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Lula manda indireta a Elon Musk e diz que soberania do Brasil não está à venda

Lula manda indireta para Elon Musk
Presidente criticou dono do X por desrespeitar legislação brasileira em pronunciamento oficial pelo Dia da Independência

O presidente Lula (PT) criticou, , nesta sexta-feira (6), de forma indireta o empresário Elon Musk em pronunciamento oficial em rede nacional pelas comemorações aos 202 anos de independência do Brasil, comemorado neste sábado (7). Sem citar o nome do dono da rede social X, o petista disse que “nossa soberania não está à venda”, após o bilionário desrespeitar ordens do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Nenhum país é de fato independente quando tolera ameaças à sua soberania. Seremos sempre intolerantes com qualquer pessoa, tenha a fortuna que tiver, que desafie a legislação brasileira. Nossa soberania não está à venda”, afirmou.

O recado de Lula acontece em meio aos ataques que o ministro Alexandre de Moraes está recebendo por ter determinado a suspensão do X (ex-Twitter) no Brasil.

Defesa da democracia

Em seu discurso, Lula também reforçou que a democracia ocorre a partir da convivência de opiniões diferentes. “Democracia é debate entre opiniões divergentes, diálogo e convivência civilizada entre opostos. É o respeito à vontade do povo expressa nas urnas Não o direito de mentir, espalhar o ódio e atentar contra a vontade do povo”, afirmou, em tradicional pronunciamento em celebração ao Dia da Independência.

“Nenhum país é de fato independente sem o exercício pleno da democracia, que é mais do que votar no dia da eleição. A democracia é capaz de unir adversários de longa data. Foi assim na construção da aliança para garantir a governabilidade do País após as eleições de 2022. Foi assim no 8 de janeiro de 2023, quando democratas de quase todos os partidos se uniram para derrotar a tentativa de golpe. Daquele dia em diante deixamos claros ao mundo que o Brasil é um País em que a paz e a liberdade imperam, mas não é um território sem lei e ordem”, declarou o presidente, em referência à aliança com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

Do mesmo modo, Lula reforçou os dados positivos de seu governo e disse que esses resultados são frutos da política democrática. “A vitória da democracia permitiu que trouxéssemos de volta políticas de inclusão social que retiraram milhares de pessoas da pobreza, que tivéssemos uma política externa ativa e altiva, à altura da grandeza do Brasil, que a saúde e a educação voltassem a ser prioridade, que derrotássemos o negacionismo e que o combate a todas as formas de desigualdade voltasse à ordem do dia”, reiterou.

Parceria política

Nesse contexto, o presidente ressaltou a parceria com governadores e prefeitos de outros partidos, para defender a democracia e atuar em prol do Brasil. Inclusive, Lula citou o auxílio de sua gestão ao Rio Grande do Sul, que passou por enchentes nos últimos meses e conta com a administração do governador Eduardo Leite (PSDB), que é da oposição.

“Foi assim na seleção de obras prioritárias do PAC para cada Estado e município. Foi assim no socorro imediato às vítimas de calamidades, a exemplo das enchentes no Rio Grande do Sul e das queimadas no Pantanal e na Amazônia”, disse.

Da mesma forma, Lula frisou a pretensão de promover uma política nacional de segurança pública junto aos 27 governadores, sendo essa uma pauta recorrente entre partidos de esquerda. Além disso, ele falou sobre a queda do desemprego no país e o crescimento da economia.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na última quarta-feira (4), que o PIB do Brasil aumentou em 1,4% no segundo trimestre de 2024, número 0,9% acima do projeto por analistas de instituições financeiras. “Temos muitos desafios pela frente, mas estamos no rumo certo. É o começo de uma caminhada por um Brasil melhor para a família brasileira”, concluiu.

7 de Setembro

Lula participou, neste sábado (7), do desfile de 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e do Senado, Rodrigo Pacheco, compareceram ao evento. Já o presidente da Câmara, Arthur Lira, decidiu não participar.

Em celebração ao Dia da Independência, os apoiadores de Bolsonaro se reuniram na Avenida Paulista, em São Paulo, para uma manifestação com o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes, que ganhou força após banir o X no Brasil.

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Ricardo Stutkert/ PR