pandemia", informou o analista do IBGE Gustavo Fontes.

O índice Gini do trabalho - indicador que mede a desigualdade de renda, numa escala de 0 a 1, em que, quanto mais perto de 1 o resultado, maior é a concentração de riqueza -, atingiu 0,494 em 2023, depois de ter caído para 0,486 em 2022, menor índice da série histórica. Em 2019, antes da pandemia, o indicador estava em 0,506.

A região Sul permaneceu com o menor índice, de 0,432, enquanto a região Nordeste apresentou o maior patamar, de 0,509, mantendo-se como a região com a distribuição de rendimentos de trabalho mais desigual no País.

"Principalmente na comparação com 2022, houve uma recuperação do rendimento da população com nível superior completo e dos empregadores. A gente observou que o mercado de trabalho, nesse último ano, de certa forma, favoreceu a população com nível superior completo", explicou Fontes.

Segundo o pesquisador, a camada da população de nível superior teve queda de rendimento no período da pandemia, mas no ano passado se beneficiou com a recuperação geral do mercado de trabalho, sendo que o setor que mais cresceu foi o de serviços mais sofisticados, como financeiro, comunicação, informação e administrativo, cujo rendimento médio do trabalho é maior.

Entre os cinco estados com o maior índice de Gini estão Piauí (0,587), Paraíba (0,584) e Rio Grande do Norte (0,517), no Nordeste, mas a lista também inclui o Distrito Federal (0,540) e o Rio de Janeiro (0,519), destacou Fontes. "São UFs (Unidades Federativas) que têm rendimento médio elevado, mas que também tem o nível mais alto de desigualdade no mercado de trabalho", ressaltou.

Já Santa Catarina apresentou o menor índice Gini de rendimento de trabalho (0,395), seguida de Rondônia (0,426), Mato Grosso (0,434), Paraná (0,438) e Acre (0,448). São Paulo registrou um índice perto da média, com 0,487, informou o IBGE.

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