Setembro Verde é a campanha de conscientização de doação de órgãos e nesta sexta-feira (27) é celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. O número de doações de órgãos realizadas na Bahia cresceu 24% no primeiro semestre do ano, segundo dados da Secretaria de Saúde do estado. Segundo a última atualização, já foram realizadas 499 doações, número superior as 401 captações realizadas no primeiro semestre de 2023.

Apesar do crescimento, a fila de pacientes que aguardam órgãos tem mais de 3,5 mil pessoas. Em todo o Brasil, mais de 14 mil transplantes foram realizados no primeiro semestre do ano, segundo dados do Ministério da Saúde. Entretanto, a lista de espera ainda tem mais de 64 mil pessoas. Destas, mais de 1,2 mil são crianças.

De acordo com a legislação brasileira, mesmo com a decisão da pessoa de doar os órgãos, em caso de morte, a palavra final é da família. No primeiro semestre de 2024, as doações caíram 2% em relação ao mesmo período de 2023. Dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos apontam que a falta de autorização das famílias é o principal motivo que impede o crescimento das doações.

Com o ‘sim’ da família, a equipe médica é autorizada a captar os órgãos e realizar o transplante. “A recusa muitas vezes é resultado de falta de informação ou mitos sobre a doação. Nosso papel também é educar as famílias, para que possam tomar decisões mais esclarecidas e altruístas”, afirma o cirurgião e coordenador do programa de transplantes no Hospital Angelina Caron, João Nicoluzzi.

“Por trás das estatísticas, há pessoas com sonhos, famílias que anseiam por esperança e profissionais que trabalham incansavelmente para transformar esses números em vidas renovadas”, ressalta.

Em 2023, um projeto de lei que originou a Política Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos foi aprovado no Senado. A medida visa ampliar o sistema nacional de transplante, além de contribuir para o aumento do número de doadores no país.

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