O Templo da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, recentemente inaugurado na Av. Paralela, em Salvador, chama atenção não apenas por sua imponência, mas também por ser mais uma representação religiosa em um estado marcado pela pluralidade. Com isso, a abertura ao entendimento e ao respeito entre diferentes crenças tem sido uma prioridade dos membros da Igreja, conforme revelou Alexsandro Silva, coordenador de visitação da Casa Aberta do Templo.
Entrevistado desta edição do SobreTudo, ele destacou que “não existem barreiras entre as religiões” e reforçou o desejo de construir pontes e promover a harmonia entre os fiéis de distintas crenças. O templo está aberto à visitação pública até este sábado (7), das 9h às 21h.
Questionado sobre como a Igreja se relaciona com as religiões de matriz africana, o protestantismo, catolicismo e o espiritismo, Alexsandro enfatizou que todos os seus praticantes são vistos como “filhos de Deus”.
“Como todos nós somos. A gente não procura ter nenhuma barreira entre as religiões. Nós procuramos nos ajudar entre religiões. Existem vários simpósios, várias reuniões a respeito de temas inter-religiosos. Há pouco tempo, por exemplo, nós tivemos um congresso inter-religioso no Vaticano. E um dos nossos apóstolos estava lá representando a Igreja, diante de todos os outros líderes mundiais. Então, isso para a gente é um exemplo, porque a nossa liderança mundial está tentando mostrar que não existem barreiras entre religiões”, destacou.
Conforme o coordenador de visitação do templo, mesmo diante de diferentes crenças, todos estão em busca do mesmo Deus. “Todos procuram buscar o mesmo Deus, o mesmo caminho para a nossa felicidade. E acho que a melhor forma disso é que nós possamos conviver bem. Acho que isso é o mais natural possível”, destacou.
Igreja missionária
Conhecida por sua característica missionária, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias incentiva seus membros a participarem deste programa, sobretudo entre os homens, cuja atividade é vista como um ‘mandamento’, embora seja voluntária.
“Nossos membros são incentivados. Nós entendemos que, por exemplo, para os homens, é um mandamento eles irem para a missão. A missão, para os homens, dura cerca de dois anos. É totalmente voluntária. E as irmãs, com 19 anos, elas também são incentivadas, mas a gente não entende que seja um mandamento para as mulheres”, explicou.
Alexsandro revelou ter um filho servindo a missão São Paulo-Leste desde o dia 5 de junho deste ano. “Vai ficar dois anos lá, está muito feliz. Eu acho que é uma maneira de a gente mostrar o nosso amor ao Salvador e a gente poder espalhar o Evangelho a todo mundo, e abrir a boca para poder falar do Evangelho [de] Jesus Cristo e convidar as pessoas, né?”, contou.
Questionado sobre como funciona o processo missionário na religião, Alexsandro explicou que a Igreja é responsável por arcar com a maioria das despesas dos fiéis. “Uma das coisas que eu vejo aqui, que é muito satisfatória, é que nós sabemos para onde estão indo nossos dízimos, nossas ofertas. Então, esses jovens, a Igreja arca com a grande maioria da despesa deles. Eles estão ao redor do mundo, a serviço da Igreja e a serviço do Salvador Jesus Cristo, evangelizando as pessoas”, destacou.
Segundo ele, a missão pode ser feita, inclusive, por pessoas que não tenham condições financeiras. “Se você não tiver condições de ajudar a ir para uma missão, mas se você tem o desejo de ir para a missão, a Igreja nunca vai te barrar. Ela vai te mandar para a missão e você vai servir sua missão da melhor forma possível, sem problema nenhum”.
