Vixe! As dificuldades da pré-campanha de ACM Neto e a espera de um milagre nacional. Os gargalos do governo Jerônimo, as promessas, a política e a demora na entrega das obras
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Dificuldade de agenda
Ao conversar com nomes importantes do governo e da oposição na Bahia, é possível fazer uma análise fria sobre a conjuntura política e eleitoral no estado sob a ótica de cada grupo político. Ao falar com quadros de proa dos partidos oposicionistas, o entendimento é que o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, é candidatíssimo em 2026, apesar das dificuldades da pré-campanha, sobretudo por não ter candidato a presidente definido nem palanque em cidades do interior. O sentimento é que há dificuldade para viabilizar agendas pelos grotões do estado. Nos últimos meses, foi percebido que o postulante só visita cidades de médio e grande portes e quando tem agenda atrelada a alguma festividade local.
Desejo de mudança
Pessoas próximas a ACM Neto dizem que sua campanha vai focar no voto popular e no desejo de mudança da população, como aconteceu nas eleições vitoriosas de Waldir Pires e Jaques Wagner. A percepção é que há um sentimento nos eleitores de culpar o PT pela situação atual, sobretudo em área sensíveis do estado, como segurança pública, saúde (a longa fila da regulação) e a falta de oportunidades (geração de emprego e renda). “As pessoas querem mudanças, o que pode influenciar no resultado da eleição”, como disse para a coluna um deputado do União Brasil.

Crédito: Divulgação
Candidatíssimo
Oposicionistas trataram de enfatizar que o cenário não está positivo para o governo, como eles pintam. Uma prova disso é o número de aliados do PT afirmando que ACM Neto não será candidato no próximo ano. A tentativa de desacreditar a candidatura do UB, feita por deputados, secretários e prefeitos, como o de Camaçari, Luiz Caetano, mostra, segundo os opositores, o desespero dos governistas. “ACM Neto é candidatíssimo ao governo e está dedicado a rodar a Bahia, apresentando um novo modelo de gestão para o estado”, disse o deputado.

Crédito: Portal M!
Sem cansaço
Pesquisas de consumo interno, feitas pelos dois grupos, indicam que, apesar de ainda discreto, existe um desejo de mudança na Bahia. A oposição aposta na fadiga da material pelos quase 20 anos do Partido dos Trabalhadores no comando do governo, iniciados com Jaques Wagner em 2007. Já os governistas dizem que não há cansaço nem desgaste que indique esse desejo de trocar o governador. Isso porque, como completou um deputado do PT, o histórico no estado confere ao partido uma estrutura política capilarizada, sustentada em programas sociais, obras e o apoio de prefeitos, deputados e lideranças locais.

Feijão Almeida/GOVBA
Peso dos prefeitos
Enquanto os apoiadores do secretário Adolpho Loyola comemoram o fato de cerca de 350 prefeitos estarem na base do governador Jerônimo Rodrigues, os integrantes da oposição minimizam os números e dizem que, “quando o povo quer, não há prefeito que impeça a mudança“. O entendimento no entorno de ACM Neto é que prefeitos podem influenciar de 40 a 50% dos votos que obtiveram, mas a eleição para governador e presidente é diferente. “A eleição presidencial é vista sob a perspectiva de futuro, pela economia, com a esperança de um futuro melhor, como um fator crucial. E sabemos que Jerônimo não é capaz de vender a esperança que os baianos querem e precisam”, como disse o deputado do UB.

Crédito: Divulgação
Embalo nacional
Apesar da tentativa de construir um discurso de otimismo, o aliado de ACM Neto admitiu que ele precisa de um “embalo nacional”, de uma candidatura para a Presidência da República, como a do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que permita diminuir a margem de Lula na Bahia, o que impactará no cenário local. Até porque, pelas contas da oposição, se o candidato apoiado pelo governo federal obtiver 60% dos votos no estado, as chances são maiores de Jerônimo perder e a oposição ganhar a disputa. “Há um sentimento crescente de mudança surgindo, embora ainda não seja generalizado”, concluiu.

Crédito: Pablo Jacob/Governo do Estado de São Paulo
Cenário positivo
Já aliados do governo estadual dizem que o cenário é positivo para o governador devido ao volume de obras e ações entregues na capital e no interior. É um governo, segundo eles, calçado na parceria com o governo Lula, impulsionado pela força dos investimentos, na estabilidade política e nas ações sociais focadas nos cidades baianas. Paralelo a isso, eles apontam a força do grupo político comandado pelo governador, pelo senador Jaques Wagner, pelo ministro Rui Costa e o senador Otto Alencar. A dúvida agora é como vão fazer para compensar o senador Ângelo Coronel, que pelo andar da carruagem, deve ficar fora da chapa majoritária. É muita informação!

Crédito: Equipe M!
Gabinete do ódio
Deputados do PT e de partidos aliados passaram a tecer duras críticas a ACM Neto e a reforçar os investimentos recordes no estado, que seriam fruto de operações de crédito, da manutenção das contas equilibradas e do apoio do governo Lula, o que permite melhorias em áreas estratégicas. Um verdadeiro “gabinete do ódio” foi montado por governistas para desgastar o ex-prefeito de Salvador, sobretudo com termos pesados e linguajar inadequado, o que extrapola o tom respeitoso que se espera no ambiente da política. Adjetivações são usadas no lugar de argumentações. “Se faltando um ano para a eleição estão assim, imagina na véspera da campanha”, lamentou ontem um integrante da base oposicionista.

Crédito: Reprodução Redes Sociais @rosemberg_pinto
Compasso de espera
Faltando pouco menos de um ano para a eleição, o que se percebe é que a maioria dos deputados estaduais da Bahia resolveu cair em campo na busca por votos. Eles não querem ficar parados, esperando o cenário majoritário se consolidar. Muitos parlamentares passaram a dizer que “a ficha caiu”, ou seja, seus futuros políticos independem da majoritária, tanto que o foco agora é priorizar as próprias bases eleitorais. “Essa será uma campanha atípica, difícil e cara. Portanto, quem não tiver base forte e lastro, poderá ficar pelo meio do caminho”, disse um estadual, ao enfatizar que não basta ter só dinheiro, se não souber gastar bem (e certo) na campanha.

Voto novo
Muitos prefeitos de cidades do interior passaram a se surpreender com o resultado de pesquisas, que estão encomendando em suas regiões. Segundo amostragens contratadas pelos gestores municipais, foi possível perceber um deslocamento de votos para ACM Neto, com Jerônimo perdendo apoio em comparação a 2022. A avaliação é que parcela da população não morre de amores pelo candidato do União Brasil, mas também não aguenta mais os governos do PT. Além dos quase 20 anos no comando do estado, pesa nessa avaliação a demora de o governo fazer entregas para a população.
Sem entregas
A falta de entregas do governo Jerônimo é hoje um ponto crítico, segundo os prefeitos, pois contrasta com a força da gestão de Rui Costa, que era apontado como um exíguo tocador de obras. “Tem prefeito que já recebeu o governador três vezes em sua cidade e, até agora, não viu nenhuma dessas visitas se transformar em obras e ações. Infelizmente, estamos vendo muitas promessas e assinaturas de convênios, mas faltam respostas para a população”, como disse um prefeito que era da oposição e migrou no começo do ano para a base governista. “E digo mais: se não entregarem o que prometeram, não vamos entrar na campanha”, completou o gestor do PP.

Crédido: Portal M!
Falta um gerentão
Há mais de um ano que a Coluna Vixe! vem chamando a atenção para a dificuldade do governo Jerônimo em avançar sob aspectos de gestão. Falta planejamento, falta execução. Há algum tempo os próprios integrantes do governo (e do PT) faziam alertas para o governador. O problema agora é que o tempo passou e falta menos de 360 dias para a eleição, deixando muitos deputados e prefeitos da base extremamente preocupados. Sem contar que cálculos extraoficiais apontam para um passivo de R$2,8 bilhões a pagar em contratos não vigentes, o que impacta na capacidade do governo em assinar novos convênios e investir nas mais variadas regiões.
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