A Prefeitura de Salvador está convocando adolescentes e jovens para se vacinarem contra o HPV. A imunização é gratuita e está disponível em toda a rede municipal de saúde para meninas e meninos de 9 a 14 anos, aplicada em dose única. Até dezembro deste ano, adolescentes de 15 a 19 anos também poderão receber a vacina, ampliando a proteção contra o vírus do papiloma humano, responsável por diversos tipos de câncer.

Um estudo recente da Fiocruz Bahia reforçou a importância da vacinação ao apontar redução de 58% nos casos de câncer do colo do útero e 67% nas lesões graves entre 2019 e 2023, período em que a imunização avançou no país.

“Essa redução é resultado da adoção de várias medidas preventivas, como o incentivo à vacinação e à realização do exame papanicolau. Pensar que a vacina contra o HPV foi implantada há 11 anos e que hoje já vemos resultados tão positivos mostra o quanto essas ações precisam ser mantidas e fortalecidas”, explicou a coordenadora de Imunização de Salvador, Doiane Lemos.

Vacina contra HPV oferece proteção contra diversos tipos de câncer

De acordo com Doiane Lemos, a vacina contra o HPV oferece proteção não apenas contra o câncer do colo do útero, mas também contra outros tipos de câncer que afetam homens e mulheres, como os de garganta, ânus e boca. Ela explica que o vírus é altamente transmissível e pode atingir qualquer pessoa, independentemente de idade ou gênero.

“O HPV é um vírus que não escolhe sexo, cor ou idade. Ele pode atingir qualquer pessoa. Vacinar crianças e adolescentes hoje é um ato de amor e responsabilidade; é assegurar um futuro livre de um câncer tão doloroso e de tratamento tão prolongado”, afirmou a coordenadora.

A Prefeitura de Salvador tem adotado estratégias para ampliar o acesso à imunização, com campanhas nas escolas, universidades e unidades de saúde. As ações buscam alcançar adolescentes que ainda não foram vacinados, garantindo que mais jovens estejam protegidos antes da fase adulta.

Ações em escolas e faculdades ampliam cobertura vacinal

De acordo com a gestão municipal, as parcerias com instituições de ensino têm sido fundamentais para aumentar a adesão. Segundo Doiane, é nas escolas que está a maior parte do público-alvo da campanha. A coordenadora explica que as equipes de saúde têm visitado colégios estaduais e faculdades para aplicar as vacinas e atualizar os cartões de imunização dos estudantes.

“Essas parcerias com a Educação são fundamentais, porque é nas escolas que estão os adolescentes. Temos realizado ações em colégios estaduais e faculdades, buscando resgatar quem ainda não se vacinou. É uma excelente oportunidade para aumentar a cobertura vacinal”, destacou Doiane.

Além das escolas, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) mantém equipes de vacinação fixas e itinerantes em bairros de Salvador, facilitando o acesso da população às doses. O atendimento ocorre de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, nas unidades básicas de saúde e em postos montados em locais estratégicos da cidade durante a Campanha de Multivacinação.

Vacina também é indicada para grupos especiais

A imunização contra o HPV também é indicada para pessoas com condições clínicas especiais, como homens e mulheres que vivem com HIV, pacientes oncológicos, transplantados, imunocomprometidos, usuários da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e vítimas de abuso sexual.

Nesses casos, o esquema vacinal é diferente: são três doses aplicadas em intervalos de dois e seis meses a partir da primeira aplicação. Para receber a vacina, é necessário apresentar prescrição médica ou documento que comprove a condição clínica, e a faixa etária contemplada vai de 9 a 45 anos.

A coordenadora de imunização alerta que, mesmo com a oferta ampla, menos da metade do público-alvo em Salvador foi vacinada contra o vírus. A meta é aumentar significativamente esse número até o fim do ano.

Combate à desinformação e engajamento das famílias

A baixa adesão preocupa as autoridades de saúde. Para Doiane Lemos, combater a desinformação é essencial para garantir a prevenção e evitar o surgimento de novos casos de câncer relacionados ao HPV. “Combater a desinformação com dados é fundamental. O HPV pode levar anos para se manifestar como câncer, e vacinar hoje é prevenir o sofrimento de amanhã. Precisamos garantir que todos os meninos e meninas tenham acesso a essa proteção”, reforçou.