Ao todo, 129 mulheres foram vítimas de homicídio na Bahia ao longo do ano de 2023. O número é o maior entre os oito estados analisados pela Rede de Observatórios da Segurança, projeto do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec).
No boletim “Elas vivem: liberdade de ser e viver”, divulgado nesta quinta-feira (7), a rede destaca o panorama das violências contra as mulheres no território baiano e também nos estados do Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo.
Em toda a amostra, foram 3.528 registros, distribuídos entre casos de homicídio, feminicídio, estupro e outros crimes.
Para contabilizar os casos, a Rede de Observatórios usa a veiculação na mídia como ponto de partida da coleta de informações. A metodologia consiste na compilação de registros de violência e segurança feitos em sites, jornais e redes sociais, entre outros meios, para posterior análise e revisão. Os pesquisadores também consideram dados obtidos por outras fontes.
Como o estudo reconhece, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) instituiu um departamento de proteção às mulheres, ancorado por ações como a Ronda Maria da Penha. Ainda assim, os esforços não se mostram suficientes para atender todo o território.
“A Bahia tem 417 municípios e apenas 38 centros de atendimento a mulheres, sete Núcleos Especializados de Atendimento à Mulher (Neams) e uma baixa quantidade de delegacias especializadas. Isso faz com que o estado permaneça com altos números de feminicídios no Nordeste”, aponta o texto.
Para a Rede de Observatórios, uma ação eficaz para atacar os altos índices de violência inclui justamente a ampliação dessa rede, com maior cobertura ao longo do território baiano e agentes qualificados para receber as mulheres, sem revitimizá-las.
*Com informações do G1
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