Vixe! A chapa puro sangue de Roma e a vinda de Bolsonaro na convenção.  PCdoB, PT e PV brigam pela suplência de Otto. E mais, a imagem de Neto e a esperança de dias melhores na Bahia 

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Por Osvaldo Lyra e equipe
06/07/2022 às 08h31
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Foto: Arte/Haron Ribeiro
Foto: Arte/Haron Ribeiro

As idas e vindas do PTB 
O ex-presidente estadual do PTB, Benito Gama, foi convidado a sair do partido, comandado nacionalmente pelo ex-deputado Roberto Jefferson, para que a sigla pudesse manter o alinhamento com o presidente Jair Bolsonaro e atuar na trincheira eleitoral do bolsonarismo dentro e fora da Bahia. O dirigente maior do partido não queria saber de contato com o ex-prefeito de Salvador. O detalhe é que o tempo passou e o novo dirigente estadual da sigla, Gean Prates, fez o caminho de volta e declarou apoio ao pré-candidato do União Brasil, deixando o postulante João Roma a ver navios. A Roma, só restou o PL, o Pros e o Patriota, além da força de Bolsonaro no estado, o que pode não ser pouca coisa até a eleição.

Roberto Jeferson

A casa nova de Gean 
O anúncio foi feito pelo próprio presidente estadual do PTB, Gean Prates. De acordo com ele, "após ouvir a Executiva Estadual e o Conselho Político do partido, decidiu dar apoio à pré-candidatura de ACM Neto, razão pela qual passa a integrar as ações políticas dirigidas pela futura chapa majoritária do União Brasil". Em contrapartida, Gean foi alçado à condição de presidente da Arsal (da Agência Reguladora e Fiscalizadora dos Serviços Públicos de Salvador), na gestão do prefeito Bruno Reis. O movimento chegou a ser criticado pelo pré-candidato João Roma, que acusou o "toma lá dá cá".

Gean Prates

Do lado de Neto após 20 anos 
O presidente do PRTB na Bahia, Celsinho Cotrim, se inspirou na composição de Walter Queiroz para iniciar o "textão" no qual declarou apoio à pré-candidatura de ACM Neto ao governo do estado. "...Vale a pena ser feliz, vale a pena acreditar. Deixe, deixe é bom deixar. Deixe o coração mandar...". Assim, o dirigente estadual da sigla disse que, depois de 20 anos se paquerando, ele estava deixando o coração mandar e estava "casando politicamente com Toni". "Sim, Toni. É assim que carinhosamente nós, amigos dele, o chamamos desde a época do colégio Marista quando nos conhecemos em 1986 (36 anos) e começamos a fazer política no movimento estudantil em 1993 (29 anos) - época que disputamos o grêmio estudantil cada um numa chapa". 

Celsinho Cotrim e ACM Neto

Namoro de muito tempo
No texto, Celsinho diz que o namoro de muito tempo ficava no encanto mesmo, "pois meu pai (o ex-vereador Celso Cotrim) era oposição (a Neto) e eu nunca iria me opor a ele". Porém, como Celso pai se aposentou da política e liberou a família pra seguir seu rumo, "eu segui o meu caminho e em 2018 me candidatei a senador e também a prefeito de Salvador em 2020. E foram as duas decisões mais acertadas da minha vida! Então, como estou com 46 anos, agora eu vou dedicar minha vida, iniciando um novo ciclo ao lado de quem meu coração vem mandando, que é com ACM Neto", disse Celsinho, completando que estava muito "seguro e feliz com a decisão.

Estratégia é colar em ACM Neto 
Pelo visto, as informações de que o pré-candidato ao Senado, Cacá Leão, não estava se entrosando com a campanha do candidato ACM Neto não passam de futricas e do "fogo amigo". O entendimento no entorno do PP é que a aceitação do progressista é a melhor possível. Desde que o vice-governador João Leão passou o bastão para o filho, ele não para quieto e está sempre colado nos eventos de campanha de Neto. O alinhamento é total.  

