Vixe! Fusão tenta evitar fim do PSDB. Podemos cria dificuldade para unificação e estratégia pode ser usada para formar novo partido com peso na eleição de 2026
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Medo de sumir do mapa
O PSDB aprovou na última semana, durante encontro realizado em São Paulo, a fusão com o Podemos. O objetivo principal é fugir da cláusula de barreira e vencer a ameaça real de sumir do mapa político na próxima eleição. A mudança, que contou com os votos a favor de 201 tucanos e 2 contra, é a primeira etapa de um processo que pode levar alguns meses, até a homologação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Entre os tucanos, o movimento soa como uma sobrevida necessária. Já no Podemos, o clima é de indefinição e ainda precisa da aprovação oficial do partido, em convenção partidária.

Pé lá e pé cá
Nas últimas semanas, demos aqui na Coluna Vixe! que havia estados, como a Bahia, onde essa mudança ainda encontrava resistências, já que, aqui, os tucanos fazem parte do bloco da oposição e o Podemos integra o governo do PT. Publicamente ninguém fala sobre o assunto, mas o que se diz nos bastidores é que o novo partido pode ficar com um pé lá e outro cá: o Podemos apoiando o governador Jerônimo Rodrigues e o PSDB marchando ao lado do prefeito Bruno Reis e do ex-prefeito ACM Neto.

Resistência na Bahia
Essa alegria, no entanto, pode durar pouco, já que começaram a surgir informações nos bastidores de que o Podemos poderá desistir da fusão ainda este mês. A decisão ocorre em meio às divergências internas e à percepção de que o PSDB já não tem mais o peso político de outrora, que justifique a união. Além disso, a dúvida passa por quem comandará o partido no âmbito da Bahia. De um lado, os tucanos dizem que a presidência estadual ficará com o deputado federal Adolfo Viana. Do outro, os integrantes do Podemos dizem que o superintendente estadual da Defesa Civil, Heber Santana, deverá comandar a sigla.

O peso do PSDB
Até a chegada de Jair Bolsonaro ao poder, em 2018, o PSDB era o partido que fazia frente ao Partido dos Trabalhadores, espaço perdido com a ascensão do bolsonarismo. A intenção, com a nova fusão, é criar uma alternativa de centro-direita, afastada dos extremos e da polarização, com foco na retomada do desenvolvimento do país. Recentemente, o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, destacou a importância da unir as siglas, que poderá ter de 28 a 30 deputados federais, o equivalente a 5% da Câmara, além de sete senadores e cerca de 400 prefeitos, eleitos em 2024. Os governadores Eduardo Leite (RS) e Raquel Lyra (PE), eleitos pelo PSDB, já deixaram partido e se filiaram ao PSD, de Gilberto Kassab.

Quadros do partido
Na Bahia, o PSDB tem em seus quadros o deputado federal Adolfo Viana. Já o Podemos, é representado no Congresso pelo deputado federal Raimundo Costa e poderá contar, em breve, com a adesão do também deputado Bacelar, hoje no PV. E aí mora outro problema. Segundo informações obtidas pelo Portal M!, o desenho ideal passa pela maior negociação de espaços, que permita o fortalecimento do novo partido, com vistas à eleição de 2026.

Dobrar de tamanho
Hoje, com dois deputados federais, o novo partido pode ficar robusto e eleger quatro parlamentares para a Câmara no próximo ano. Para isso, a condução na Bahia precisa ser outra. O entendimento, até mesmo entre as siglas, é que o presidente estadual do Podemos, Heber Santana, deveria agir com mais cautela, evitando se colocar automaticamente no colo do governador Jerônimo. Da forma como essa articulação está posta, o governo do PT não verá no novo partido o tamanho e robustez ideal para ser fiel da balança na eleição de 2026.

Estratégia para crescer
A questão é a seguinte: O Podemos e Heber têm pouco espaço hoje no governo estadual. Mantendo a articulação como tem sido feita, o novo partido chega sem ocupar os espaço que deveria. Há quem diga que o ideal seria Heber manter certa indefinição no processo, sem cravar o destino da próxima eleição, mas deixando claro que vai trabalhar para levar todos para a base governista. Se a condução for outra, o PSDB-Podemos pode deixar de ter apenas a Defesa Civil para gerir uma super secretaria, por exemplo, caso seja negociado espaço que abrigue os integrantes das duas siglas e não apenas de uma, como é hoje.

Musculatura necessária
O entendimento é que o governador teria que dar musculatura e condições para a nova agremiação levar, por exemplo, os integrantes do PSDB para a ala do governo, na tentativa de se fortalecer e marchar todos juntos no próximo ano, saindo, assim, de dois federais para quatro, objetivo principal da fusão, que é ganhar força e se fortalecer em Brasília.

Partido cobiçado
A mais de um ano da eleição, o ideal seria Heber defender aliança com o PT e Adolfo com o União Brasil. Isso tornaria o novo partido mais cobiçado no tabuleiro eleitoral do estado, já que qualquer candidato a governador no próximo ano, seja ACM Neto ou Jerônimo, gostará de ter um exército como esse em sua trincheira eleitoral. Com um pé no governo e outro na oposição, o candidato veria seu passe ser melhor cobiçado por todos. Seria beneficiado pela dúvida.

Peso em 2026
Se Heber continuar “no colo” do governador, sem fazer a devida negociação, perderá, no entanto, o peso de ter o mesmo tempo na propaganda do rádio e televisão que o Republicanos. “Não dá pra entregar de graça o ouro no colo do bandido”, disse um político com interesse direto nessa negociação. O que se sabe é que o partido terá o dobro do tempo de TV e de representação política que tem hoje. Numa eventual saída do PSD da base do PT, a nova sigla ganharia mais relevância do que esta tendo. “Portanto, não dá pra Heber continuar negociando como está, sem levar em consideração essas nuances que colocam o novo partido em outro patamar”, como explicou um integrante da base do governo.

União definitiva
O detalhe é que o partido, comandado nacionalmente por Renata Abreu, ainda não marcou a convenção para deliberar sobre a fusão com os tucanos. Até mesmo a ausência na convenção do PSDB impulsionou os rumores de crise entre as duas siglas. No entanto, o fato é que os dois partidos precisam viabilizar a união definitiva, com a unificação dos estatutos, diretórios e CNPJs, fugindo, assim, do fantasma da cláusula de barreira.

Linha de corte
Originada de uma Emenda Constitucional de 2017, a cláusula de barreira ou de desempenho estabelece critérios para que partidos tenham acesso ao fundo partidário e à propaganda gratuita em rádio e TV. O objetivo é reduzir o número de siglas, estimulando a fusão entre as menores ou incorporação às maiores, para melhorar a governabilidade. Há hoje 11 legendas com representação na Câmara Federal que estão perto da linha de corte.

Crédito: Lula Marques/Agência Brasil
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