O corpo como obra de arte suprema. Movimentos arrojados e poéticos. Este é o foco do espetáculo de dança “Carlota – Focus Dança Piazzolla”, que no próximo dia 18 de novembro, às 20h, faz apresentação única em Salvador, no Teatro ISBA (Ondina).
A coreografia, da premiada Focus Cia de Dança, está em turnê nacional e é assinada por Alex Neoral. A montagem tem inspiração em 11 composições do bandoneonista Astor Piazzolla, utilizadas como fio condutor poético para contar a história da coreógrafa carioca Carlota Portella.
Já são 23 anos de um percurso sólido da Focus Cia de Dança, expoente da renovação da dança contemporânea dentro e for a do Brasil, que une Neoral e Tati Garcias, diretora de produção e gestora. Carlota – Focus Dança Piazzolla tem o patrocínio oficial da Petrobras, que comemora 70 anos de atividades, além de celebrar uma década de parceria junto à Focus Cia de Dança.
Um conjunto de oito bailarinos. Em Carlota – Focus Dança Piazzolla, homens e mulheres são indistintos por figurinos. Funcionam como extensão uns dos outros, condutores da energia de movimentos arrojados e poéicos, sempre com excelência técnica, marca da Focus Cia de Dança. O tango, criado há quase 150 anos na Argentina, vai e vem em referências nos passos que exploram solos e aéreos, engates e até momentos de contornos acrobáticos entram em cena.
Carlota – Focus Dança Piazzolla fez apresentação de algumas cenas, ainda sem forma final, no Festival Quartiers Danses, em Montreal, no Canadá, em 2022, arrebatando a plateia. “Carlota se apropria da melancolia e rigidez do tango em cada momento da coreografia. Fala muito de abandono, seja pela atmosfera do gênero, seja por momentos que vivenciei ao longo da minha vida profissional, que faz parte também da vida de todos nós”, reflete Neoral.
“Ao mesmo tempo que faço alusão à minha trajetória formativa, sou extremamente sensível à obra de Astor Piazzolla, sempre quis criar uma obra para suas composições. Outro aspecto interessante é que venho de uma jornada de obras imagéticas desde a sala de ensaios, por exemplo, com Vinte, sobre Clarice Lispector, o infantil Bichos Dançantes, uma fábula infantil que até rendeu meu primeiro livro, além das marcantes As canções que você dançou pra mim, inspirada nas letras do ‘rei’ Roberto Carlos, e Saudade de Mim, a partir dos quadros de Candido Portinari e canções de Chico Buarque. Agora volto a criar num exercício absolutamente único, se fosse comparar como Still Reich, dedicado às composições de Steve Reich”, destaca Alex Neoral.
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