"Cabine é o ambiente adequado para o transporte de animais em avião", diz CFMV

Anac indicou que aceitará sugestão do CFMV para a criação de um grupo de trabalho que discutirá aspectos da regulamentação

Por Redação
03/05/2024 às 23h20
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Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Durante participação em audiência pública sobre o transporte aéreo de animais, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) indicou que a cabine é o ambiente adequado para a viagem de animais em aeronaves. De acordo com o gerente técnico do CFMV Fernando Zacchi, esse tipo de acomodação reduz o estresse dos animais durante o percurso.

"A gente entende que o ambiente adequado é a cabine. Transportar no bagageiro deveria ser exceção da exceção em condições justificadas com todo o acompanhamento de um médico-veterinário. O tutor deve ter o máximo possível de acesso ao animal porque para a maioria dos problemas relacionados ao animal dentro da cabine ou fora da cabine são resolvidos com o olhar do responsável. É o estar junto", definiu Zacchi, no encontro promovido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em Brasília.

O gerente técnico ressaltou ainda que a responsabilidade pelo transporte aéreo de animais não pode delegada apenas às companhias aéreas. "É como uma pessoa que nunca viajou de avião: a gente não sabe qual reação ela vai ter. Um pet que nunca viajou de avião pode ter reações inesperadas, mas ele estando junto com o seu responsável a tendência é que essas questões diminuam. Deixar somente nas mãos das companhias a gente entende que não está resolvendo", sinalizou.

Fernando Zacchi enumerou outros pontos considerados cruciais para garantir a eficiência do transporte aéreo de animais, entre os quais se destacam o treinamento das equipes desde o embarque até o desembarque, a segurança contra fugas e identificação dos animais, além da assistência médico-veterinária. "Hoje o médico-veterinário só está, via de regra, salvo algumas exceções, do aeroporto para fora. O profissional analisa um animal e dá o atestado de que ele está apto para viagem, sob condições normais de temperatura e pressão, mas isso pode mudar na porta da aeronave. Qual é a estrutura que a gente tem para verificar isso?", questionou.

A Anac indicou que aceitará sugestão do CFMV para a criação de um grupo de trabalho que discutirá aspectos da regulamentação e das sugestões que vierem da consulta pública. Uma reunião sobre a formatação do GT está marcada para a próxima terça-feira (7). "A gente pode auxiliar na compilação das sugestões que vão vir, sob o ponto de vista técnico", disse Fernando Zacchi. As sugestões devem aprimorar a Portaria 12.307, da Anac, que trata das condições gerais para o transporte de animais em voos doméstico e internacional.

A audiência pública foi presidida pela secretária-geral da Anac Ana Motta. Participaram ainda o superintendente de Acompanhamento de Serviços Aéreos da Anac Adriano Pinto Miranda, o assessor técnico do CFMV Andreey Teles, além de médicos-veterinários, representantes do Ministério do Meio Ambiente, da Associação dos Amigos dos Autistas do Distrito Federal, entidades de proteção e defesa animal e políticos. A consulta pública tem duração de 15 dias, com encerramento no dia 14 de maio. As contribuições da sociedade podem ser feitas pelo site da Anac.

 

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