Vixe! As dificuldades da base de Jerônimo em Salvador. Geraldo cresce e incomoda o PT e o PCdoB. Vazamento irrita Wagner. E o apoio de Roma a Bruno Reis
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Nova mudança de rumo
Quem acompanha a novela da definição da candidatura da base do governo estadual para a prefeitura de Salvador não reclama de marasmo ou de falta de emoção. Nas últimas semanas, temos mostrado as idas e vindas desse folhetim, que já teve a ascensão do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), seu escanteio e o crescimento do deputado estadual Robinson Almeida, do PT. Agora, acompanhamos novamente a mudança de rumo e o retorno de Geraldo ao papel de protagonismo dessa novela da vida real.
Robinson Almeida
Geraldo e a resistência
Informações do site Política Livre dessa semana trouxeram mais emoção ainda a essa novela, que envolve estratégias políticas, disputas e jogos de poder. Geraldinho, que estava aparentemente fora da cena, voltou com força após uma reunião entre o governador Jerônimo Rodrigues e o senador Jaques Wagner no final de semana. Agora, a dificuldade tem sido convencer os aliados da Federação [leia-se, PT e PCdoB] a aceitarem o vice-governador, que quer um nome do PT a seu lado, na majoritária.
Geraldo Jr
Vazamento enfurece Wagner
No Partido dos Trabalhadores e no PCdoB, esse cenário de o MDB encabeçar a chapa é rechaçado devido ao temor de que as siglas possam perder três ou quatro vereadores em Salvador. Para complicar esse enredo, o vazamento da reunião do final de semana teria deixado o senador Jaques Wagner enfurecido. E o detalhe é que isso fragilizou novamente Geraldo, levando o senador baiano a orientar o presidente estadual petista, Éden Valadares, a publicar informações reafirmando que a pré-candidatura de Robinson estava "mantida".
Jaques Wagner
De cima para baixo, não!
Em suas redes sociais, Éden afirmou que "qualquer mudança na tática eleitoral passará por debates" nas "direções, federação e conselho político" e descartou uma decisão de cima para baixo. "Confiamos na condução do governador, na sua capacidade de diálogo com os partidos e na busca da unidade", disse o presidente estadual do PT, destacando que "por recomendação médica", está "sem poder falar e afastado das atividades no partido".
Éden Valadares
Todos esperam Jerônimo
Não se sabe ainda quando o governador vai bater o martelo, nem se o jogo avançará pró ou contra Geraldo. Mas que promete muita emoção e corações acelerados, ah promete. Jerônimo, inclusive, tem evitado dar novas datas. A previsão inicial era setembro, depois passou para meados de outubro, agora se fala que a confirmação sairá até o final do ano, mas sem cravar uma data.
Jerônimo Rodrigues
Éden incensou nome
Até porque, pelo que se comenta no próprio PT, foi o presidente estadual Éden que incensou a candidatura de Robinson, na tentativa de barrar o avanço da candidatura de José Trindade, presidente da Conder. Na época, a estratégia fragilizava Rui e fortalecia Wagner. Agora, difícil vai ser o deputado estadual do PT recuar da disputa, já que ele tem sido incentivado pela militância e pela bancada na Câmara de Vereadores.
Robinson Almeida
A reação do PCdoB
A informação de que o nome de Geraldo havia sido escolhido pela cúpula petista causou uma reação forte também no PCdoB. O diretório do partido em Salvador reagiu "com surpresa" à notícia e obrigou a presidente da sigla na capital e o presidente em exercício na Bahia, Geraldo Galindo, a reforçarem que a deputada estadual Olívia Santana era a opção mais viável para a disputa da Prefeitura, com base em seu histórico como a candidata mais votada na última eleição para deputados e em sua ampla presença na cidade.
Aladilce Souza
Decisões autoritárias
A própria deputada estadual Olivia Santana tratou de afirmar ontem que não vai respeitar decisão autoritária nenhuma, em que "não sejam consideradas as posições dos partidos, que não foram discutidas". Ainda segundo Olívia, "o tempo do manda quem pode, obedece quem tem juízo nós já derrubamos na Bahia". "Todos os partidos precisam ser respeitados e uma decisão desta monta, é uma decisão que, necessariamente, tem que se dar por um processo democrático, considerando todos os partidos do campo".
