Vixe! Wagner abraça Robinson e fragiliza Geraldo. Mudança cercada de mistérios no União Brasil. E o desafio de montar os partidos aliados a Bruno 

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Por Osvaldo Lyra e equipe
01/11/2023 às 09h33
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Foto: Arte/Haron Ribeiro
Foto: Arte/Haron Ribeiro

O abraço de Wagner Geraldo 

Há quem diga que a presença do senador Jaques Wagner na plenária do PT, no último sábado, que confirmou a pré-candidatura do deputado Robinson Almeida à prefeitura de Salvador, coloca uma pá de cal nas pretenções do vice-governador Geraldo Júnior de se viabilizar como o candidato único do grupo liderado pelo governador Jerônimo Rodrigues. Wagner era simpático à candidatura de Geraldo e chegou a fazer movimentos nesse sentido, mas, diante das muitas resistências, resolveu abraçar a candidatura petista, escanteando o nome do MDB. 

Senador Jaques Wagner e Robinson Almeida

Vazamento foi estopim 

A favor de Geraldo estão os irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima, que parecem ter perdido a queda de braço para as lideranças petistas. Um dos estopins para a queda de Geraldinho no banco de apostas foi o vazamento da reunião recente realizada entre ele, Wagner, Éden e Rosemberg Pinto, na casa do deputado petista, onde havia o compromisso de que aquela definição não seria divulgada. Como o teor do encontro foi revelado pelo site Política Livre, os caciques petistas decidiram tirar o nome de Geraldo do centro das discussões, para tristeza dos emedebistas e alegria dos petistas e seus aliados. 

Geraldo Júnior

Robinson mais forte 

No sábado, inclusive, a cúpula e a militância petista foram enfáticas ao afirmar que a pré-candidatura de Robinson Almeida não só estava mantida, como fortalecida. "Esse é um projeto de inclusão social e desenvolvimento na cidade", disse ele no encontro. O presidente do PT no estado, Éden Valadares, chegou a afirmar que a apresentação do nome de Robinson não era uma imposição, mas uma colaboração para a discussão do conselho político do governo: "A candidatura do PT não é uma candidatura em si mesma. O PT não tem candidatura para se afirmar, para apresentar isoladamente, é uma candidatura para unificar o grupo de Lula e Jerônimo em Salvador". 

Robinson Almeida e Éden Valadares

Projeto para a cidade 

Já o próprio Robinson enfatizou que o projeto do partido para a capital passa pelo desenvolvimento e inclusão social. "O melhor de Salvador é o nosso povo. Vamos apresentar um novo projeto pra cidade, inspirado nas tradições da esquerda democrática, que junta desenvolvimento econômico com inclusão social. Por tudo isso, estou convicto que o PT tem todas as condições de liderar a base do governador e ganhar as eleições em 2024", disparou. 

Robinson Almeida

Mulher na chapa 

O senador Jaques Wagner causou ainda mais burburinho nos últimos dias ao sinalizar a necessidade de uma alternância de gênero na chapa majoritária em Salvador. Segundo o líder petista, se a cabeça da chapa ficar com um homem, a vice deve ser uma mulher. Wagner também considera o inverso como uma possibilidade: "Tudo isso é que vamos começar a analisar". 

Jaques Wagner

Éden afastado 

E por falar no presidente do PT da Bahia, Éden Valadares, ele foi submetido ontem a uma cirurgia de colecistectomia e ficará afastado das suas atividades partidárias por 12 dias. Resta agora saber como ficará a discussão sobre a sucessão de 2024. Se será paralisada ou não, já que Éden estava à frente do processo de articulação entre o PT e os partidos aliados em todo o estado. 

