Secretária de Saúde da Bahia defende esforço conjunto no combate ao Aedes aegypti

A secretária da Saúde da Bahia, Roberta Santana, defendeu nesta quinta-feira (28) a integração de esforços entre os governos federal, estadual e municipal para o combate às arboviroses urbanas, como dengue, zika e chikungunya, durante o verão de 2025. Em reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), em Brasília, ela enfatizou a necessidade de planejamento diante do aumento das chuvas no período.

“Nós precisamos de uma atuação conjunta entre os entes federais, estaduais e municipais para garantir um combate efetivo às arboviroses urbanas neste verão que se aproxima. O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios, contudo cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam intensificar as ações da atenção primária e limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade”, disse.

A Vigilância Epidemiológica da Bahia alerta que períodos chuvosos elevam o risco de proliferação do Aedes aegypti, transmissor dessas doenças. A orientação inclui evitar o acúmulo de água em pneus, vasos de plantas e garrafas, entre outros recipientes. A Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) também reforça que a participação da população é fundamental para reduzir os casos de arboviroses.

“Quero deixar registrado o meu pedido aos baianos e baianas: nós podemos atuar no combate ao mosquito com medidas simples. Com 10 minutos do seu dia, você pode fazer uma geral na sua casa e impedir a proliferação do Aedes. Não posso deixar de destacar também a importância da vacinação. Busquem as Unidades Básicas de Saúde para se imunizar contra a dengue”, declarou.

Em 2024, o estado investiu mais de R$ 23 milhões em ações de combate ao Aedes aegypti, incluindo a compra de equipamentos, distribuição de kits para agentes de saúde e campanhas educativas. Operações integradas com o Corpo de Bombeiros da Bahia também fiscalizaram áreas de difícil acesso.

A diretora da Vigilância Epidemiológica, Márcia São Pedro, destacou a importância de respostas coordenadas. “Tivemos um aumento expressivo nos casos de dengue em 2024, o que exige de nós uma resposta coordenada, se antecipando ao próximo verão. O treinamento de voluntários e a formação de brigadas anti-Aedes aegypti são medidas para fortalecer nossa capacidade de resposta e impedir a propagação do mosquito. A participação da comunidade é essencial, especialmente em ações como mutirões de limpeza e eliminação de possíveis criadouros. Com a união de esforços, podemos enfrentar esse desafio e proteger nossas famílias”, afirmou.

Dados epidemiológicos

De 31 de dezembro de 2023 a 23 de novembro de 2024 (Semana Epidemiológica 47), a Bahia notificou 232.044 casos prováveis de dengue, um aumento de 401,7% em relação aos 46.252 casos registrados no mesmo período de 2023. O estado registrou 163 mortes pela doença.

Para chikungunya, foram notificados 16.328 casos prováveis em 2024, um crescimento de 7% em comparação aos 15.266 casos do ano anterior. Até o momento, 10 óbitos pela doença foram confirmados.

Já os casos de zika tiveram redução de 33,4%, com 1.150 notificações em 2024 contra 1.728 no mesmo período de 2023. Não houve registro de mortes relacionadas à doença neste ano.

Comissão Intergestores Tripartite

A Comissão Intergestores Tripartite (CIT) é um fórum que reúne gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) para discutir aspectos operacionais e construir pactos nacionais, estaduais e regionais. Ela é composta por 15 membros: cinco do Ministério da Saúde, cinco do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e cinco do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), com representação de todas as regiões do país.