Casos de Febre Oropouche crescem 56% em 2025 e acendem alerta de saúde pública no Brasil
Com mais de 10 mil infecções e quatro mortes confirmadas, doença avança em áreas urbanas e preocupa autoridades federais e estaduais

Os casos de febre Oropouche têm crescido no Brasil, provocando um aumento na preocupação da saúde pública do país. Somente nos primeiros cinco meses de 2025, já foram contabilizados 10.076 casos da doença, um salto de 56% em relação ao mesmo período do ano anterior. Com a urbanização do surto e a confirmação de mortes, o alerta de saúde pública foi aceso por autoridades estaduais e federais.
Transmitida por mosquitos, principalmente em ambientes urbanos, a enfermidade tem avançado sobre centros populacionais com velocidade surpreendente. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Espírito Santo lidera o ranking de infecções, com mais de 6.100 casos confirmados. Outros estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraíba e Ceará também registraram altos índices da doença — e já há quatro óbitos confirmados: três no Rio e um no Espírito Santo.
Entenda como ocorre a transmissão do vírus OROV
O Oropouche ortobunyavirus (OROV), agente causador da febre Oropouche, circulava historicamente em áreas silvestres da Amazônia. No entanto, mudanças climáticas, urbanização desordenada e ausência de políticas eficazes de controle vetorial colaboraram para que o vírus migrasse para áreas densamente povoadas.
Há dois ciclos distintos de transmissão do vírus:
Ciclo silvestre
Nessa fase, animais como macacos, bichos-preguiça e roedores abrigam o vírus. A transmissão ocorre principalmente por meio do mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Outros vetores, como o Aedes serratus e o Coquillettidia venezuelensis, também podem estar envolvidos.
Ciclo urbano
É nesse cenário que reside a maior preocupação. Os humanos se tornam os principais hospedeiros do vírus, e o maruim continua sendo o vetor dominante. Porém, o mosquito Culex quinquefasciatus, popularmente conhecido como pernilongo ou muriçoca, também pode transmitir a doença — o que facilita sua propagação nas cidades.
Sintomas semelhantes aos da dengue dificultam o diagnóstico
A febre Oropouche manifesta-se com sintomas muito parecidos com os da dengue e da chikungunya, o que torna o diagnóstico clínico desafiador. Entre os sinais mais comuns estão:
- dor de cabeça intensa
- dores musculares e nas articulações
- náuseas
- diarreia
Casos mais graves, embora raros, podem evoluir para complicações neurológicas, como meningite e encefalite. Por isso, o acompanhamento médico é fundamental, especialmente em pacientes imunossuprimidos ou com histórico de doenças crônicas.
Prevenção é a principal arma contra o vírus
A febre Oropouche, assim como outras arboviroses, não possui tratamento específico. As orientações médicas se concentram no alívio dos sintomas e repouso. Diante da ausência de vacinas ou terapias antivirais eficazes, a prevenção é o único meio de conter o avanço da doença.
Entre as medidas mais recomendadas pelo Ministério da Saúde estão:
- uso de roupas que cubram o corpo
- aplicação regular de repelentes aprovados pela Anvisa
- eliminação de criadouros de mosquito, como água parada em vasos, calhas e ralos
- utilização de mosquiteiros, especialmente em áreas rurais ou de mata
- manter ventiladores e ar-condicionado ligados, pois dificultam o pouso dos insetos
Avanço preocupante em 2025
Em 2024, o Brasil registrou pouco mais de 13 mil casos ao longo de todo o ano. Agora, em maio de 2025, o país já atingiu mais de 10 mil infecções confirmadas, o que representa uma aproximação acelerada do total do ano anterior.
Veja quantos casos já foram registrados no Brasil:
- Espírito Santo: 6.123
- Rio de Janeiro: 1.900
- Minas Gerais: 682
- Paraíba: 640
- Ceará: 573
- Amapá: 80
- São Paulo: 36
- Santa Catarina: 9
- Paraná: 10
- Rondônia: 7
- Bahia: 5
- Tocantins: 5
- Pernambuco: 2
- Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí e Roraima: 1 caso cada
Diante do aumento expressivo dos casos, a vigilância epidemiológica foi intensificada, e campanhas de conscientização vêm sendo promovidas em diversas capitais. A população deve manter-se informada e adotar as práticas preventivas como parte da rotina. Até que vacinas estejam disponíveis, o combate ao mosquito e a atenção aos sintomas seguem como as principais ferramentas contra a febre Oropouche.
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