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Após demissão no Ipac, Luciana Mandelli assume superintendência da SPM

Historiadora e vice-presidente do PT-BA foi exonerada pelo secretário estadual de Cultura, Bruno Monteiro, na quarta-feira

A historiadora e vice-presidente estadual do PT, Luciana Mandelli, vai assumir a Superintendência de Promoção e Inclusão Socioprodutiva, da Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres (SPM). A nomeação foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) deste sábado (20) e acontece três dias após ser exonerada do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) pelo secretário estadual de Cultura, Bruno Monteiro, ligado ao senador Jaques Wagner (PT).

A tensão na Secretaria Estadual de Cultura (Secult-BA) acabou também causando a demissão da produtora cultural Piti Canella da direção da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), cujo ato foi publicado no DOE da última quinta-feira (18). Por enquanto, ela ainda não foi reconduzida a nenhum outro cargo na esfera estadual. No lugar de Mandelli, assumiu Marcelo Ferreira, chefe de gabinete do secretário de Cultura. Já para a diretoria do Ipac, foi nomeada Sara Gabriela Prado, que era chefe da Superintendência de Promoção da Cultura da Secult-BA.

As baixas na secretaria, que seriam por falta de alinhamento político com Monteiro, desencadearam uma série de críticas no PT e na base governista do governador Jerônimo Rodrigues (PT), que negou o mal-estar na pasta e afirmou que mudanças no governo eram “natural”. No entanto, dentro da ala petista, o sentimento seria de “perplexidade”, já que o trabalho que vinha sendo desenvolvido pela dirigente partidária era bem avaliado, com entregas importantes como a inauguração do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC) em setembro do ano passado, no bairro da Graça, em Salvador.

A nomeação para a nova função foi comemorada, neste domingo (21), por Luciana que publicou uma foto ao lado do governador, com uma espécie de desabafo e uma retrospectiva do seu trabalho à frente do Ipac.

“Quero iniciar agradecendo ao Governador @jeronimorodriguesba pela oportunidade de fazer parte desse projeto e de gestar um órgão público de imensa importância para a sociedade baiana e  brasileira como é o IPAC, autarquia que guarda em sua missão a proteção ao patrimônio cultural do estado matriz fundante de nossa nação. Foi reconhecendo essa grandeza que nos apoiamos nas ideias de Milton Santos descendo de saveiro pela Kirimurê, desembarcando no MAM de Dona Lina, para organizar nossa parte na tarefa que nos foi dada: ajudar a reconstruir e disputar as estruturas culturais no Brasil. Ao longo do ano de 2023, conseguimos executar um orçamento de investimento quase quatro vezes maior do que o inicialmente previsto e iniciamos em 2024, com um novo PPA e LOA aprovados, com um orçamento ainda maior e redistribuído”, disse a dirigente petista, ressaltando “missão dada, missão bem cumprida”.

Após agradecer o apoio e “enxurrada de mensagens positivas vindas de trabalhadores, detentores de bens, artistas, produtores, gestores, parlamentares, agentes de embaixadas e obviamente da imprensa”, Luciana falou sobre os desafios no novo cargo.

“É exatamente por entender a tarefa de correr com lobas e liderar matilhas que recebo com altivez a designação para minha nova tarefa em nosso projeto: contribuir com a Secretaria de Políticas para as Mulheres através da Superintendência de promoção e inclusão socioprodutiva. Agradeço as boas-vindas e o acolhimento da secretária Elisângela Araújo e de todas as novas colegas que já fizeram contato”, afirmou.

“Construir contracultura é um exercício que se faz questionando as estruturas. Constituir redes produtivas, impulsionar a autonomia econômica e o empoderamento político das mulheres continua sendo uma nobre e urgente tarefa nesse cenário que vivemos. Como aprendemos por aqui, o feminismo é base para uma nova sociedade. Sem mulheres não há nova cultura societária. Assim, agentes políticos como eu, uma mulher política, formada nas lutas do meio popular, no partido e na academia, devem atuar em consonância com as premissas do nosso projeto político, que foi escolhido pelo povo na Bahia e no Brasil. Nosso modo de governar é amplo, republicano, inclusivo, com planejamento e participação social e com compromissos historicamente firmados com os mais vulneráveis. Seguirei me empenhando na construção dessa nova sociedade e na contracultura que nos faz sonhar”, completou Mandelli.

 
 
 
 
 
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