Novembro Azul: entenda como o diagnóstico precoce do câncer de próstata salva vidas

Convidado do Podcast do M!, o urologista Lucas Batista traz uma boa notícia para o paciente: a cirurgia robótica reduz incidência de disfunção erétil e incontinência urinária

Por Bruna Ferraz
11/11/2023 às 08h00
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Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

O Novembro Azul é a campanha de conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata, que, na prática, pode salvar vidas. Este fator é essencial no tratamento da doença e no alcance da taxa de 90% de cura.

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo tipo mais incidente na população masculina em todas as regiões do país, ficando atrás apenas dos tumores de pele não melanoma. Além disso, essa é a segunda causa de óbito por câncer nesse público.

Os números de novos casos são altos: segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é de que, para o triênio 2023-2025, 71,7 mil novos casos sejam confirmados por ano. Diante das estatísticas, a necessidade de rastrear a doença com celeridade se torna ainda mais importante.

Na sua participação no Podcast do Portal M!, o médico urologista Lucas Batista falou sobre a importância da realização dos exames de detecção para que o paciente, caso receba o diagnóstico, possa ser curado com mais facilidade. Graduado pela Escola Bahiana de Medicina e com doutorado na Universidade Federal de São Paulo, o especialista é chefe dos serviços de Urologia da UFBA e do Cárdio Pulmonar, e coordenador do Departamento de Robótica da Sociedade Brasileira de Urologia.

De acordo com Lucas Batista, as pessoas que têm histórico familiar de câncer de próstata, como um parente de primeiro grau, devem procurar o urologista a partir dos 45 anos. Também devem buscar um profissional com antecedência os homens negros - neste caso, a cor da pele é um fator de risco. Os demais devem realizar o rastreamento a partir dos 50 anos.

Sobre os fatores de proteção para o câncer de próstata, Lucas Batista destacou a busca por bons hábitos de vida. "Evitar uma dieta muito rica em gorduras saturadas, aumento de peso... Isso tem uma relação direta com o comprometimento e também uma incidência mais aumentada do câncer. Então a pessoa deve manter-se magra, fazendo atividade física e tendo uma boa dieta. Isso consegue equilibrar um pouco mais e proteger um pouco do câncer de próstata", explicou ao Portal M!.

O urologista ressaltou que o câncer de próstata não apresenta sintomas na sua fase inicial, o que reforça a necessidade do rastreamento. Esse processo de identificação da doença pode ser feito de duas formas: através do exame de sangue (o PSA - Antígeno Prostático Específico) ou do toque retal.

"O PSA é uma proteína que a próstata produz e está relacionado com algum tipo de agressão que a próstata sofre. Então, ele não é tão específico para o câncer de próstata, porque outros fatores podem aumentar o PSA. Já o exame físico, que é o toque, também é importante, porque o médico consegue perceber a anatomia, se a próstata está mais endurecida, se existe algum nódulo, algum caroço, o tamanho da próstata", disse o médico, destacando que o PSA e o toque funcionam melhor quando são feitos conjuntamente, aumentando as chances de o especialista suspeitar de alguma alteração e solicitar algum exame mais específico.

Disfunção erétil

Quando, a depender do quadro de saúde, o paciente recebe a indicação de um especialista de que será preciso realizar uma intervenção cirúrgica, surge outro problema: o medo da disfunção erétil ou da incontinência urinária. Mas o urologista Lucas Batista diz que a realidade hoje é outra, e a cirurgia robótica alterou, para melhor, o prognóstico.

"Já houve uma evolução muito grande. Nós estamos completando agora 15 anos de cirurgia robótica no Brasil, e ela consegue dar um aperfeiçoamento da técnica. O resultado disso é que você consegue oferecer para o paciente uma cirurgia mais rápida, que sangre menos, melhorando a taxa da continência urinária.Você tem uma satisfação melhor também da preservação dos nervos dos vasos que são responsáveis pela ereção, proporcionando uma melhora no retorno dessa ereção de uma maneira mais precoce para o paciente", afirma.

 

Confira o podcast na íntegra: