Vixe! Bellintani se reúne para discutir candidatura. O que tirou Trindade do páreo? O favoritismo de Bruno. E a ironia de Geddel para o governo 

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Por Osvaldo Lyra e equipe
20/09/2023 às 09h21
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Foto: Arte/Haron Ribeiro
Foto: Arte/Haron Ribeiro

Problema cardíaco 

Desde que o presidente da Conder, Zé Trindade, anunciou que não era mais pré-candidato a prefeito de Salvador, muitas versões surgiram para explicar o movimento. Uma era que o lançamento da candidatura de Robinson Almeida, pelo PT, havia sepultado o desejo de ele se viabilizar como nome do grupo, tendo chegado à conclusão, ao lado do ministro Rui Costa, de que era preciso recuar. No entanto, uma pessoa que transita com desenvoltura no núcleo disse que a versão oficial de Trindade, de desistência por causa do problema cardíaco, era "a mais pura verdade". 

José Trindade

Pressão da família 

Segundo a versão apresentada, Trindade passava por uma bateria de exames em São Paulo quando descobriu a necessidade de colocar três stents no coração. Dois dias depois, após realizar o procedimento, retornou para Salvador e foi convencido pela família, mais precisamente pelos filhos, de não entrar na disputa pela prefeitura da capital baiana.

Surpresa 

Como estava com a pré-campanha estruturada e era uma das apostas para unificar o grupo do governador Jerônimo, Trindade pegou todos de surpresa, inclusive o próprio Rui, que teria ficado sabendo do recuo pela imprensa. Era uma sexta-feira e ele voltava de uma agenda em Fortaleza. No domingo, já em Salvador, o ministro visitou Trindade e ouviu dele que não valeria a pena insistir na tentativa de candidatura, já que não havia conseguido se viabilizar. Decidiu então continuar o trabalho na Conder, tendo recebido o aval do próprio Rui para a decisão. 

Rui Costa

Favorito 

Pesquisas contratadas pelo governo mostraram nos últimos dias que o prefeito Bruno Reis segue como favorito na próxima eleição em Salvador. O único candidato da base do governador Jerônimo que, segundo a amostragem, poderia tirar o favoritismo do chefe do Executivo seria o do ex-governador Rui Costa. Diante disso, há quem diga nos bastidores que Bruno só perde a eleição para ele mesmo e que o foco do governo estadual será vencer nas maiores 70 maiores cidades da Bahia. 

Bruno Reis

Ensaio de Bellintani 

O nome do presidente do Esporte Clube Bahia, Guilherme Bellintani, parece que voltou a figurar com força para a sucessão municipal de Salvador. Com a saída de cena no presidente da Conder, Zé Trindade, o dirigente do clube passou a se articular e, inclusive, começou a realizar encontros com outros atores da política local, na tentativa de se viabilizar. Na segunda mesmo, Bellintani teve um reunião, a portas fechadas, quando começou a discutir os caminhos necessários para entrar de forma competitiva na disputa pelo Palácio Thomé de Souza. 

Guilherme Bellintani

Sidônio na articulação 

A ideia inicial é que comecem a ser arregimentados partidos e possíveis candidatos a vereador que possam embalar sua candidatura. A estratégia  prevê a atração de siglas que gravitam no entorno do PT. "Não é campanha de brincadeira, mas de verdade mesmo", disse um interlocutor que esteve com Bellintani nos últimos dias. Por trás dessa articulação estaria o marqueteiro Sidônio Palmeira, que mantém relação próxima com o dirigente do Bahia. 

Sidônio Palmeira

Desejo antigo 

A verdade é que o nome de Bellintani sempre foi desejado pelo ministro Rui Costa e pelo senador Jaques Wagner para entrar na disputa contra Bruno Reis. Esse flerte é antigo, mas, pelo visto, ensaia retornar com força ao tabuleiro municipal. Pesa contra o dirigente do Bahia a situação do próprio clube. Em pesquisas contratadas pelo governo o nome de Bellintani ja foi incluído, tendo, inclusive, pontuado nas sondagens feitas para consumo interno. 

Jaques Wagner

Bellintani na vice? 

Por mais que digam que não, Bellintani já foi cogitado pelo ex-prefeito ACM Neto para ser o candidato a vice de Bruno Reis, fato rechaçado pelo atual prefeito, que quer ver a sua vice Ana Paula Matos mantida no posto. Isso porque há o entendimento de que o prefeito possa ser convocado a participar da chapa oposicionista em 2026, deixando a prefeitura para sua vice.

ACM Neto

A ironia de Geddel 

A postagem feita ontem pelo ex-deputado Geddel Vieira Lima, em reação à decisão do Avante de lançar a pré-candidatura do deputado federal Sargento Isidório para a Prefeitura de Salvador, foi lida como uma "grande ironia" do líder emedebista. Segundo Geddel, talvez fosse "a hora do partido (MDB) retirar a pretensão de ter o candidato a Pref de Salvador e ajudar a construir a unidade da base, sob o comando do Governador, em torno do nome do Dep Isidório do Avante (sic)".

Geddel Vieira

O escracho 

A postagem foi vista como "um escracho" de Geddel ao movimento do PT de lançar Robinson e do Avante de lançar Isidório, o que vai de encontro à estratégia do governador de construir uma candidatura única contra Brunos Reis. "Não dá pra levar Sargento Isidório a sério, muito menos a decisão do Avante de lançar seu nome na disputa. Se querem bagunçar, o MDB vai dar sua contribuição para isso", ironizou ontem uma pessoa ligada ao partido dos irmãos Vieira Lima, ao falar da baixa performance de Isidório na última eleição. "Se é para brincar, o MDB vai brincar", completou outro governista ouvido pela Vixe. 

O deboche 

Outro deboche apontado na fala de Geddel foi em relação ao "esforço" e "habilidade" do "seu amigo Carletto", que luta "sem ajuda, respaldo, estímulo de ninguém" para montar o partido. Na verdade, todos sabem que o ex-deputado Carletto controla o Avante sob a batuta do ministro Rui Costa, que sonha em participar da chapa de Jerônimo em 2026 para o Senado na cota da sigla, que está crescendo e deverá sair grande da próxima eleição municipal. 

Ronaldo Carletto

Negligência na queda de repasses 

Quem conversou recentemente com o deputado federal Cláudio Cajado pode perceber que, desde o mês de abril, ele já alertava o Planalto para a bomba que iria estourar sobre os municípios brasileiros, devido à queda na arrecadação das prefeituras. O progressista já havia feito o alerta aos líderes do governo no Congresso, mas, pelo visto, o assunto não teve a prioridade que merecia.

Cláudio Cajado

O desespero dos prefeitos 

Nos últimos dias foi possível ver o desespero de muitos prefeitos, que não estão tendo recursos nem mesmo para pagar a folha de pessoal. Muitos estão com contas atrasadas e até demitindo. O problema é que, além das prefeituras, muitos estados passaram a ter perdas também na arrecadação, devido aos cortes do Fundo de Participação dos Estados (FPE). A sensação é que a economia dá sinais de melhora, mas não acompanha o aumento das despesas do governo federal. A situação preocupa, sobretudo, com a reforma tributária em curso em Brasília.

Congresso Nacional 

O pai do PAC 

Quem andou por Brasília nos últimos dias ficou impressionado com a imersão que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, passou a fazer no governo Lula para viabilizar o novo PAC - Programa de Aceleração do Crescimento. Se antes o ex-governador já não se envolvia nas articulações políticas do governo, agora, que ele tem o desafio de destravar as obras públicas e alavancar a gestão federal, "é que nao se envolverá mesmo", como disse um deputado federal à Coluna Vixe. "Tem obras paralisadas e gargalos demais para destravar". 


 

Rui Costa


Faltam ações em Feira 

O que se comenta na região de Feira de Santana é que o secretário de Desenvolvimento Econômico do estado, o deputado licenciado Angelo Almeida, não mostrou a que veio até agora, pelo menos, para sua cidade natal. A informação é que ele não conseguiu fazer nenhum movimento de fortalecimento da região metropolitana da cidade, nem atuou para fortalecer o Centro Industrial do Subaé. "O que se comenta aqui é que já se passaram nove meses de governo e o secretário não conseguiu fortalecer as indústrias e empresas, muito menos, contribuiu com a geração de emprego e renda na região", disse um líder oposicionista na cidade.

Ângelo Almeida