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Eleição em SP: líder em rejeição, Marçal muda de tom e fica escanteado em debate no SBT

De forma geral, os candidatos de fato adotaram posturas mais sóbrias e propositivas se comparadas aos desempenhos em embates anteriores

Os cinco principais candidatos à Prefeitura de São Paulo se reuniram mais uma vez nesta sexta-feira (20), em Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo, onde participaram do debate promovido pelo SBT, Terra e Novabrasil. O programa teve início com uma introdução incomum: o apresentador, César Filho, lembrou dos lamentáveis episódios da disputa até aqui, algo que reflete a tensão que permanece entre os postulantes. “Levando em consideração o ocorrido em outros debates, tais como agressões físicas e verbais, utilização de palavras de baixo calão e acusações desrespeitosas, se faz necessário lembrar que este é um espaço voltado para uma discussão civilizada”, disse o mediador, que reforçou a dureza das regras.

De forma geral, os candidatos de fato adotaram posturas mais sóbrias e propositivas se comparadas aos desempenhos em embates anteriores. A maior transformação foi visivelmente a de Pablo Marçal. Após divulgação da pesquisa Datafolha desta quinta-feira (19), que o coloca como líder em rejeição (47%), Marçal se mostrou mais contido e até se desculpou com o público. “Quero pedir perdão. Meu objetivo até agora, e a campanha começa agora, foi expor o perfil de cada um”, disse. “A minha pior versão eu já mostrei, e a partir de agora você vai ver uma postura de governante”, completou.

O candidato do PRTB, no entanto, não deixou de lançar indiretas, a exemplo de quando diz que “tem gente que precisava estar na ala psiquiátrica”, discurso que passou a adotar contra José Luiz Datena (PSDB) desde que foi agredido com uma cadeirada pelo comunicador. Assim que teve oportunidade, Marçal também relembrou o boletim de ocorrência por violência doméstica que envolve o atual prefeito da capital paulista e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB).

O programa teve dobradinhas entre Guilherme Boulos (PSOL) e José Luiz Datena, além de Nunes e Marina Helena (Novo). “Acho muito estranho este joguinho que todo mundo de repente virou amigo. Tem algo por trás disso”, sinalizou Tabata Amaral (PSB).

Enquanto puderam escolher a quem se dirigir, os demais candidatos evitaram Marçal, que só conseguiu começar a falar no fim do primeiro bloco, respondendo à candidata do PSB, que o comparou com o Jogo do Tigrinho – “promessas falsas que podem atrair quem está desiludido. Por isso, é importante conhecer a história das pessoas”, disse a deputada federal.

Marina Helena passou a contribuir para um tom mais agressivo ao se referir ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) como ex-membro de um “movimento marginal”, aludindo à atuação de Boulos no MTST.

Ricardo Nunes, por sua vez, teve que se explicar sobre suas recentes declarações nas quais relativizou a vacinação obrigatória durante a pandemia de COVID-19. O prefeito se justificou afirmando ter orgulho da sua atuação na época. “Sou eu o prefeito que fez de São Paulo a capital da vacina”, disse. Nunes ponderou, contudo, que o que precisaria ser corrigido era obrigatoriedade do passaporte da vacina. “Não precisa obrigar as pessoas a apresentar o passaporte para ir a igreja, bar e restaurante”, opinou, em aceno ao eleitorado conservador.

Entre as já conhecidas propostas e opiniões, o que se viu de diferente neste debate foi um movimento coletivo dos postulantes em colocar Pablo Marçal no escanteio da conversa, restringindo a participação do empresário ao mínimo obrigatório e evitando rebater falas mais incisivas do ex-coach. Neste quesito, Guilherme Boulos foi o mais bem-sucedido entre os líderes nas intenções de voto, uma que que Ricardo Nunes recorreu ao direito de resposta quando chamado de “tchutchuca do PCC” pelo candidato do PRTB. “Estou me cansando dos direitos de resposta contra o Pablo Henrique. Estava indo bem até agora, mas ele não consegue”, lamentou o prefeito.

Vale lembrar que a mais recente pesquisa Datafolha aponta a manutenção do empate técnico entre Nunes (27%) e Boulos (26%). Em segundo lugar, Pablo Marçal soma 19% das intenções de voto.

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