Em sua primeira declaração como ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo afirmou que irá assegurar que as denúncias de assédio sexual que envolvem seu antecessor, Silvio Almeida, serão investigadas e devidamente punidas. Ela destacou, ainda, que é preciso respeitar as vítimas e não culpabilizá-las.
“É preciso garantir o direito dos denunciantes. Também é preciso garantir amplo e pleno direito de defesa. E uma coisa muito importante é que a gente garanta privacidade e sigilo sobre os fatos, principalmente das pessoas que foram lesadas”, declarou a ministra.
Macaé disse também que a Comissão de Ética da Presidência da República e a Polícia Federal já abriram processos investigativos para apurar as denúncias e ressaltou que é muito importante que as investigações sejam feitas com lisura e dentro da lei, garantindo o direito de defesa do acusado e fazendo o acolhimento das vítimas.
A nova ministra destacou ainda que suas prioridades a frente do ministério serão pautadas pelo enfrentamento da violência sexual contra crianças e ações para cuidado com pessoas em situação de rua e aos idosos.
O nome de Macaé Evaristo foi anunciado pelo presidente Lula ainda na segunda-feira (9), quando ele publicou uma foto ao lado da deputada por Minas Gerais e desejou um bom trabalho.
Entenda o caso
Silvio Almeida foi exonerado após a divulgação de denúncias de assédio sexual feitas pela ONG Me Too Brasil. As acusações foram publicadas pelo portal Metrópoles e confirmadas pela ONG, que combate a violência sexual.
Após reunião com Almeida no Palácio do Planalto, o presidente Lula considerou a situação insustentável e decidiu afastá-lo.
À medida que as denúncias vieram à tona, Almeida se isolou na Esplanada dos Ministérios. A ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) foi uma das supostas vítimas do assédio sexual. Outras figuras importantes, como a primeira-dama Janja, a ministra Cida Gonçalves (Mulheres) e o senador Paulo Paim (PT-RS), manifestaram solidariedade nas redes sociais às mulheres que teriam feito as denúncias contra o então ministro dos Direitos Humanos.
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