Como o Terceiro Setor atua na prevenção do suicídio?

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A campanha "Setembro Amarelo" no Brasil foi criada no mês de setembro pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) com o objetivo de alertar por meio de debates, estudos e apoio na prevenção do suicídio realizada nacionalmente pela Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP em parceria com o Conselho Federal de Medicina - CFM desde 2014.
No Brasil, há um suicídio a cada 45 minutos. Os dados mundiais indicam que ocorre uma tentativa a cada três segundos e um suicídio a cada 40 segundos, perfazendo um total de 1 milhão de suicídios no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) .O dia 10 de setembro foi escolhido mundialmente para a prevenção do suicídio, o que não se pode denominar de dia comemorativo.
A OMS reconhece o suicídio como uma prioridade de saúde pública. Registre-se que o primeiro relatório sobre suicídio no mundo da OMS "Prevenção do suicídio: um imperativo global", publicado em 2014, resultou em inserir, na agenda global a prevenção do suicídio como matéria prioritária para a saúde pública. O documento também incentiva e apoia os países a desenvolverem ou reforçarem estratégias de prevenção ao suicídio em uma abordagem de saúde pública multisetorial.
Chama-se atenção que mais de 95% dos casos registrados de suicídio em 2019 relacionam-se com transtornos mentais, tendo origem ou não nas condições do ambiente de trabalho. É de se considerar que as empresas, organizações de todas as esferas, públicas ou privadas, devem aproveitar o momento para adotar práticas que promovam um ambiente de trabalho saudável e assegure qualidade de vida para os trabalhadores.
Ainda há alguma resistência de discutir o tema, por ainda existir o mito que por ser um assunto sensível, pode-se estar incentivando quando não se adota medidas adequadas para evitar. Ao contrario dessa resistência, deve-se lembrar de que as pessoas hoje, inclusive com o acesso ao trabalho pela tecnologia, trabalham incessantemente no home office, ou em teletrabalho, dedicam-se a maior parte do tempo conectados ao trabalho, então é dever do empregador buscar mecanismos de comunicação com os trabalhadores, visando a saúde física e mental, não apenas por ser uma garantia constitucional, como também porque trabalhar num lugar prazeroso gera engajamento e assim, mais produtividade e não apenas em setembro, mas o ano inteiro.
Com base nessa preocupação, o CVV - Centro de Valorização da Vida, é uma OSC, associação, isto é, integra o rol do Terceiro Setor de organizações sem fins lucrativos, totalmente voluntária, que trabalha na prevenção do suicídio, de forma totalmente sigilosa e que dá apoio emocional a tantas pessoas que sofrem com depressão. O humorista Whindersson Nunes contou que utilizou o Centro de Valorização à Vida (CVV) para conversar durante um momento em que precisou de apoio emocional e declarou nas suas redes sociais que foi uma experiência muito proveitosa.
O CVV atua de forma totalmente gratuita, tem como mantenedora a ABAVI, associação baiana de apoio a vida, por isso estamos apoiando, pois por ser uma organização de voluntários, mesmo assim precisa de uma mínima estrutura para funcionar, então se quer saber mais, como apoiar acesse o site oficial https://www.cvv.org.br/. Mais uma importante atuação do Terceiro Setor no intuito de salvar vidas.
* Presidente da Comissão Especial do Direito do Terceiro Setor da OAB/BA. Mestre em Políticas Sociais e Cidadania pela Universidade Católica do Salvador - UCSAL. Professora Titular da Unime. Especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho e Direito Previdenciário. Presidente da Comissão Especial do Direito do Terceiro Setor - OAB/BA. Diretora Tesoureira da ABMCJ-BA. Diretora da ACB (Associação Comercial da Bahia). Advogada da AMEAQUARIUS.
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