ACM Neto e Cacá Leão 

Esperança de dias melhores 
Segundo o próprio deputado Cacá Leão, tem sido bonito ver como as pessoas, dos quatro cantos da Bahia, depositam suas esperanças de dias melhores numa eventual vitória de ACM Neto. "Não só nos eventos políticos, como nas andanças pelas ruas das cidades, podemos ver o desejo de mudança estampado nos rostos dos eleitores baianos", enfatizou.

ACM Neto

Movimento de parar o jogo
Pra dar uma mostra da alta receptividade pelo interior, Cacá citou o exemplo da cidade de Barrocas, onde ele e ACM Neto foram assistir à final do campeonato intermunicipal no estádio local, que comporta 4 mil pessoas, e começaram andar no meio dos torcedores. O assédio foi tão grande que o juiz da partida pediu para que os pré-candidatos parassem, pois o movimento estava atrapalhando o jogo. "É um sentimento de aceitação muito forte", ressaltou.  

Sem tempo pra decolar 
A avaliação no núcleo do PP é que a pré-candidata do PL, Raíssa Soares, não terá tempo suficiente para colar na imagem do presidente Bolsonaro e crescer a ponto de ameaçar vencer a disputa pelo Senado. O atual senador Otto Alencar continua na liderança nas pesquisas, seguido de Cacá com metade das intenções de voto e Raíssa, que ainda não teria atingido duas casas nas avaliações contratadas pela campanha. 

Raíssa Soares e Jair Bolsonaro

Pesquisa agora não é balizador 
O que acalenta o núcleo progressista é saber que pesquisa não é um balizador para esse momento da campanha ao Senado. Só após o início do horário eleitoral é que será possível aferir o real crescimento dos candidatos. Outro fato curioso lembrado pelos progressistas é que, desde 2006, os senadores que venceram as eleições não estavam liderando as pesquisas antes da campanha ser iniciada. Foi assim com João Durval, que estava em terceiro e venceu a disputa.

João Durval 

Coronel venceu 
Foi assim em 2010, que havia a aposta de César Borges, e venceram Lídice e Pinheiro. Na última eleição, o mesmo se repetiu com Irmão Lázaro, que liderava, mas perdeu com mais de dois milhões de votos para o atual senador Ângelo Coronel. "Portanto, o prognóstico fala em favor de Cacá", completou um deputado progressista. 

Senador Ângelo Coronel

Ninguém me consultou 
A declaração do senador Otto Alencar (PSD), reivindicando participar da discussão para indicar o nome da sua suplência, pegou muita gente de surpresa na base governista essa semana. O atual senador disparou que "por enquanto", não tem nenhuma decisão tomada. "Qualquer candidato ao Senado tem direito de escolher o seu suplente. Claro que não fará isso sem conversar com as lideranças do grupo, com Rui e Wagner, mas é um direito meu. Leio na imprensa e sequer fui consultado", apontou.

Senador Otto Alencar

PCdoB, PT e PV querem a suplência 
O detalhe é que o PT já havia dado indicativos de que pretendia brigar pela vaga de suplente. O PCdoB idem. Os comunistas continuam reivindicando a primeira suplência para o atual vereador Augusto Vasconcelos, sob a justificativa de que são parceiros de primeira hora. Da mesma forma que o PV quer a vaga, sob o argumento de que romperam com ACM Neto e que merecem o espaço. Resta saber agora quem levará a melhor. Até porque, caso o PCdoB não fique com a vaga, a situação poderá se complicar para os atuais deputados do partido, Daniel Almeida e Alice Portugal, que teriam que disputar votos na base com Vasconcelos. A conferir.

Vereador Augusto Vasconcelos

Estratégia é colar em Bolsonaro
As últimas vindas do presidente Jair Bolsonaro à Bahia, aliadas à adesão espontânea de seus apoiadores no estado, encheram de esperança o núcleo da campanha do PL e do pré-candidato João Roma. A alta receptividade do presidente em Luís Eduardo Magalhães e, mais recentemente, em Feira de Santana, Cruz das Almas e Salvador, fez com que os bolsonaristas entendessem a importância da presença do presidente da República no estado. O sentimento no grupo é que Bolsonaro pode crescer e levar consigo seu ex-ministro, que começa a ser identificado como o representante legítimo do seu governo junto aos baianos. 

