O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou, nesta segunda-feira (17), a criação de 2.279 novas vagas para o programa Mais Médicos, com o objetivo de expandir a presença de médicos no Brasil e melhorar a qualidade da atenção primária à saúde. Com a expansão, o programa contará com um total de 28 mil profissionais distribuídos por diversas regiões do país, com previsão de que as novas vagas comecem a ser preenchidas em maio, após os processos seletivos.

Vagas imediatas e adesão dos municípios ao programa

O novo edital do programa oferece 1.296 vagas imediatas, com 3.475 municípios tendo a oportunidade de manifestar interesse em ampliar o número de médicos em suas localidades. Para que os municípios possam participar, eles têm até o dia 24 de março para formalizar sua adesão ao programa.

Embora o ministério ainda não tenha divulgado a lista completa das cidades contempladas, já foi confirmado que a região da Amazônia Legal terá a alocação de 473 vagas, refletindo o compromisso do governo em fortalecer o atendimento em áreas mais afastadas e carentes de profissionais.

Além das vagas imediatas, o programa também estabelecerá um cadastro de reserva de 3 mil vagas, permitindo que o governo preencha com agilidade qualquer lacuna que possa surgir no futuro, aumentando a flexibilidade na distribuição dos profissionais.

Mais médicos, mais atendimentos

De acordo com o ministro Padilha, a ampliação do programa Mais Médicos está diretamente alinhada com a prioridade do governo em reduzir o tempo de espera para atendimentos especializados no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo Padilha, o fortalecimento da atenção primária à saúde é essencial para diminuir a sobrecarga nas especialidades e agilizar o acesso da população aos cuidados médicos.

“Sabemos que a presença desses médicos do Mais Médicos reforça muito essa equipe, como mostram várias evidências e estudos. Desde a criação do Mais Médicos, quando eu era ministro, diversas referências indicaram que a presença dos médicos do programa reduziu o encaminhamento para a atenção especializada, diminuiu os custos hospitalares e proporcionou um atendimento melhor às pessoas, mais perto de onde elas vivem. Portanto, é um salto bastante importante”, declarou Padilha.

A iniciativa está acompanhada de uma nova estratégia do Ministério da Saúde: a criação de uma sala de situação, dedicada ao monitoramento do tempo de espera para atendimentos especializados. Este grupo terá a função de qualificar os dados sobre as filas de espera e facilitar o mapeamento das principais dificuldades enfrentadas pelos pacientes no SUS, buscando aprimorar a gestão de recursos e otimizar o atendimento médico.

Médicos formados no exterior

Em paralelo ao lançamento do novo edital, o ministro também participou da recepção de 402 médicos formados no exterior, que estão iniciando o 1º Módulo de Acolhimento e Avaliação de 2025. Desses profissionais, apenas cinco são estrangeiros. Durante o módulo, os médicos receberão aulas sobre a legislação brasileira e o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de prepará-los para atuar de forma eficiente e alinhada às normas locais.

Ao final do curso, os médicos serão submetidos a uma avaliação, onde deverão atingir uma média mínima de 50%. Aqueles que passarem na prova serão encaminhados para atuar em cerca de 180 municípios e 15 Distritos Sanitários de Saúde Indígena, reforçando a presença de médicos em áreas que tradicionalmente enfrentam dificuldades de acesso a serviços de saúde de qualidade.