Vacina inativada da pólio completa dez anos nos postos com baixa adesão
Baixa cobertura do imunizante chega a quase 70% segundo dados
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O Zé Gotinha ganhou um aliado de peso há dez anos para manter a paralisia infantil longe das crianças brasileiras: a vacina inativada contra a poliomielite, cuja injeção intramuscular é considerada mais eficaz e segura que as famosas gotinhas que erradicaram a doença no Brasil e em boa parte do mundo.
O aniversário de uma década da vacina no Programa Nacional de Imunizações (PNI) está sendo lembrado em agosto deste ano com preocupação por parte de pesquisadores e autoridades de saúde. Enquanto a doença reaparece em algumas partes do mundo, a cobertura vacinal contra a pólio no Brasil está cada vez mais longe da meta de 95% das crianças protegidas.
A vacina inativada contra a poliomielite foi introduzida em 2012 com duas doses e ampliada para três doses em 2016. O PNI recomenda que elas sejam administradas aos dois, quatro e seis meses de idade, conferindo uma imunidade que só é reforçada aos 15 meses e aos quatro anos, com as gotinhas da vacina oral.
No período de 2016, a cobertura caiu para menos de 90%, chegando 84,19% no ano de 2019. Em 2020, a pandemia de Covid-19 impactou as coberturas de diversas vacinas, e esse imunizante chegou a apenas 76,15% dos bebês. Em 2021, que ainda pode ter dados lançados no sistema, o percentual ficou abaixo de 70% pela primeira vez, com 69,9%.
O percentual no país indica um cenário em que três em cada 10 crianças não foram vacinadas. Em leitura regional, no Sul, a proporção é de 79% e no Norte, é de 61%. O estado em pior situação, segundo o painel de dados, é o Amapá, onde o percentual é de apenas 44% de bebês imunizados.
*Com informações da Agência Brasil