João Roma

Bolsonaro deve vir à convenção de Roma 
A empolgação é tamanha que os apoiadores do ex-ministro já cogitam a possibilidade de Bolsonaro participar da convenção de Roma no próximo dia 22, quando deverá ser sacramentado como o candidato do grupo. A expectativa da campanha é que essa aproximação fortaleça ainda mais o núcleo bolsonarista no estado. "Roma ganhou densidade e aumentou seu nível de conhecimento com essa aproximação com o presidente", como diz um aliado, ao afirmar que o pré-candidato passou a ser reconhecido até mesmo nas ruas de Salvador e do interior da Bahia".

João Roma e Jair Bolsonaro

Chapa puro sangue 
A saída de cena do PTB baiano do rol de possibilidades do ex-ministro João Roma, deixou o pré-candidato com o apoio apenas do seu partido, o PL, do Pros e do Patriota. Por mais que não falem ainda sobre o assunto, cresce no seu núcleo político a expectativa de que a vice seja mesmo a ex-vereadora de Salvador, Lorena Brandão, o que amplia o diálogo da campanha bolsonarista com os evangélicos e conservadores do estado. 

Lorena Brandão

Pesquisas em cheque
Pré-candidato ao Senado, a médica Raissa Soares vem duvidando das pesquisas de intenção de voto publicadas na imprensa. Segundo ela, seu partido, o PL, tem mostrando outro cenário. Pesquisas encomendadas pela sigla e registradas no TSE mostram a bolsonarista com aproximadamente um quarto do eleitorado. 

Crescimento amedronta  
Por falar em Raissa, ela está tão otimista com o crescimento de sua candidatura que, segundo disse, vem amedrontando seus adversários. Um deles teria oferecido R$ 5 milhões para que ela retirasse a candidatura à Câmara Alta. Mas o montante não encheu os olhos da neófita, que não quis saber de onde partiria o derrame de cédulas.

Traíra ou patriota? 
A deputada federal Dayane Pimentel (União Brasil) deixou de ser bolsonarista há algum tempo. No entanto, os bolsonaristas não se contentaram com a "traição" da deputada. Em post no Twitter, o filho 02 do presidente da República, Eduardo Bolsonaro, deu uma indireta para a parlamentar baiana. "Vai ter traíra baiana arrependida de ter mudado de lado", escreveu, referindo-se ao apoio do eleitorado baiano ao presidente Jair Bolsonaro. O presidente fez uma motociata no 2 de julho pelas ruas da capital baiana ao lado de apoiadores e pré-candidatos, um deles o ex-secretário de Fomento à Cultura, André Porciúncula, que também cutucou Dayana: "Ela não se elege nem para síndica". 

Dayane Pimentel

Sem vocação para miliciana 
Em resposta à provocação de Eduardo Bolsonaro e Porciúncula, Dayane Pimentel, que foi a quarta deputada mais votada da Bahia em 2018, com 136.742 votos, disse que "traiu" o presidente por não ter vocação para miliciana. "A seita da 5ª série que defende um ignóbil e corrupto no poder até hoje não aceitou que rompi por não ter vocação para miliciana. Aceitem, dói menos", escreveu Dayana também nas redes sociais.

Reeleição
Em entrevista ao Portal M! no último sábado, durante os festejos da Independência da Bahia, Dayane Pimentel afirmou que se afastar do presidente Jair Bolsonaro não prejudica a sua candidatura. Segundo Pimentel, em 2018 havia uma ideia de governo que não se concretizou. "De forma alguma, em 2018 nós tínhamos uma ideia de governo e essa ideia não se concretizou. Então, é mais que natural que pessoas que ainda buscam o combate à corrupção, que ainda buscam pela ordem, pelo equilíbrio político, social e econômico, estejam longe do governo atual", afirmou.