O Ministério da Agricultura confirmou, nesta sexta-feira (30), que há 13 investigações em andamento sobre suspeitas de gripe aviária no Brasil. A confirmação da investigação foi feita em atualização recente da plataforma de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves, divulgada às 19h. As análises seguem em curso, com coletas de amostras, mas ainda sem resultados laboratoriais conclusivos.

Casos suspeitos se concentram em aves de subsistência e silvestres

Entre as investigações abertas, apenas uma envolve uma planta comercial localizada na cidade de Anta Gorda, no Rio Grande do Sul. Outras sete suspeitas dizem respeito a aves de subsistência em municípios de diferentes estados: Quixeramobim (CE), Itajuípe (BA), Bom Despacho (MG), Igarapé (MG), Lagoa da Prata (MG), Ribeirão das Neves (MG) e Paraíso das Águas (MS).

Além disso, há cinco investigações em curso relacionadas a aves silvestres, registradas em Santo Antônio do Monte (MG), Belo Horizonte (MG), Guarulhos (SP) e Brasília (DF), sendo dois focos suspeitos na capital mineira.

O Ministério da Agricultura destacou que essas investigações são corriqueiras dentro do sistema nacional de defesa agropecuária, uma vez que a notificação de casos suspeitos da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) é obrigatória e deve ser feita imediatamente aos órgãos oficiais. Desde maio de 2023, quando foi registrada a primeira ocorrência do vírus em uma ave silvestre no Brasil, o país realizou mais de 2.500 investigações sobre suspeitas da doença.

Brasil confirma 170 casos de gripe aviária, mas apenas um em granja comercial

Até o momento, o Brasil contabiliza 170 casos confirmados de gripe aviária em animais: 162 em aves silvestres, quatro em leões-marinhos, três focos em produções domésticas de subsistência e um em produção comercial. O único caso confirmado em granja comercial ocorreu em Montenegro, município da Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

A confirmação deste foco, anunciada em 15 de maio pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, motivou a suspensão das importações de carne de frango brasileira por 24 países. As medidas foram adotadas automaticamente conforme protocolos sanitários firmados previamente entre o Brasil e seus parceiros comerciais.

Suspensões variam entre restrições locais e nacionais

As restrições impostas variam conforme cada país. Em algumas situações, o embargo limita-se ao estado do Rio Grande do Sul, enquanto em outras é restrito ao município de Montenegro ou a um raio de 10 quilômetros ao redor da granja afetada. Há também casos em que a suspensão se estende temporariamente a todo o território brasileiro.

Apesar disso, as exportações brasileiras seguem ativas para a maior parte dos mercados internacionais. Atualmente, 128 países mantêm seus mercados abertos à carne de frango do Brasil, inclusive a produzida no próprio Rio Grande do Sul. O país é o maior exportador mundial desse produto e possui relações comerciais com cerca de 160 nações.

De acordo com o Ministério da Agricultura, essas suspensões são procedimentos automáticos previstos nas normas sanitárias que regem o comércio internacional de produtos agropecuários, sendo acionadas sempre que há confirmação de doenças infecciosas em unidades comerciais.

Governo reforça segurança sanitária e descarta impacto no comércio internacional

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, assegurou que os novos registros da gripe aviária em aves silvestres não comprometem o controle da doença nas granjas comerciais do país. A declaração foi dada nesta quinta-feira (29), após a confirmação de dois novos focos da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1), um no município de Montenegro (RS) e outro em Mateus Leme (MG).

Segundo Fávaro, esses episódios não colocam em risco o comércio internacional de produtos avícolas nem alteram o status sanitário do Brasil, que continua sendo considerado livre da doença em criações industriais. O ministro explicou que a presença do vírus em animais silvestres está relacionada à rota migratória que liga os hemisférios Sul e Norte, da qual o Brasil faz parte.

“O Brasil faz parte de rotas migratórias entre o Hemisfério Sul e o Hemisfério Norte e as aves que venham contaminadas ao território brasileiro podem transmitir a gripe aviária a outras aves silvestres”, afirmou o ministro. Ele destacou ainda a robustez do sistema sanitário brasileiro, que permite rápida contenção de focos e efetiva coleta de animais mortos, prevenindo a disseminação do vírus.