Éden Valadares

Mudança cercada de mistérios  

A ascensão do deputado estadual Luciano Simões como presidente do União Brasil, em Salvador, ainda é cercada de mistérios. Ele assumiu o partido após saída do deputado federal Elmar Nascimento, que havia prometido potencializar o fundo eleitoral da sigla no ano passado, mas não realizou. Sem base na capital e focado na política de Brasília, Elmar viu o comando do UB ser trocado por um aliado direto do prefeito Bruno Reis.

Reunião do diretório municipal do União Brasil 

Apoio de Bruno 

Por mais que não conheça tanto da política da capital, Luciano terá o apoio do próprio prefeito para construir o arco de alianças que fortalecerá sua candidatura no próximo ano. Além de montar a chapa para vereadores do União Brasil, ele terá a missão de estruturar outros seis ou sete partidos para abrigar os vereadores com mandato e as lideranças que querem participar do processo eleitoral. 

Luciano Simões e Bruno Reis

Compromisso com a vereança 

Em uma reunião na última semana, Luciano tratou de assumir o compromisso com os vereadores do partido de só aceitar o ingresso de candidatos com mandato após consulta aos próprios edis. O primeiro encontro do dirigente com a bancada aconteceu em um restaurante do Caminho das Árvores, na presença dos vereadores Cláudio Tinoco, Paulo Magalhães Júnior, Kiki Bispo, Palhinha e Duda Sanches. A única ausência foi a da vereadora Cátia Rodrigues, que mandou representante. 

Luciano Simões em encontro com vereadores de Salvador

Nomes prejudicados 

A avaliação dos parlamentares do UB é que, em 2020, o ingresso em cima da hora de vereadores com mandato impediu a reeleição de nomes como Felipe Lucas, Beca e Vado Malassombrado, que estavam filiados à sigla. Simões afirmou que não há, pelo menos por hora, qualquer movimentação para atrair nomes que já ocupam cadeiras na Câmara. 

Felipe Lucas

União quer eleger 9 

Otimista, os vereadores do União Brasil apostam no crescimento da bancada no próximo ano. De acordo com eles, as mudanças na regra da eleição em relação ao pleito de 2020, principalmente sobre a distribuição de vagas pela média do coeficiente eleitoral, podem resultar na eleição de uma bancada de nove vereadores do partido na Câmara, que é liderado pelo vereador Cláudio Tinoco. 

Cláudio Tinoco

Lupi na Bahia 

Além de participar da sessão de entrega da Medalha Thomé de Souza ao deputado federal pedetista Leo Prates, no próximo dia 9, no Plenário da Câmara de Salvador, o presidente licenciado do PDT e ministro da Previdência, Carlos Lupi, pretende aproveitar a agenda na capital baiana para se reunir com o prefeito Bruno Reis. 

Carlos Lupi

Defesa de Ana Paula 

Na pauta, além das questões de interesse da cidade junto à pasta federal, estão as eleições de 2024. Numa articulação do presidente da sigla na Bahia, deputado federal Félix Mendonça Júnior, Lupi vai reforçar o pedido do PDT para que a vice-prefeita Ana Paula Matos, filiada à sigla, continue na chapa do chefe do Executivo Municipal.

Carlos Lupi, Ana Paula e Ciro Gomes

A dúvida no PL 

O PL está dividido sobre a filiação do ex-vereador Cézar Leite, que vai tentar reconquistar uma cadeira na Câmara Municipal em 2024. Isso porque os deputados estaduais bolsonaristas da sigla, Diego Castro e Leandro de Jesus, pretendem lançar candidatos ao Legislativo da capital e querem que esses postulantes tenham prioridade no partido para herdar os votos conservadores.

Cézar Leite

Apostas do partido 

Diego aposta em Alexandre Moreira, enquanto Leandro articula para lançar William Faria, ambos assessores dos parlamentares. O presidente do PL baiano, João Roma, quer Cézar Leite na legenda. Vale lembrar que o partido tem dois vereadores: Alexandre Aleluia e Isnard Araújo. Apenas o primeiro, que também é bolsonarista, deve permanecer.

Diego Castro