Distúrbios do sono podem desencadear doenças cardíacas, diabetes e depressão, aponta pneumologista

Convidada do Podcast do M!, Mônica Medrado ressalta a importância de buscar especialista para redução de subdiagnósticos deste tipo de problema

Por Bruno Brito
24/07/2022 às 15h21
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Foto: Divulgação
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Mesmo pouco conhecidos pela maioria da população, os distúrbios do sono - como a apneia obstrutiva, o transtorno crônico de insônia e as hipersonias - podem ter relação direta com doenças muito comuns, a exemplo de diabetes e depressão. No entanto, por se tratar de um fenômeno detectado recentemente, as pessoas não relacionam as enfermidades com os distúrbios.

Neste episódio do Podcast do Portal M!, a pneumologista com atuação em Medicina do Sono, Mônica Medrado, explica como os distúrbios do sono podem estar associados a doenças cardíacas, diabetes e depressão. A profissional realiza atendimento especializado na clínica AMO e é coordenadora medica do laboratório do sono do Centro Especializado em Pneumologia e Medicina do Sono (CEPS).

"Com relação às patologias que mais frequentemente estão associadas a transtornos do sono, temos a hipertensão, arritmias cardíacas, o risco de AVC, diabetes, depressão. Tudo isso pode estar associado com os distúrbios do sono", aponta.

Nestes casos, a recomendação da médica é buscar um especialista ou conversar com o médico assistente, "com o objetivo de reduzirmos os subdiagnósticos de distúrbios do sono, porque existem muitos indivíduos que não possuem o diagnostico e não são tratados".

De acordo com a especialista, como em muitos casos as pessoas não foram diagnosticadas, só vão descobrir o quadro se houver uma manifestação diurna do problema.

"Muitas vezes o indivíduo tem o distúrbio do sono e se não tiver a manifestação diurna desse distúrbio, ele vai depender da informação de um acompanhante de quarto, que vai observar seu padrão de comportamento", observa.

 

Sintomas mais comuns

Para tanto, a médica reforça a importância de estar atento aos sintomas que podem sinalizar a presença de distúrbio do sono. "Uma sintomatologia muito frequente é a sonolência excessiva diurna, e a principal causa desse problema é a privação voluntária de sono. A nossa sociedade está dormindo cada vez menos, e essa privação de sono dá fadiga e sonolência", pontua.

Outros sintomas comuns são o ronco, o comportamento anormal durante o sono, acordar com a sensação de sono não reparador, irritabilidade fácil, déficit de atenção e de memória. "São condições que devemos estar atentos para a possibilidade de possuirmos um distúrbio do sono", ressalta.

 

Variáveis do sono

Segundo a especialista, para ter um sono reparador e de qualidade, é necessário observar três variáveis importantes: a quantidade, a qualidade e o ritmo do sono.

"Devemos vigiar a quantidade de sono, que é algo desigual, mas não se deve dormir o inferior a seis horas e o superior a dez. Mas, transitando entre esses extremos, devemos encontrar nossa necessidade. Além da quantidade, devemos observar a qualidade, e o que compromete a qualidade do sono é o distúrbio, que pode ser apneia, bruxismo, distúrbio de movimento de pernas", elenca.

Já com relação ao ritmo, Mônica defende a necessidade de criar rotinas. "Precisamos ter um horário regular para iniciar o sono e para acordar, porque o nosso relógio biológico é programado para manter isso. No momento em que estamos desrespeitando isso, compromete o equilíbrio e a fisiologia", aponta.

 

Confira o podcast na íntegra: