O diretor-geral do filme ‘A Voz de Ruy’, Belisário Franca, detalhou os principais desafios da produção que tem sua pré-estreia nesta segunda-feira (4), no Cine Glauber Rocha, na Praça Castro Alves. Ao Portal M!, ele ressaltou que o principal deles foi trazer a “essência”, diante das diversas “camadas” do jurista brasileiro.
“O cinema e o cinema documental, o desafio é justamente a gente trazer a essência. No caso de Ruy Barbosa, o personagem é muito rico, é um personagem com muitas camadas. Mas, ao mesmo tempo é um personagem com muitas ideias, que ainda estão muito presentes no Brasil de hoje. Se a gente for pensar no Brasil de hoje, a gente vai ver refletindo muitas das ideias que esse homem trabalhou há mais de cem anos atrás. Então assim, o nosso desafio com essa possibilidade e essas camadas desse homem foi, na verdade, trazer o essencial”.
Ainda segundo o diretor, a produção traz a “alma” de Ruy, enquanto “pensador” e “homem combativo na defesa das suas ideias”. Ele também listou como desafio trazer os ideais de Ruy para a juventude atual. “Ele é um homem de muitas convicções. Isso é muito interessante e talvez inspirador para as novas gerações ver como é possível defender as suas ideias para um Brasil melhor, para um Brasil mais igualitário, para um Brasil republicano. Então, essas ideias já estavam lá atrás. Então, isso acho que é muito interessante de estar, enfim, trazendo hoje, aqui nessa noite”.
Belisário também ressaltou que um dos desejos é de que as novas gerações possam fazer “fruto e usufruto desse projeto”. Além disso, o diretor pontuou ainda contribuições importantes de Ruy Barbosa, como a colaboração do jurista para a primeira Constituição.
“A gente vê, no arco do tempo, que o que acontece hoje no Brasil em vários aspectos, é uma construção histórica. E quando a gente vai para o Ruy, para o que ele pensou, para o que ele escreveu, onde ele atuou como advogado, como político, como jornalista, até como diplomata que não era, mas foi, se tornou e que diria que foi fundamental não só para o Brasil, mas até numa perspectiva planetária, numa perspectiva internacional, é impressionante. É até muito impressionante que tenha cabido só naquela vida, porque é uma obra… E aí, de novo, eu acho que a gente tem um personagem que está muito presente em muitas dessas ideias. Se a gente for pensar na primeira Constituição, que ele ajudou a escrever, muitas daquelas ideias estão na Constituição de 1988, permaneceram. Então, ele se antecipou em alguns campos para discussões que só viriam em 40, 50 e até 60 anos depois”.
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