"A intenção do PDT é apoiar ACM Neto ao Governo da Bahia", revela Ciro

Pré-candidato à presidência também comentou o aumento nos combustíveis 

Por Bruno Brito
22/06/2022 às 16h30
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Foto: Divulgação
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O pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, revelou que a intenção do partido é apoiar a candidatura de ACM Neto nas eleições de outubro, ao Governo da Bahia. Ciro foi o entrevistado do programa Nova Manhã, da rádio Nova Brasil FM (104,7 FM), comandado pelo editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, na manhã desta quarta-feira (22).

Segundo Ciro, Neto seria "o melhor para a Bahia". "A nossa intenção é apoiar ACM Neto, achamos que é o melhor para a Bahia, um administrador extraordinário, que responde aos requisitos de decência, de comprometimento dos destinos da Bahia, que é um pedaço importante do Brasil", apontou.

Ao falar sobre sua corrida à presidência, e de possíveis alianças para alcançar o pleito, Ciro se intitulou como um "penetra nessa festa de branco". Ele afirmou também, que não tem a ilusão de que será ajudado pelo "sistema", diante da proposta de mudar o modelo econômico e de governança politica, transformando a "presidência na testa de ferro dos ladroes da política brasileira".

"Bolsonaro é filiado ao partido de Waldemar da Costa Neto, a quem o Lula tinha dado o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para roubar, foi condenado e preso, o Roberto Jefferson, ex-deputado federal, Lula deu os Correios para roubar, e foi detonado no escândalo do mensalão, e agora é homem do Bolsonaro, se você olhar é a mesma gente", afirmou.

Segundo Ciro, sua intenção é propor uma mudança. No entanto, ele não negou que terá que negociar com todos, mas afirmou que irá negociar sem transformar a presidência "nisso que aconteceu".

O pré-candidato também falou que vários governos "governaram com essa gente", e não tiveram sucesso. De acordo com Ciro, se for para manter "mais do mesmo", é melhor manter "eles mesmo".

"O Collor governou com essa gente e foi cassado, o Fernando Henrique governou com essa gente e o PSDB nunca mais ganhou eleição, e hoje parece que nem candidatura própria terá, acabou-se. O Lula governa com essa gente e foi preso, a Dilma foi cassada, Temer governou com essa gente e foi preso. E agora, Bolsonaro governa com essa gente e tá desmoralizado. Ou seja, se é pra manter mais do mesmo, é melhor manter eles mesmo, eu só quero ir se for pra mudar o Brasil, e isso o sistema percebe", apontou.

Sobre possíveis alianças para tentar alcançar a presidência, Ciro afirmou que está trabalhando nisso. Segundo ele, há uma conversa em aberto com o União Brasil e com o PSD. Porém, o pré-candidato apontou que "não espera muita coisa" desses diálogos.

"Não espero muita coisa dessa conversa com o União Brasil, porque o projeto que defendo é de centro, que reúne interesses da produção com o mundo do trabalho e o inimigo, que não me identifico, que me localizam, é o sistema financeiro. E dentro do União Brasil e PSD, tem gente assim comigo, nesses valores, mas tem gente contra, de forma pesada", disse.

No entanto, Ciro disse que sente que está bem representado pelo deputado federal e presidente do PDT na Bahia, Félix Mendonça Jr, pelo pré-candidato da deputado federal e líder do PDT na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Leo Prates, e pela vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Mattos.

Combustíveis

Já sobre as recorrentes altas no preço dos combustíveis, Ciro Gomes afirmou que o povo brasileiro "tem sido vítima de um assalto à mão desarmado pelo governo". Segundo o pré-candidato à presidência, isso tem ocorrido em função da política de preços imposta pelo ex-presidente Michel Temer e pelo atual presidente, Jair Bolsonaro.

 "Em 2016 com Temer, uma canetada dele, ninguém duvide do que estou falando, basta uma canetada, aceitou a pressão dos acionistas minoritários, ou seja, FHC e Lula venderam 60% das ações não votante aos estrangeiros, para subornar políticos a fazer a Petrobras partir para a politica de lucro máximo, que é o interesse do capitalista", contou.

Segundo com ele, Temer teria determinado que a política de preços da Petrobras passasse a ser por Preço de Paridade de Importação (PPI).

"Como devíamos calcular? Pega o preço de custo, e bota 10% de lucro, e vai remunerar o cidadão trabalhar, e não pode passar o preço alto, porque chega a concorrência e toma. Mas aqui, a Petrobras não tem concorrência, tem o monopólio, não está na lei, mas é um monopólio, então todo monopólio tem que ser administrado pelo governo. Com Michel, você não calcula o custo de produção, e passa a cobrar como se tivesse que importar", disse.

Segundo ele, anteriormente ao produzir o barril de petróleo o curto era de 10 dólares, que ao ser juntado com as demais taxas, chegava a 30 dólares, mas Ciro aponta que, atualmente, a Petrobras tá cobrando 130 ou 140 dólares.

"O lucro da Petrobras explica isso, que foi de 38%, e o que ela faz? Ela não paga dividas, está distribuindo tudo ao acionista minoritário, a população paga a conta e tá sendo assaltada. E o que resolve? É uma canetada", afirmou.

Segundo ele, em um possível primeiro dia de governo, ele irá reverter o PPI em um Preço de Paridade por Exportação (PPE). "O conselho de administração da Petrobras, fará o PPE de exportação, volto aos custos do Brasil, ela vai cobrar do povo brasileiro quanto custar aqui dentro, mais um lucro", destacou.

Confira a entrevista completa: