Vixe! Jerônimo de olho na base de ACM Neto na capital e interior. Adversários minimizam operação e criticam governo. Bruno não atende aliados e gera insatisfação na Câmara
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De olho
Três vereadores de Salvador que integram a bancada do prefeito Bruno Reis (UB) se reuniram, nos últimos dias, com o governador Jerônimo Rodrigues (PT). Segundo informação chegada à coluna Vixe!, o encontro, a portas fechadas, teve o objetivo de aproximar o governador dos parlamentares oposicionistas. Na Praça Municipal, o encontro foi encarado como um “sinal de alerta” para os articuladores políticos do ex-prefeito ACM Neto. Com a eleição de 2026 logo ali, Jerônimo passou a atrair o apoio de prefeitos e lideranças do interior, que apoiaram o então candidato do União Brasil em 2022 e agora sinalizam mudar de lado e marchar com o PT.

Movimento preocupante
Em Salvador, o movimento foi visto como “preocupante” por aliados do Palácio Thomé de Souza, sobretudo, devido à insatisfação de alguns integrantes da base, que se queixam de não conseguir acesso a Neto nem ao prefeito Bruno Reis. A insatisfação é grande. Desde que foi reeleito com quase 80% dos votos, Bruno não atende os aliados eleitos para a Câmara, abrindo espaço para que os insatisfeitos vejam o governo do PT “com outros olhos”, como disse, nesta última terça-feira (28), um vereador de Salvador.

Oito meses sem agenda
Tem vereador experiente na Câmara que está há quase 8 meses sem conseguir despachar com o prefeito. “A grita é geral. Não conseguimos espaço na agenda para despachar com o prefeito e isso é muito ruim. Falta atenção e nos sentimos prejudicados por não ter acesso a ele, o que dificulta a atração de obras e intervenções para nossas comunidades”, disse outro vereador, em contato com a coluna.

Sinal de alerta
O movimento feito pelo governador Jerônimo Rodrigues nos últimos dias, de atrair para sua base prefeitos e lideranças que votaram em ACM Neto em 2022, acendeu um sinal de alerta no União Brasil e nos partidos da oposição. Só da última semana pra cá, sete prefeitos mudaram de lado e declararam apoio ao governador. No União Brasil, a estratégia foi minimizada. O próprio ex-prefeito de Salvador rebateu o governador e classificou como uma “cortina de fumaça” essa articulação. É muita informação!

Sem apegos
“Nós não vamos disputar com o governador nesse campo, porque uma coisa são os prefeitos que têm um compromisso histórico, tem princípios, valores, posição política. A gente fica muito tranquilo que esses vão estar conosco. Agora, quem não tiver apego a isso, só tiver apego à estrutura de poder, a gente não vai disputar, não vai competir”, disse ACM Neto ao Portal M!, afirmando que “não adianta” contar com um “exército” político, se chegar na eleição “muito mal avaliado”.

Não dá pra competir
Apesar de muitos dizerem que não, há apoiadores de ACM Neto admitindo que a “estratégia agressiva” do governador pode fragilizar a base da oposição na Bahia. Até porque, o governo do PT está cooptando políticos muito próximos à cúpula do União Brasil. A informação que circula no partido é que até mesmo ACM Neto teria admitido que é obrigado a compreender o que cada aliado considera ser essencial para a própria sobrevivência política. “Ele sabe que não pode pedir para os prefeitos irem para o sacrifício”, afirmou um deputado do seu grupo político.

Relação com a população
O detalhe é que ACM Neto e seus aliados sabem que a oposição não tem força, nem fôlego, para entrar nessa disputa contra o governo e a máquina estadual, comandada pelo PT. Diante disso, Neto vai ter que apostar cada vez mais “na relação com a população”. Segundo lembrou um aliado, na eleição de 2012, ele venceu sem o apoio de partidos e de vereadores de sua sigla na Câmara de Salvador. “A gente tinha uma base política na capital muito pequena e nós ganhamos porque o povo quis”, lembrou nesta última terça-feira (28) um integrante do UB.

O peso dos prefeitos
Um deputado da oposição ouvido pela coluna lembrou ainda que, no pleito de 2006, Jaques Wagner foi eleito com o apoio de 40 prefeitos. O mesmo aconteceu em 1986, quando o ex-governador Waldir Pires foi eleito com o apoio de pouco mais de 40 prefeitos também. “Não é sobre o número de prefeitos. Quem vai construir a vitória nas urnas, se for para acontecer, é a população”, explicou o parlamentar, ao citar o que uma candidatura vitoriosa de oposição não se constrói a partir de estrutura política, “mas parte da vontade do povo, do desejo de mudança”.

Sete prefeitos
Entre os novos aliados do governo do PT estão Fabrício Abrantes (Avante), prefeito de Brumado; Nal Azevedo (Avante), prefeito de Guanambi; Mario Galinho (PSD), prefeito de Paulo Afonso; Dr. Léo (MDB), prefeito de Buritirama; Miltinho do Axé (PSD), prefeito de de Coaraci; Rick de João Lulu (Avante), prefeito de Brejões; e Dr. Fabiano (PP), prefeito de Piraí do Norte.

Perfil de Jerônimo
Essa semana, inclusive, o presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, disse que a adesão de prefeitos na base petista se devia ao estilo de liderança do governador Jerônimo. “Para conquistar o carinho, a confiança e o voto do povo baiano, é preciso humildade, diálogo e muito trabalho. Conhecer o Estado e gostar das pessoas, ter identidade e orgulho do nosso povo. E isso Jerônimo tem de sobra. Todo mundo valoriza o trabalho, a atenção e o respeito do governador, seja a população como um todo ou os prefeitos e prefeitas”, disparou Éden, ao tecer críticas a ACM Neto.

De olho em Zé Cocá
Outro movimento que chamou atenção nos últimos dias foi a reunião entre o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP) e Jerônimo Rodrigues. Apesar de ter rompido com o PT em 2022 e apoiado ACM Neto, gestor discutiu com o governador investimentos para as áreas da saúde, educação e segurança no município, sinalizando uma possível reaproximação com a base petista. O prefeito de jequié, que foi reeleito em 2024 como o mais votado da Bahia, segue sendo uma peça central no tabuleiro político do Estado, especialmente diante da possibilidade dele ser alçado à condição de vice do União Brasil.

Chapa de governadores
Pessoas que conversaram com o ex-prefeito ACM Neto nos últimos dias disseram que ele tem minimizado a possível chapa formada pelos ex-governadores Rui Costa e Jaques Wagner e o governador Jerônimo Rodrigues. Para ele, uma eventual vitória sua em 2026 não depende da montagem da chapa governista. Depende mais da atuação do governo Lula e do governo Jerônimo na Bahia, que estão, ambos, com avaliação em queda no Estado.

O movimento de coronel
Tanto que Neto passou a observar com cautela a movimentação do senador Angelo Coronel, que pode ser limado da vaga à reeleição. O entendimento é que o senador do PSD vai pressionar para estar na majoritária do PT e que dificilmente lançará uma candidatura avulsa. Só em última hipótese, a ida de Coronel é cogitada para o lado da oposição. A expectativa é que ele continue atuando para garantir a própria reeleição. É muita informação!

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