Cresce número de cesáreas na Bahia: mais da metade das mães em 2024 optou pela cirurgia
Levantamento revela perfil das mulheres que deram à luz no estado e destaca desafios relacionados à saúde materna

O Dia das Mães, celebrado neste domingo (11), reacende o olhar para as mulheres que desempenham um papel fundamental não apenas na família, mas também nas estatísticas de saúde pública. Na Bahia, mais da metade das mulheres que deram à luz em 2024 optou pela cesariana, segundo dados divulgados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). O levantamento traça um perfil detalhado das mães baianas, ao mesmo tempo em que alerta para os desafios e riscos enfrentados durante a gravidez, o parto e o puerpério.
Panorama das mães baianas em 2024
O estudo aponta que, em 2023, a Bahia contava com 4,6 milhões de mulheres em idade fértil, ou seja, entre 10 e 49 anos, faixa que representava cerca de um terço da população total do Estado. Entre essas mulheres, 160,9 mil se tornaram mães em 2024 — o dado considera todas as que tiveram pelo menos um filho vivo ao longo do ano, mesmo que não se tratasse da primeira maternidade.
Dessas mulheres, 52,6% tiveram seus filhos por parto cesáreo, enquanto o restante optou pelo parto normal ou outras modalidades. Um dado curioso também chama atenção: a maioria dos bebês nascidos vivos era do sexo masculino, o que corresponde a uma razão de 104,5 meninos para cada 100 meninas nascidas vivas no estado.
Perfil etário e maternidade precoce
A maior parte das mães baianas em 2024 tinha entre 20 e 29 anos, faixa etária que concentrou 48,9% dos nascimentos. As mulheres com idades entre 30 e 39 anos foram responsáveis por 34% dos partos, enquanto adolescentes (entre 10 e 19 anos) responderam por 12,8% do total. Este último dado revela que, a cada 1.000 adolescentes baianas, 18,5 se tornaram mães no último ano.
Um recorte mais delicado mostra que, apenas entre adolescentes de até 14 anos, 1.000 meninas deram à luz em 2024, reforçando a necessidade de políticas públicas focadas na educação sexual e no acesso a métodos contraceptivos.
Mortalidade materna ainda preocupa
O período gestacional continua apresentando riscos significativos. Em 2024, a Bahia registrou 97 óbitos maternos, sendo que a maioria (60%) ocorreu durante o puerpério, fase logo após o parto. Cerca de um terço das mortes aconteceu durante a gestação, o parto ou em casos de aborto.
Entre as principais causas desses óbitos estão “outras doenças da gestante” — condições não diretamente ligadas à gravidez, mas agravadas durante o período gestacional —, que representaram 25,8% das mortes. Hemorragia pós-parto (9,3%), eclampsia (8,2%) e hipertensão gestacional (7,2%) também aparecem como causas expressivas.
Desafios e políticas públicas
Os números reforçam a importância de fortalecer políticas públicas voltadas para a saúde materna e infantil. O alto índice de cesáreas ainda está longe das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que indica uma taxa ideal entre 10% e 15%. Além disso, os casos de maternidade precoce e mortalidade materna evidenciam lacunas que precisam ser endereçadas com urgência pelo sistema de saúde.
O levantamento da SEI não apenas oferece um retrato detalhado das mulheres que se tornaram mães em 2024, mas também serve como um alerta para os desafios ainda enfrentados na atenção à saúde da mulher na Bahia.
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