OMS anuncia resposta unificada contra varíola dos macacos

Este ano, já foram relatados 2.103 casos confirmados da doença

Por Redação
19/06/2022 às 14h00
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Foto: Brian W.J. Mahy/CDV/Agência Brasil
Foto: Brian W.J. Mahy/CDV/Agência Brasil

A Organização Mundial da Saúde (OMS) comunicou que vai suprimir de suas estatísticas a distinção entre países endêmicos e não endêmicos quanto ao vírus monkeypox, causador da doença conhecida como varíola dos macacos. Segundo a entidade, a medida pretende facilitar a adoção de uma resposta unificada ao agente infeccioso.

"Estamos eliminando a distinção entre países endêmicos e não endêmicos [...] para refletir a resposta unificada necessária", diz o comunicado divulgado no site da OMS.

Antes de se espalhar por diversos países, a varíola dos macacos era considerada endêmica (que circula o ano todo em um local, com volume esperado de casos e óbitos) em países da África Central e da África Ocidental. Mas nos últimos meses houve relatos da doença em diversos outros países não endêmicos, localizados principalmente na Europa, que já responde por 84% dos casos notificados, segundo a OMS.

Somente neste ano, entre os dias 1º de janeiro e 15 de junho, 2.103 registros confirmados da varíola dos macacos foram relatados em 42 países, assim como um caso provável e uma morte. A OMS, no entanto, considera que o número de casos seja ainda maior.

"É provável que o número real de casos permaneça subestimado. Isso pode ocorrer em parte devido à falta de reconhecimento clínico precoce de uma doença infecciosa que se pensava ocorrer principalmente na África Ocidental e Central, uma apresentação clínica não grave para a maioria dos casos, vigilância limitada e falta de diagnósticos amplamente disponíveis", disse a organização.

A varíola causada pelo vírus hMPXV (Human Monkeypox Virus, na sigla em inglês) causa uma doença mais branda do que a varíola smallpox, que foi erradicada na década de 1980.

Há duas cepas endêmicas da monkeypox em circulação no planeta atualmente. A cepa endêmica na África Ocidental, que tem uma taxa de letalidade de 1% a 3%, é a que tem sido responsável pelo surto atual em outros países.

A outra variante de monkeypox também endêmica em alguns países africanos, originária do Congo, é considerada mais perigosa com taxa de letalidade de até 10%, de acordo com a OMS.

Por enquanto, a entidade avalia a doença como de risco moderado, por ser a primeira vez em que há  focos de contágio em países não endêmicos, e muito distantes entre si.

Na próxima quinta-feira (23), a OMS deve se reunir para avaliar se o surto atual representa uma "emergência de saúde pública de importância internacional", escreveu o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, em sua rede social.

A pandemia do novo coronavírus foi declarada emergência de saúde pública de importância internacional pela OMS em janeiro de 2020.

 

* Com informações da Agência Brasil