Olívia Santana
As vantagens pró-Geraldo
Já o presidente de honra do MDB, Lúcio Vieira Lima, tem reafirmado na imprensa que o nome de Geraldo é o mais forte para enfrentar o prefeito Bruno Reis e explica os motivos. Para ele, o momento político e a super exposição que o vice-governador tem tido na mídia podem auxiliar muito na próxima disputa. "Além do recall da última eleição e da atuação como presidente da Câmara, Geraldinho conhece bem a cidade e já integrou o grupo do atual prefeito", pontua, ao destacar que o vice pode receber votos dos dois lados, leia-se do PT e do União Brasil.
Lúcio Vieira Lima
Preparação para 2026
O detalhe é que o governador Jerônimo sabe que a eleição para prefeito será decisiva para a reeleição dele em 2026. E como Salvador é a trincheira mais forte da oposição na Bahia, o grupo entende que precisa sair fortalecido da próxima disputa na capital baiana e isso é fundamental para o processo. Até mesmo o discurso de que as esquerdas vão cruzar os braços, caso o nome do MDB seja confirmado, não encontra eco entre os aliados do Palácio de Ondina.
Apoio não sacramentado
O presidente do PL na Bahia, João Roma, tratou de afirmar ontem que o encontro realizado na segunda com o prefeito Bruno Reis era uma sinalização de proximidade com o gestor, mas garantiu que não há nada consolidado sobre apoio do PL para as eleições do próximo ano. "Fui à Prefeitura entregar um documento sobre a questão da liberdade econômica, sobre a diminuição da carga tributária em Salvador. Logo, não tem nada sacramentado, não tem anúncio do PL sobre apoio à reeleição", disse Roma.
Bruno com lideranças do PL
Propostas antecipadas
O dirigente do PL explicou que, em reunião anterior com o prefeito, mencionou que estava realizando um estudo para apresentar propostas para a desburocratização e a redução de impostos na capital baiana, melhorando a capacidade de atração e a geração de novos negócios em Salvador. "O prefeito, então, propôs que eu antecipasse o documento ao invés de apresentá-lo como proposta em período eleitoral. Chamei os deputados do PL para me acompanhar. Não tenho dificuldade nenhuma de estabelecer diálogo", disse.
Bruno Reis
Cinco vereadores
O ex-ministro da Cidadania destacou que, nos próximos meses, o caminho é avançar nessas discussões dentro do PL para definir se o partido manterá candidatura própria ou apoia Bruno. Roma disse que a legenda pretende aumentar o bancada na Câmara Municipal de dois para cinco vereadores. "Temos um eleitorado a quem devemos dar satisfação. No último ano, tivemos quase 10% dos votos em Salvador. Essas pessoas querem menos impostos. Esse é o público a quem devemos dar satisfação".
Paço Municipal
Pré-candidatura mantida
Roma disse ainda que sua pré-candidatura a prefeito da capital está mantida, mas reiterou que há condições para aliança com Bruno, principalmente em um cenário em que o PT já detém o controle do estado e da União e busca conquistar as principais cidades baianas. "Precisamos atuar em uma estratégia que não comprometa o avanço da direita na Bahia", destacou o ex-ministro, que estava acompanhado pelos deputados federais Jonga Bacelar, Capitão Alden e Roberta Roma; os deputados estaduais Leandro de Jesus e Diego Castro; e os vereadores Isnard Araújo e Alexandre Aleluia.
João Roma
Bom de votos
E por falar em vereadores do PL, o vereador Isnard Araújo é apontado como um "dificultador" para a atração de lideranças políticas, que colaborem com a meta ro partido de eleger cinco vereadores no próximo ano. Questionado sobre o assunto, o próprio Isnard diz que não será problema para isso. Há quem diga, inclusive, que ele já esteja abrindo diálogo com outras siglas. Isnard é bom de votos e foi o terceiro mais votado na última eleição.
Isnard Araújo
Alden cria climão
E falando ainda da reunião de Bruno com o PL, tudo parecia transcorrer num clima de total harmonia no encontro da última segunda, até o deputado federal Capitão Alden causar um verdadeiro mal-estar com o prefeito Bruno Reis, ao tecer duras críticas à Guarda Municipal e a seu dirigente Maurício Lima. O clima esquentou e o prefeito chegou a se alterar com o possível futuro aliado. Alden destoou do restante do grupo liberal.
Capitão Alden