Gravadora busca projetar artistas das favelas e periferias brasileiras

Favellê Music tem atuado com 25 artistas de Salvador; músicas e videoclipes devem ser lançados neste segundo semestre

Por Bruno Brito
01/07/2022 às 20h30
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Foto: Divulgação
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Com o objetivo de revolucionar o mercado musical, a gravadora Favellê Music tem procurado dar vez às vozes das favelas e periferias brasileiras. O selo musical, idealizado pelo multi-instrumentista baiano, Marivaldo dos Santos, tem como objetivo criar uma rede de artistas, oferecendo apoio de mídia, assessoria e produção musical, incluindo a gravação de músicas em estúdio e a produção de videoclipe. 

Inicialmente, o Favellê tem atuado com 25 artistas de Salvador. Já estão sendo trabalhados videoclipes e músicas, que devem ser lançados neste segundo semestre.

De acordo com Marivaldo, a seleção de artistas leva em conta aspectos como qualidades vocal e musical, composição, comprometimento profissional, responsabilidade e vontade de reconhecimento no cenário artístico.

"Os selecionados passam por um processo de preparação de postura artística em cima dos palcos e também na relação com os fãs", afirmou.

Nascido e criado no bairro do Nordeste de Amaralina, em Salvador, Marivaldo, que hoje integra o elenco fixo do Stomp, em Nova York, ressalta a importância de contar com um suporte para projetar uma carreira artística.

"Saí de Salvador e fui tentar ganhar a vida como músico em Nova York. Deu certo, mas sei que não é toda história que acaba assim. É por isso que tento usar toda a experiência que acumulei ao longo desses anos para dar suporte aos nossos artistas das favelas e das periferias", diz.

 

Em busca de parcerias

Nesse momento, ele também está em busca de patrocinadores para potencializar as ações da gravadora.

"Estamos buscando diálogo com investidores que tenham interesse em vincular a marca ao Favellê Music e fortalecer esse movimento, que representa um novo portal para as favelas e periferias. Nossa empresa tem o intuito de revelar novos artistas e novos estilos musicais desses tantos talentos espalhados por nosso Brasil", destacou.

Segundo Marivaldo, a expectativa é que o investimento feito nos artistas possa retornar às respectivas comunidades, tanto do ponto de vista material, considerando o aspecto financeiro, quanto do ponto de vista cultural, social e pessoal.

O objeivo é trabalhar a autoestima dos moradores dessas localidades e contribuir para desconstruir os preconceitos estabelecidos por grupos hegemônicos acerca das favelas e comunidades periféricas do país.

"Acima de tudo, queremos mostrar que precisamos dar passos à frente sem nunca esquecer de onde viemos", concluiu.