Após prisão de esposa, Binho Galinha diz que acompanha com "tranquilidade" nova operação da PF

Em nota, deputado estadual nega novamente ser líder de grupo miliciano em Feira de Santana

Por Redação
09/04/2024 às 12h54
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Foto: Divulgação/PF
Foto: Divulgação/PF

Após a prisão de esposa, o deputado estadual Binho Galinha (Patriota) divulgou uma nota à imprensa e diz que acompanha com "tranquilidade" os desdobramentos da operação contra grupo miliciano em Feira de Santana. A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (9), a operação Hybris, que resultou na prisão de Maiana Cerqueira e o afastamento de cinco policiais militares acusados de envolvimento com a organização criminosa especializada na lavagem de capitais advindos de jogo do bicho, agiotagem, extorsão e receptação qualificada.

"O deputado estadual Binho Galinha (Patriota) se manifesta para afirmar que está à disposição da Justiça para esclarecer os fatos envolvendo seu nome e de familiares na operação denominada de "El Patron", deflagrada pela Polícia Federal. Binho Galinha ressalta, ainda, que tem acompanhado os desdobramentos das investigações com tranquilidade e colaborado com o Poder Judiciário. Nesta terça-feira, durante mais uma fase da operação, o deputado Binho Galinha volta a afirmar que jamais praticou os crimes que estão sendo lhe atribuídos e que vai provar sua inocência na Justiça", diz nota divulgada pela assessoria do parlamentar.

O caso em investigação é um desdobramento da operação El Patrón, cujo alvo foi o deputado estadual, acusado de comandar um grupo de milicianos no município. Deflagrada no dia 7 de dezembro do ano passado, foram efetuados dez mandados de prisão preventiva, 33 mandados de busca e apreensão, bloqueio de mais de R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados e o sequestro de 26 propriedades urbanas e rurais, além da suspensão de atividades econômicas de seis empresas.

Na operação desta terça, foram cumpridos um mandado de prisão preventiva contra a esposa de Binho, além de 17 mandados de busca e apreensão e bloqueio de aproximadamente R$ 4 milhões das contas bancárias dos investigados. Também foram suspensos cinco policiais militares de suas funções públicas e uma empresa de suas atividades econômicas, em cumprimento à decisão expedida pelo Juízo da 1º Vara Criminal de Feira de Santana.

A ação contou com o apoio da Receita Federal, do Ministério Público Estadual e da Força Correcional Integrada (Force) e da Corregedoria da Polícia Militar (Correg). Participaram cerca de 200 policiais federais e estaduais, além de 13 auditores fiscais e analistas tributários. 

Segundo a PF, "uma das pessoas investigadas foi beneficiada, em dezembro, com a prisão domiciliar e, com o aprofundamento das investigações, evidenciou-se a imprescindibilidade do seu retorno à prisão, o que foi acatado pelo Poder Judiciário". "Segundo foi apurado, o chefe da organização criminosa atualmente é detentor de foro por prerrogativa de função e, assim, faz-se necessário esclarecer que, desde 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) vem entendendo que parlamentares serão processados e julgados pela justiça de primeiro grau em caso de cometimento de crimes antes da diplomação do cargo e desconexo a ele".

A Receita Federal, em cumprimento à ordem judicial, produziu relatórios apontando inconsistências fiscais dos investigados, movimentação financeira incompatível, assim como a propriedade de bens móveis e imóveis não declarados e indícios de lavagem de dinheiro. Nessa nova fase da operação, verificou-se a participação de outros cinco policiais militares da Bahia, inclusive, de um tenente-coronel, os quais integrariam o braço armado do grupo miliciano, cujas atribuições seriam de fazer a segurança das variadas atividades ilícitas desenvolvidas pela organização, além de ocultarem a propriedade de bens e dissimularem valores angariados em decorrência de infrações penais.

A deflagração da operação também contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Estadual (Gaeco). A investigação continuará para apuração de eventuais outros envolvidos. Se condenados pelos crimes cometidos, os investigados se sujeitarão a penas máximas que, somadas, podem ultrapassar 50 anos de reclusão.

 

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