Bahia dispara em ranking e registra terceiro maior índice de violência política em 2024
Levantamento aponta 714 ocorrências no país, com crescimento alarmante nas eleições municipais deste ano

Em estudo divulgado pelas organizações Justiça Global e Terra de Direitos revelaram que em 2024 houve um recorde de violência política durante as eleições municipais no Brasil. O levantamento afirma que, entre os casos registrados de novembro de 2022 e outubro de 2024, aconteceram 714 casos de violência, dos quais foram contabilizando 57 episódios somente na Bahia, ficando em terceiro lugar no ranking.
Os dados revelam ainda que o avanço desse cenário está diretamente ligado à impunidade e à falta de respostas eficazes do poder público. Ainda segundo a pesquisa, em 2016, o número de casos foi de apenas 46. Em 2020 o número saltou para 214, tendo alcançado a margem de 558 em 2024.
“Entendemos que as respostas do estado como um todo a essa violência têm sido aquém do esperado. Isso causa uma naturalização dessa violência e faz com que os episódios também sejam cada vez mais frequentes”, explicou Gisele Barbieri, coordenadora de Incidência Política da Terra de Direitos.
No ranking da pesquisa, a Bahia aparece apenas atras de São Paulo, que possui 108 casos, e do Rio de Janeiro, como 69. A lista ainda é completada com Minas Gerais, que aparece e quarto lugar, com 49 registros, em 2024. Segundo o que identificou a pesquisa, as disputas políticas no âmbito municipal costumam ser mais violentas devido a conflitos territoriais.
O estudo revelou também que as ameaças representam quase 40% dos casos totais de violência política em 2024, com 224 ocorrências. A violência política também se molda de outras formas, das quais ocorreram 27 assassinatos, 129 atentados, 71 agressões físicas e 81 ofensas.
Mulheres são as principais vítimas de violência política
Dos 714 casos de violência política analisados 274 foram realizados contra mulheres, sendo 126 contra mulheres pretas e pardas. “Os homens também são mais vítimas porque estão em maior número dentro do sistema político. Quando a gente consegue identificar os agressores, quase 80% também são homens”, explica Barbieri.
A diretora adjunta ressaltou, como forma de combater a violência política de gênero, a Lei 14.192, aprovada em 2021, que criminaliza essas ações, mas afirma que o texto precisa ser aprimorado. “É uma lei que ainda precisa ser ampliada e aperfeiçoada, porque a gente não consegue ver quase nenhum caso enquadrado dentro dessa lei. O sistema de justiça também demora a dar respostas com relação a esses casos”.
Um caso que ficou conhecido foi o da prefeita reeleita Juliana Araújo, de Morro de Chapéu, localizado no interior baiano. Ela denunciou que foi vítima de violência política de gênero durantes o período eleitoral. “Durante o processo eleitoral, tive minha honra atacada, sofri importunação sexual, fui xingada e alvo de ofensas que não eram direcionadas ao meu trabalho, mas sim à minha condição de mulher ocupando uma posição de liderança”, disse.
Ataques virtuais
Segundo a pesquisa, mais de 70% das ameaças registradas em 2023 e 2024 foram feitas por meio de redes sociais, e-mails ou plataformas digitais. Segundo o que informa o levantamento, os diversos mecanismos virtuais que podem ser usados para ameaçar uma pessoa ajudam também os agressores a permaneceram no anonimato.
Muitas das ameaças e agressões feitas virtualmente incluem a divulgação de informações pessoais das vítimas.
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