Dia Mundial da Hipertensão: condição atinge 30% dos adultos no Brasil e pode causar infarto; saiba como prevenir
Estudo revela que mais da metade dos idosos são hipertensos; especialistas destacam fatores de risco e medidas de controle

O Dia Mundial da Hipertensão, lembrado neste sábado (17), alerta para os riscos da doença que compromete órgãos vitais e figura entre as principais causas de complicações cardiovasculares. Segundo o Ministério da Saúde, a condição afeta 30% dos adultos no Brasil e exige atenção especial da população com 60 anos ou mais, mais propensa ao desenvolvimento da hipertensão arterial. As informações são da Agência Brasil.
De acordo com a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada em 2023, as mulheres apresentam maior incidência da doença nas capitais brasileiras, com 29,3% dos diagnósticos, enquanto os homens representam 26,4%. O estudo também revela que a prevalência aumenta com a idade, especialmente entre pessoas com mais de 60 anos.
A cardiologista Poliana Requião, docente do Instituto de Educação Médica (Idomed), explica que, entre os idosos, a estimativa é de que entre 50% e 60% sejam hipertensos.
Ela afirma que muitos pacientes desconhecem o diagnóstico. “Estima-se que cerca de 50% dos pacientes hipertensos não sabem do diagnóstico. É uma doença silenciosa”, explicou a especialista. Por isso, reforça a importância da aferição regular da pressão arterial, uma medida simples que pode levantar suspeitas e permitir uma investigação adequada.
Jovens e crianças também podem ser afetados
Apesar de a hipertensão ser mais frequente em pessoas com mais idade, a médica destaca que ela também pode atingir outras faixas etárias. “Apesar de a incidência da doença aumentar com a idade, isso não impede que jovens — e até mesmo crianças — sejam afetados“, afirmou Poliana Requião.
Caracterizada pelo enrijecimento progressivo das paredes das artérias, a hipertensão arterial é um processo que ocorre de forma lenta e geralmente assintomática, dificultando o diagnóstico precoce. A ausência de sintomas nos estágios iniciais contribui para que muitos casos não sejam identificados a tempo.
Fatores de risco envolvem genética e estilo de vida
Entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença estão predisposição genética, alimentação rica em sódio, consumo excessivo de álcool, obesidade e sedentarismo.
“Os principais fatores de risco envolvem a predisposição genética e hábitos de vida inadequados, como alimentação rica em sódio, consumo excessivo de álcool, obesidade e sedentarismo”, afirmou a cardiologista.
Por ser uma condição sistêmica, a hipertensão pode afetar diversos órgãos. No coração, por exemplo, pode levar à hipertrofia e à insuficiência cardíaca. A doença também é considerada o principal fator de risco para infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal, que pode evoluir para a necessidade de hemodiálise.
Mortes e sintomas da hipertensão
Segundo dados do Ministério da Saúde de 2017, a hipertensão está relacionada a 388 mortes por dia no Brasil. Poliana Requião reforça a gravidade da condição: “A hipertensão pode matar. Segundo dados do Ministério da Saúde de 2017, 388 pessoas morrem por dia no Brasil relacionadas direta ou indiretamente à hipertensão”, disse.
Embora muitas vezes não apresente sinais, alguns sintomas podem surgir. “Dor de cabeça, náuseas, tontura, falta de ar, intolerância ao exercício, alterações visuais ou até disfunções eréteis podem surgir como sintomas”, alertou a especialista.
A médica ressalta que, em casos com histórico familiar da doença, é necessário redobrar a atenção. “Se tem antecedente familiar de hipertensão, deve-se redobrar os cuidados”, acrescentou Poliana.
Tratamento e mudanças no estilo de vida
A hipertensão arterial exige cuidados contínuos, especialmente após o diagnóstico. A cardiologista destaca que o controle da doença depende da combinação entre acompanhamento médico e mudanças no estilo de vida.
“É fundamental manter as mudanças no estilo de vida, fazer visitas ambulatoriais regulares e usar corretamente as medicações prescritas”, orientou Poliana Requião.
Dieta DASH é aliada no controle da pressão arterial
A nutricionista Anete Mecenas, coordenadora de Nutrição e docente da Universidade Estácio de Sá, recomenda a dieta DASH (Dietary Approach to Stop Hypertension), que incentiva o consumo de frutas, verduras, legumes, laticínios com baixo teor de gordura, cereais integrais, peixes, aves, castanhas e nozes.
“A dieta também restringe o consumo de carnes vermelhas e processadas, além de sódio e bebidas açucaradas”, explicou Anete.
Ela cita um ensaio clínico com adultos norte-americanos que demonstrou a eficácia da dieta DASH no aumento da ingestão de nutrientes como potássio, magnésio, cálcio, selênio, compostos fenólicos e fibras alimentares — elementos que contribuem para a redução da pressão arterial.
Obesidade e hipertensão caminham juntas
A nutricionista chama atenção para a associação entre obesidade e hipertensão. “A obesidade é uma doença que vem crescendo consideravelmente no país. Atualmente 55% da população brasileira tem excesso de peso. E a hipertensão é uma das comorbidades que estão associadas à obesidade”, comentou Anete.
Ela acrescenta que, entre pacientes com obesidade, especialmente na faixa dos 40 a 45 anos, o risco de desenvolver hipertensão é ainda mais elevado.
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