Associação atualiza protocolo de primeiros socorros: veja o que mudou no atendimento a vítimas de engasgo
Novas recomendações modificam forma de agir diante de casos de engasgo tanto em bebês quanto em crianças e adultos
American Heart Association/Divulgação
A American Heart Association (AHA) atualizou, neste mês de outubro, suas diretrizes internacionais de primeiros socorros, reanimação cardiopulmonar (RCP) e emergências cardiovasculares. As novas recomendações modificam principalmente a forma de agir diante de casos de engasgo com obstrução das vias aéreas, tanto em bebês quanto em crianças e adultos conscientes. As orientações foram publicadas na revista científica Circulation e substituem as normas anteriores, de 2020.
Conforme apuração da Agência Brasil, a principal mudança é a alternância entre cinco pancadas nas costas e cinco manobras de Heimlich em crianças acima de 1 ano e adultos ainda conscientes. Antes, o protocolo indicava o início do socorro apenas pelas compressões abdominais. Segundo a AHA, o novo método aumenta as chances de desobstrução sem causar lesões adicionais.
Novas recomendações para bebês
Para bebês menores de 1 ano, as orientações também mudaram. Agora, após as cinco pancadas nas costas, devem ser realizadas cinco compressões torácicas com a base da palma da mão, repetindo a sequência até que o objeto causador do engasgo seja expelido ou até a perda de consciência do bebê. Na diretriz anterior, as compressões eram feitas com dois dedos — indicador e médio.
A AHA alerta que a compressão no abdômen deve ser evitada em qualquer hipótese, já que pode causar ferimentos internos graves. A entidade reforça que as mudanças foram definidas com base em novas evidências científicas, reunidas por um grupo de profissionais de saúde especializados em cuidados de emergência.

Divulgação / AHA
“À medida que a ciência continua a evoluir, é importante que continuemos a revisar novas pesquisas específicas para as questões científicas consideradas de maior importância clínica que afetam a forma como prestamos cuidados que salvam vidas”, afirmou o presidente voluntário do Comitê Científico de Cuidados Cardiovasculares de Emergência da AHA, Ashish Panchal.
Para reconhecer o engasgo, o cuidador deve observar se o bebê não consegue chorar, tossir ou respirar, se há alteração na coloração da pele — que pode ir do pálido ao roxo —, ou se o corpo está mais flácido. Confirmado o engasgo, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) deve ser acionado imediatamente pelo número 192.
Enquanto aguarda o socorro, o bebê deve ser colocado de bruços sobre o antebraço, com a cabeça abaixo do nível do corpo. O socorrista deve aplicar cinco pancadas firmes nas costas e, em seguida, virar o bebê de barriga para cima, realizando cinco compressões no centro do peito. Os movimentos devem ser alternados até a liberação da via aérea ou a chegada do atendimento médico.
É importante não tentar retirar o objeto com os dedos, a menos que ele esteja visível. Também não se deve realizar compressões abdominais em bebês, pois isso pode provocar danos sérios aos órgãos internos.
Procedimento em caso de desmaio do bebê
Se o bebê perder a consciência, é necessário iniciar a ressuscitação cardiopulmonar (RCP). O procedimento deve começar com o bebê deitado de barriga para cima sobre uma superfície firme e plana. Em seguida, realizam-se 30 compressões torácicas com os polegares, mantendo as mãos ao redor do tórax.
Depois das compressões, devem ser feitas duas ventilações, cobrindo a boca e o nariz do bebê com a própria boca e observando se o tórax se eleva. O ciclo deve ser repetido até a chegada do socorro ou até que o bebê volte a respirar espontaneamente.
Essas orientações, segundo a AHA, buscam uniformizar o treinamento de primeiros socorros no mundo todo, garantindo que profissionais e leigos atuem com segurança em situações de emergência.
Diretrizes para crianças maiores e adultos
Para crianças acima de 1 ano e adultos conscientes, o protocolo passa a incluir a alternância entre cinco pancadas nas costas e cinco compressões abdominais. O socorrista deve posicionar-se atrás da pessoa, inclinando-a ligeiramente para frente e aplicando as pancadas na região entre as escápulas.
Se o bloqueio persistir, a compressão abdominal deve ser realizada envolvendo os braços em torno da cintura da vítima, com uma das mãos fechadas em punho e o polegar voltado para dentro. As compressões devem ser rápidas e direcionadas para dentro e para cima, entre o umbigo e o osso do peito.
O procedimento deve continuar até que o objeto seja expelido ou até a perda de consciência. Em casos em que a vítima esteja em cadeira de rodas ou não possa ser alcançada por trás, as compressões podem ser feitas na região torácica, com a mão posicionada no centro do peito.

Foto: Divulgação / AHA
Caso a pessoa desmaie, o atendimento deve ser iniciado imediatamente com a RCP. A vítima deve ser colocada sobre uma superfície firme, e o socorrista deve apoiar a cabeça e o pescoço antes de iniciar as compressões.
São indicadas 30 compressões torácicas com uma ou duas mãos, mantendo os braços esticados. Após as compressões, devem ser feitas duas ventilações boca a boca, cobrindo totalmente a boca da vítima e observando a elevação do tórax.
As manobras devem ser repetidas até a chegada do SAMU ou até que a pessoa recupere a consciência e volte a respirar. Segundo a AHA, a atualização das diretrizes busca simplificar o atendimento e aumentar as chances de sobrevivência em situações de engasgo e parada cardiorrespiratória.
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