O influenciador Khaby Lame, criador de conteúdo mais seguido do TikTok, foi detido por autoridades de imigração dos Estados Unidos após ultrapassar o prazo de validade de seu visto. A prisão ocorreu na última sexta-feira (6), no Aeroporto Internacional Harry Reid, em Las Vegas, e foi confirmada neste sábado (7) pelo Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA.

Khaby, de 25 anos, tem cidadania italiana e conta com mais de 162 milhões de seguidores no TikTok, onde ficou conhecido por vídeos curtos e silenciosos que ironizam tutoriais considerados exagerados nas redes sociais. Segundo informações da Agence France-Presse, ele foi liberado no mesmo dia após receber autorização para uma “saída voluntária” do país.

As autoridades norte-americanas se limitaram a dizer que houve uma “violação dos termos do visto”, sem detalhar por quanto tempo Khaby permaneceu nos EUA além do permitido. O influenciador já teria deixado o território americano e, até o momento, não se manifestou sobre o episódio em suas redes sociais.

Além do sucesso digital, Khaby Lame é embaixador da boa vontade da Unicef e costuma participar de campanhas com foco em inclusão e educação. A detenção gerou repercussão nas redes, principalmente entre fãs e influenciadores, que pediram explicações públicas sobre o ocorrido.

Janja volta a defender regulação das redes após polêmica com China e TikTok

A detenção de Khaby ocorre em meio a um debate global sobre o impacto das redes sociais, especialmente o TikTok, que pertence à empresa chinesa ByteDance. No Brasil, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, voltou a defender a regulação das plataformas digitais, mesmo diante de críticas recebidas após abordar o tema durante encontro com o presidente da China, Xi Jinping.

O episódio aconteceu em maio, durante a visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao país asiático. Em um jantar com autoridades chinesas, Janja teria citado que redes sociais como o TikTok facilitam a disseminação de violência contra mulheres e crianças, o que, segundo relatos da comitiva ouvidos pelo G1, teria causado desconforto entre os anfitriões.

“Em nenhum momento eu calarei minha voz para falar sobre isso. E em nenhuma oportunidade”, declarou Janja na abertura da Semana Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, promovida pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Ela reforçou que, independentemente de protocolos diplomáticos, continuará a defender o debate público sobre o tema:

“Não há protocolo que me faça calar se eu tiver uma oportunidade de falar sobre isso com qualquer pessoa que seja, do maior ao menor grau, do mais alto nível a qualquer cidadão comum.”

Bolsonaro critica Janja e fala em “vexame diplomático”

A postura da primeira-dama gerou reações políticas. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou as declarações de Janja e disse que o episódio representa um constrangimento para o país.

“A Janja dá declarações que sugerem censura. É só vexame atrás de vexame”, afirmou em entrevista ao portal UOL. Bolsonaro também defendeu que o Brasil deveria priorizar o alinhamento diplomático com os Estados Unidos em vez de se aproximar da China.

“O Brasil é um país grande, com uma economia relevante, e deve manter alinhamento com os Estados Unidos”, completou.

O episódio reaquece o debate sobre liberdade de expressão, regulação de plataformas digitais e o papel da diplomacia brasileira diante de potências como China e EUA — países que também discutem limites para o TikTok em seus territórios.