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Psicoterapeuta diz que polêmica entre Ivete e Baby reflete um “choque de visões”

Jordan Campos enfatizou que a ocasião é um reflexo do Brasil, onde "religiosidade e festividades frequentemente se entrelaçam"

O psicoterapeuta clínico, professor e escritor, Jordan Campos, compartilhou neste domingo (11), um texto sobre a polêmica envolvendo as cantoras Baby do Brasil e Ivete Sangalo. Como mostrado pelo Portal M!, no sábado (10), Baby sugeriu a possibilidade de um “apocalipse”, enquanto Ivete sugeriu “macetar o apocalipse”. O diálogo, que viralizou nas redes sociais, reflete um “choque de visões”, na avaliação do especialista. 

“Estava eu passeando pelas redes e o diálogo caloroso entre as cantoras Baby do Brasil e Ivete Sangalo, viralizou. Um holofote inesperado na interseção entre fé, cultura popular e o eterno fascínio humano pelo apocalipse. Com um pé na tradição evangélica e outro na irreverência carnavalesca, essas declarações trazem à tona debates e reflexões que vão muito além da música”, iniciou Jordan.

Já sobre a fala de Baby, o psicoterapeuta acredita que o timing escolhido pela cantora pode não ter sido o mais “propício”, fator que pode ter contribuído para a surpresa e polêmica em torno da fala. “Primeiramente, Baby, ao profetizar o apocalipse no auge das festividades do Carnaval, parece misturar mensagens de cunho religioso com a essência descompromissada do evento. Sua afirmação sobre o arrebatamento coloca uma lente espiritual sobre uma celebração majoritariamente secular, provocando questionamentos sobre o que uma cantora evangélica espera transmitir em um contexto tão festivo. No entanto, o timing e o cenário podem não ser os mais propícios para mensagens de fim dos tempos, o que explica a surpresa e a polêmica gerada”. 

A fala de Ivete, por sua vez, na avaliação do especialista, pode ter gerado uma certa estranheza, por tratar de forma leves, assuntos que são de “profunda seriedade espiritual”. “Por outro lado, Ivete, com seu característico bom humor e energia, propõe “macetar” o apocalipse, uma fala que traduz a essência do Carnaval: a celebração da vida, da resistência e da alegria, apesar das adversidades. Sua resposta foi uma forma rápida de reafirmar o otimismo e a fé, sugerindo que a intervenção divina garantirá a continuidade da festa e da vida. Contudo, para alguns, essa abordagem pode parecer uma heresia, ao tratar com leveza temas de profunda seriedade espiritual”, afirmou. 

Dessa forma, ao apontar o “choque de visões”, Jordan expõe que de um lado, estava a “perspectiva apocalíptica que convida à introspecção em meio à euforia carnavalesca”, enquanto do outro, se mostrou “uma defesa da alegria e da fé inabalável na proteção divina, independentemente das circunstâncias”. 

Por fim, o psicoterapeuta enfatizou que a ocasião é um reflexo do Brasil, onde “religiosidade e festividades frequentemente se entrelaçam de maneiras surpreendentes”. 

“Mais do que um mero debate sobre o fim dos tempos, a troca entre Baby e Ivete representa uma sociedade que, mesmo diante de previsões catastróficas, escolhe celebrar a vida, mantendo a fé no futuro. A verdadeira mensagem pode ser que, mesmo nas divergências, há espaço para reflexão, diálogo e humor – elementos essenciais para navegar os tempos incertos, seja no Carnaval ou no além”, concluiu. 

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