Após prisão de esposa, Binho Galinha diz que acompanha com "tranquilidade" nova operação da PF
Em nota, deputado estadual nega novamente ser líder de grupo miliciano em Feira de Santana
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Após a prisão de esposa, o deputado estadual Binho Galinha (Patriota) divulgou uma nota à imprensa e diz que acompanha com "tranquilidade" os desdobramentos da operação contra grupo miliciano em Feira de Santana. A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (9), a operação Hybris, que resultou na prisão de Maiana Cerqueira e o afastamento de cinco policiais militares acusados de envolvimento com a organização criminosa especializada na lavagem de capitais advindos de jogo do bicho, agiotagem, extorsão e receptação qualificada.
"O deputado estadual Binho Galinha (Patriota) se manifesta para afirmar que está à disposição da Justiça para esclarecer os fatos envolvendo seu nome e de familiares na operação denominada de "El Patron", deflagrada pela Polícia Federal. Binho Galinha ressalta, ainda, que tem acompanhado os desdobramentos das investigações com tranquilidade e colaborado com o Poder Judiciário. Nesta terça-feira, durante mais uma fase da operação, o deputado Binho Galinha volta a afirmar que jamais praticou os crimes que estão sendo lhe atribuídos e que vai provar sua inocência na Justiça", diz nota divulgada pela assessoria do parlamentar.
O caso em investigação é um desdobramento da operação El Patrón, cujo alvo foi o deputado estadual, acusado de comandar um grupo de milicianos no município. Deflagrada no dia 7 de dezembro do ano passado, foram efetuados dez mandados de prisão preventiva, 33 mandados de busca e apreensão, bloqueio de mais de R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados e o sequestro de 26 propriedades urbanas e rurais, além da suspensão de atividades econômicas de seis empresas.
Na operação desta terça, foram cumpridos um mandado de prisão preventiva contra a esposa de Binho, além de 17 mandados de busca e apreensão e bloqueio de aproximadamente R$ 4 milhões das contas bancárias dos investigados. Também foram suspensos cinco policiais militares de suas funções públicas e uma empresa de suas atividades econômicas, em cumprimento à decisão expedida pelo Juízo da 1º Vara Criminal de Feira de Santana.
A ação contou com o apoio da Receita Federal, do Ministério Público Estadual e da Força Correcional Integrada (Force) e da Corregedoria da Polícia Militar (Correg). Participaram cerca de 200 policiais federais e estaduais, além de 13 auditores fiscais e analistas tributários.
Segundo a PF, "uma das pessoas investigadas foi beneficiada, em dezembro, com a prisão domiciliar e, com o aprofundamento das investigações, evidenciou-se a imprescindibilidade do seu retorno à prisão, o que foi acatado pelo Poder Judiciário". "Segundo foi apurado, o chefe da organização criminosa atualmente é detentor de foro por prerrogativa de função e, assim, faz-se necessário esclarecer que, desde 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) vem entendendo que parlamentares serão processados e julgados pela justiça de primeiro grau em caso de cometimento de crimes antes da diplomação do cargo e desconexo a ele".
A Receita Federal, em cumprimento à ordem judicial, produziu relatórios apontando inconsistências fiscais dos investigados, movimentação financeira incompatível, assim como a propriedade de bens móveis e imóveis não declarados e indícios de lavagem de dinheiro. Nessa nova fase da operação, verificou-se a participação de outros cinco policiais militares da Bahia, inclusive, de um tenente-coronel, os quais integrariam o braço armado do grupo miliciano, cujas atribuições seriam de fazer a segurança das variadas atividades ilícitas desenvolvidas pela organização, além de ocultarem a propriedade de bens e dissimularem valores angariados em decorrência de infrações penais.
A deflagração da operação também contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Estadual (Gaeco). A investigação continuará para apuração de eventuais outros envolvidos. Se condenados pelos crimes cometidos, os investigados se sujeitarão a penas máximas que, somadas, podem ultrapassar 50 anos de reclusão.
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