O ator Marcelo Faria revelou que foi diagnosticado com herpes-zóster há cerca de três anos e compartilhou sua experiência com a doença, conhecida também como “cobreiro”. “Foi muito desagradável, muito ruim, porque eu não conseguia dormir”, afirmou o artista. Ele já havia relatado nas redes sociais que o episódio foi doloroso e marcante.

Causado pelo vírus varicela-zóster, o mesmo que provoca a catapora, o herpes-zóster se manifesta com dor intensa nos nervos, sensação de queimação e lesões na pele. Após a infecção inicial, o vírus permanece adormecido no organismo e pode ser reativado, especialmente na fase adulta ou em situações de baixa imunidade.

Casos e sintomas da doença

Quando o vírus volta a se manifestar, causa inflamação e erupções cutâneas acompanhadas de bolhas agrupadas. A dor costuma ser intensa e pode persistir mesmo após o desaparecimento das lesões, tornando-se crônica em alguns casos. De acordo com dados do SUS, entre 2008 e 2024 foram registrados mais de 85 mil atendimentos ambulatoriais e 30 mil internações por herpes-zóster no país. No mesmo período, 1.567 mortes foram associadas à doença, a maioria entre pessoas com mais de 50 anos.

No caso de Marcelo Faria, os sintomas surgiram durante uma viagem à Europa. “O diagnóstico veio há três anos. Eu tinha pouco tempo de namoro e tínhamos marcado uma viagem no aniversário da minha mulher. E eu fui com aquele troço, cara. Foi muito desagradável, muito ruim, porque eu não conseguia dormir”, contou em entrevista ao jornal O Globo.

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Uma publicação compartilhada por Marcelo Achcar de Faria (@celofaria)

A enfermidade afetou diretamente sua rotina, exigindo cuidados específicos. “A água tinha que ser mais fria, porque a água quente é uma coisa que atrapalha o tratamento. Hoje eu já sou vacinado, mas eu vou te falar que eu sinto na minha pele até hoje. É uma doença que eu não desejo para ninguém, é muito ruim”, relatou o ator.

Em setembro, Faria utilizou suas redes sociais para alertar sobre os sintomas e apoiar uma consulta pública do governo federal sobre a possível inclusão da vacina contra o herpes-zóster no Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta previa a imunização de idosos acima de 80 anos e adultos imunocomprometidos. A pesquisa, encerrada em outubro, recebeu 2,1 mil contribuições, mas o resultado ainda não foi divulgado.

“Hoje quero compartilhar com vocês uma experiência que vivi na pele: eu tive o herpes-zóster. Foi inesperado, foi doloroso e me marcou bastante”, afirmou o ator no vídeo. “No meu caso, tive logo ao completar 50 anos. Descobri na prática como essa doença pode impactar a nossa vida.”

Sinais da doença

Os primeiros sinais da doença costumam incluir erupções na pele, febre, cansaço, dores corporais e formigamentos. A recuperação total ocorre geralmente entre duas e quatro semanas, quando não há complicações.

O herpes-zóster pode atingir homens e mulheres de todas as idades, mas é mais comum em pessoas acima dos 50 anos, devido à queda da imunidade natural. Estudos indicam que podem ocorrer de quatro a doze casos por grupo de mil pessoas com mais de 65 anos anualmente.

Atualmente, a vacina contra a doença não está disponível na rede pública. Na rede privada, o esquema completo de imunização custa cerca de R$ 1,6 mil. Especialistas reforçam que o imunizante é a forma mais eficaz de prevenir complicações e reduzir a dor associada ao quadro.

O vírus não é transmitido diretamente entre pessoas com herpes-zóster, mas pode causar catapora em quem nunca teve contato prévio com o agente. Isso ocorre por meio do contato direto com o conteúdo das bolhas infectadas.

Um estudo conduzido pela Universidade Estadual de Montes Claros, em Minas Gerais, apontou aumento de 35,4% na incidência de herpes-zóster durante a pandemia, possivelmente associado à queda da imunidade e ao estresse prolongado.